Pesquisar este blog

sábado, junho 16, 2018

A PALMA - PAUL VALÈRY - TRAD. ERIC PONTY


À Jeannue.

Em tua graça tão temível
Vela à pena resplendor,
Um anjo sobre uma mesa
O pão suave, o leite plano;
Ele me faz da sobrancelha
O signo que d’uma prece
Que dizer à minha visão:
-Calma, calma, resta calma!
Conheceu peso d’uma Palma
Portanto sua profusão!
A tanto ela se dobrar
Á abundância de bens,
Tua figura está cumprir,
Teus frutos graves são laços.
Admirar quão ela vibra,
E quão uma lenta fibra
Que divide o momento,
Desaparta sem Mistério
Atirasse desta terra
E os pesos do firmamento!
Esta bela arbitra móvel
Entre sombra e o sol,
DE Simular d’uma sibila
Á sensatez e o sonho.
Ao redor d’um mesmo lugar
Ampla Palma nem se fustiga
Dos convocados nem do adeus…
É Que Dela está nobre,
É Que Dela está terna!
Que ela está digna de esperar
À solitária mão de deus!
Douro suave ela murmura
Tocar ao simples dedo de ar,
E d’uma sedosa armadura
Alterar alma do deserto.
Uma voz tão imperecível
Que ela faz ao vento areia
Que rega de seus grãos,
si-mesma engajar d’oráculo,
E se acariciar do milagre
Que se canta as tristezas.
No entanto que ela se ignora
Entre a areia e o céu,
Cada dia ainda é luminosa
Ainda composta um pouco mel
Tua doçura está dividida
Para a divina dureza
Que nem conta passar dias,
Mas bem que lhe dissimula
Em um néctar onde acumula
Todo o aroma dos amores.

Ás vezes se desespera,
Se de adorável rigor
Apesar lágrimas não operar
Que suas sombras de languidez,
N’acusa passar de ser avara
DUm Sangue que prepara
Tanto doiro d’autoridade:
Pela energia solene
DUma esperança eternal
Monta à sua maturidade!

Estes dias pintam vazios 
E perdidos a universos
Onde das raízes avidas
Trabalhando dos desertos.
À substância cabeluda
Pelas escuridões eleita
Nem acaso parar jamais
Até entranhas do mundo,
Se perseguiu água profunda
Que solicitam que cumprir.

Á Paciência, Á paciência,
À Paciência no azul!
Cada átomo de silêncio
À chance fruto maduro!
Será uma feliz surpresa:
DUma pomba, DUMA brisa,
Estremecer o mais suave,
Uma mulher que se apoia,
Vai tombar esta chuva Onde
Se comovendo os joelhos!

Que povo presente derrube,
Palma! …. Irresistivelmente!
No pó que ela se vibrar
Sobre os frutos do firmamento!
Tu não passarás perdida
Destas horas Si ligeira
Tu habitas Após belas renúncias;
Igual a ela que pensa
E de que alma se gastar 
Á se incrementar seus dons!

Paul valéry
Trad. eric ponty

Descuido do divertido viver a quem à morte chega impensada. - Francisco de Quevedo - TRAD. ERIC PONTY

SÃO FRANCISCO DE ASSIS - Olivier Messiaen

Viver é caminhar breve jornada,
E morte viva é, Lico, nossa vida,
Haver ao frágil corpo amanhecido,
Cada instante no corpo sepultado.

Nada que, sendo, é pouco, e será nada
Em pouco tempo, que ambiciosa olvida,
Pois da vaidade é um mal persuadido.
Alheia duração, terra animada.

Levada de enganoso pensamento
E de esperança burladora e cega,
Tropeçará no mesmo monumento,

Como é que, divertido, o mar navega,
E sem mover-se volta com o vento,
E antes que pense acercar-se, na chegada.

Francisco de Quevedo
TRAD. ERIC PONTY

sexta-feira, junho 15, 2018

Resignação - PAUL VERLAINE - TRAD. ERIC PONTY


Ao menino que sonhava com o Ko-Hinnor,
com Elagabaal e Asurbanipal,
com suntuosidades persas e papéis.

Meu desejo alçava embaixo tetos doiro,
em meio de aromas, ao som desta música,
De areais eternos e de ideais palpáveis.

Mais calmo agora, não menos ardente,
já sei que na vida há que desbragar-se,
deve refrear minha formosa loucura,
Mas sem resignar-me do todo, não obstante.

Seja! o grandioso de meus dentes funde!
Mas fora Ás vezes de fora o amável!
e a mulher linda que continuo odiando,
prudente amigo, À rima do assonante.
Paul Verlaine
TRAD. ERIC PONTY




Ao Leitor - Charles Baudelaire - Spleen et ideal - TRAD. ERIC PONTY


A tolice, o erro, o pecado, para pão-durismo,
Empatando nossos espíritos e corpos,
Que nos alimentam nossos amáveis remorsos,
Como pedintes nutrir teus parasitas.

Pecados são teimosos arrependimentos,
Nós fazer pagar muita nossa confissão
Nossas voltas contentes lodosos das vias
Crentes vis choros lavar todas nossas nódoas.

Sobre orelha do mal do Satã Trismegisto,
Que ilude longamente alma cativada,
E o rico metal tinir de nossa vontade
É tudo vaporiza por sábio tão químico.

Este diabo que tem filhos que nos agitam!
Aos objetos repugnantes nós encontramos
Cada dia versa inferno nossos decaídos passos
São horrores defeitos em trevas que fedem.

Como dum escárnio pobre sexual comido,
A teta martirizada antiga meretriz,
Nossas fugas passagens prazeres clandestinos
nos incitarmos bem fortes qual velha laranja.

Abraçando formigar como milhão vermes,
Em nosso cérebro bródio um povo demónios,
Quando nós respiramos Morte em nossos pulmões,
descer rio invisível com as surdas queixas.

Se fereza, veneno, punhal, ardor,
Não faz passa borda de agradáveis desenhos,
Nas telas banais dos lastimáveis destinos,
nossa alma, hélas não está passar suficiente ousada.

Mas entre meio dos chacais, panteras, os linces,
Macacos, escorpiões, abutres, as serpentes,
monstros estridentes urrar, rosnar, rastejantes
Em mendicidades infames de nossos vícios.

Ele não está mais feio, mais perverso, mais imundo,
Ainda ele nem empurre grão gestos nem grão gritos,
Ele tenha de boa vontade da terra um caco
E em bocejo tão tíbio engolindo no mundo.

Este é tédio! _ Olhar carrega choro involuntário,
sonha cadafalso fumegante seu assovio
Tu conheces leitor, este mostro delicado
_. Hipócrita leitor – meu semelhante – meu irmão!
Charles Baudelaire
TRAD.ERIC PONTY

Duellum - CHARLES BAUDELAIRE - TRAD. ERIC PONTY

Os dois guerreiros buscaram sobre outras tuas armas,
Tem salpicado n´ar as chamas e teu o sangue,
Estes jogos, tilintam ferro sendo tumulto,
Dum frescor na vítima do amor lamentoso.

Dos gládios são das brisas! Como nossa mocidade,
Minha comida! Mas dentes, unhas afiadas,
Da Vingança logo espada e adaga traidora,
— Ô furor dos corações duros a amor ulcerado.

Na ravina assombra os gatos, pardais, e as onças,
Nossos heróis apertam maldosamente rondando
E suas peles florescem aridez das silvas.


— Este abismo infernal nossos amigos povoam
Rodando sem remorso amazona inumana,
Afim eternizar ardor de nossa raiva
CHARLES BAUDELAIRE
TRAD. ERIC PONTY

quinta-feira, junho 14, 2018

Á minha madrinha - ERIC PONTY

Mãe se és música vale pena de olvida-la?
Se meiga és doce e és gozosa para gozo
Se não me amaste partiste com agrado
Ao receber com prazer do mau humor?

Se a certa concórdia teus sons bem tratados,
Uniões casadas, ofendiam a tua orelha,
Fazem, mas suave censura, de que perdes
Na união destas partes deve sofrer.

Ao tocar quão duma corda, doce homem outro,
Feres cada um em cada ordem tão mútua,
Semelhando pai e filho e mãe infeliz,

Todos unidos, cantam notas afáveis;
Quem canto sem versos, sendo mui, é dum,
Chama-te isto: "Tua de ausência me machucas”.


Eric Ponty

terça-feira, junho 12, 2018

O CRUCIFIXO DE SANTO ANTÔNIO DE PÀDUA - Donatello

À SANTO ANTÔNIO DE PÀDUA
Às vezes, por lazer, santos homens da igreja, 
Pegam dum peixe, imensas covas nos mares,
Que acompanha, insensível parceiro que reza,
Pavio ao singrar glaucos degraus dos patamares.

Tão logo o estendem sobre os degraus das marés,
O monarca pardo, canhestro e acabrunhado,
Deixa pender, qual par de flamas junto aos pés,
As asas em que rezam um alvo imaculado.

Antes tão graça, como é credo na desgraça,
Esse penitente agora flácido e acanhado!
Um, com a nuvem limbo, enche a boca de incenso,
Outro, a rezar, imita o inferno outrora alado!
O Padre comparar ao príncipe da alvura
Que enfrenta os vendavais sorri da seta da cruz;
Exilado terra, em meio ao monte obscuro,
As pregações do gritante impedem-no de falar.

ERIC PONTY

Sylvia Plath - TRAD. ERIC PONTY

Conversa entre as ruínas

No pórtico da minha elegante casa você é o tronco
Com sua louca euforia, perturbando as grinaldas de frutas
E os fabulosos alaúdes e pavões, despedaçando o tule
De decoros que detém o retorno da tempestade.
Agora, ricos fins das paredes estão caídos; gralha-calva a coaxar
Acima do terrível estrago
De seu olho tempestuoso, toma o voo mágico
Como dum temor de caça às bruxas,
Saindo do castelo quando dos válidos dias de folga.

Fratura dos pilares nos quadros da perspectiva da rocha;
Enquanto você fica heroico no casaco e gravata, eu tomo assento
Vestida de túnica grega e psique-nó,
Enraizada em seu negro olhar, o jogo transformou-se em tragédia:
Com essa pinta-preta que afligia na nossa falida fortuna,
Na sagração das palavras poderão corrigir os estragos?


PAISAGEM DE INVERNO COM À TORRE

Água no fluxo do moinho, através duma eclusa de pedra,
Mergulhada de cabeça em uma lagoa preta
Aonde absurdo e fora da temporada, um único cisne
Na flutuação casta da neve, mofada nuvem do espírito
Qual à fome até aí no lance branco da reflexão da penugem.

O austero sol empinado desde de Fen,
Dum olhar laranja ciclope, desprezado a observar
Mais sobre esta paisagem de desgosto;
Das penas escuras no pensamento, eu como um caule de gralha-calva
Ao ficar remoendo a noite vinda de inverno.

No verão passado as canas foram todas inscritas no gelo
Como é a tua imagem em meus olhos; seca geada
Esmaltes da janela da minha ferida; qual consolo
Ao poder ter fulminado às rochas fazendo o coração devastado
Rejuvenescer outra vez? Quem passeia nesta mugem do lugar?
Sylvia Plath
TRADUÇÂO
ERIC PONTY

Elogio d´água - PAUL VALÈRY - TRAD. ERIC PONTY


Mais de uma pessoa cantou o vinho. Incontáveis ​​são os poetas que até lirismo, levantados sua embriaguez e esticado para os deuses do vinho tem um profundo sentimento que sua alma espera.

O precioso vinho merece o elogio. Mas o que a ingratidão e o que grande erro em quem blasfemou a água! ...

Lucidez divina, transparente Rocha vida maravilhosa, água Universal, gostaria de oferecer-lhe de bom grado a homenagem de ladainhas intermináveis.

Eu diria que a água sozinha, luxo supremo dos locais onde ela tende teias tranquilas, o erétil puro que todas as coisas parecem mais miríades perfeitas do que elas mesmas. Lá, toda a natureza é Narciso, e adora ...

Água em movimento, que, com brandura e violência, se infiltra e desgasta extremamente lenta, em peso, de acordo com as correntes e os remoinhos desenfreados devido ao nevoeiro e chuva, por córregos, por cascatas e cataratas, molda a rocha, granito polido, o uso de mármore, arredonda a roda indefinidamente nos berços e têm praias macias e delicadas toda a areia que é criada. Ela trabalha e diversifica, esculpe e decora a figura sombria e brutal chão duro.

ÁGUA MULTIFORME vive nas nuvens e preenche o abismo; ela surge da neve nos picos no sol, onde flui pura; e seguintes caminhos ela sabe, cega e certeza da sua certeza estranha, de baixa invencibilidade para o mar, na maior quantidade.

Às vezes visível e clara, veloz ou lento, ela transborda com um murmúrio mistério que, de repente se transforma em uma torrente de rugindo para saltar se misturar as perpétuas do trovão em cachoeiras esmagadora e deslumbrantes, portadores de arco-íris em seu vapor.



Mas às vezes ele escapa e viaja subterrâneo, secreto e penetrante. Ela esculpe massas minerais onde ela penetra e é a desova mais bizarro trato. Ela procura a noite dura, junta e une-se com si mesma; perfura, exala, da escavação, se dissolve, desintegra-se, age sem se perder no labirinto ela cria; Em seguida, ela se acalma enterrada em lagos se alimenta de longas lágrimas congeladas nas colunas de alabastro, catedrais escuras onde vai se espalhar rios infernais que povoam o peixe cego moluscos mais antigos que o dilúvio.

Nestas aventuras estranhas, quantas coisas a água são conhecidas! ..., mas a sua maneira de saber é singular. Sua substância é a memória: é preciso e assimila algum vestígio de que ela pastejado banhado rolou: o calcário cavado, lajes lavava, areias ricas que têm filtradas. Ela irrompeu no dia, é todos os poderes carregados primitivos das rochas. Ele leva consigo a força de átomos, de elementos de energia pura, bolhas de gás do solo, e às vezes calor íntima a partir do solo.

Ela surge finalmente impregnados tesouros de seu curso, oferecendo às necessidades de vida.

Como não venerar esta componente essencial de qualquer VIDA? Quão pouco, no entanto conceber que a vida é dificilmente a água organizada?

Considere uma planta, admirar uma grande árvore, e veja em seu pensamento que este não é reunido um rio que flui para o ar do céu. A água está à frente da ÁRVORE para atender a luz. As águas construíram alguns sais da terra uma forma de amor do dia. Ela chega e estende o braço do universo fluida e poderoso com mãos leves.

Onde estão as águas, o homem perpetrou. O que mais precisa de um muito mais de uma ninfa fresca? É a ninfa e a fonte que marcar o ponto sagrado onde a vida era coloca e olha em volta.

Este é o lugar onde nós sabemos que há uma intoxicação d´água. Beber! Beber ... .... É bem sabido que a verdadeira sede é aplacada por água pura. Há saber o que autêntica no acordo do verdadeiro desejo da organização e da líquido original. Ser alterado, é tornar-se uma outra: deterioração. Devemos, portanto, beber, tornar-se, para usar conforme necessário todos os seres vivos.

A linguagem em si é cheia de elogios para água. Nós dizemos que tem sede de verdade. Estamos falando de uma transparência terna. Às vezes estamos espalhando uma torrente de palavras ...


O próprio tempo tem atraído em mais a figura pura água que é pintada.
PAUL VALÈRY
TRAD. ERIC PONTY

JOVEM SACERDOTE - TRAD. ERIC PONTY




Aquém calmos ciprestes jardim clerical,
Professou jovem ente negro olhos lentos magos
Fatigado d´exegese e das expressões litúrgicas
Ele deliba azul lazer dominical.

O ar está pleno cheiros e campanários soantes! ...
Mas seminarista evocar em seu espírito,
Perdões em latim vai murmurado em coro
DUm sonho batalhas e ferros estremecimento.

E elevou suas mãos fazendo por ostensório
Buscando um gládio denso! Porque ele pinta olhar
Ao poente jorrando o sangue doirado doado anjo!

Cá encima! Ele exorou nadar céu claro e verde,
DEntre os serafins pardos de ardores alheios,
Soado da corneta choca aço versus inferno!
PAUL VALÉRY
TRAD. ERIC PONTY

segunda-feira, junho 11, 2018

O ÊXTASE DE SÃO FRANCISCO - ERIC PONTY

Ao longo das cidades, onde nos parceiros
Persianas defender desejos sorrateiros,
Quando o imperioso sol arroja curais
Sobre da cristandade o circo, tetos divinos.

Executar a sós minha tamanha crisma,
Caçando em cada canção aos estranhos da sina,
Tropeçando expressões pradarias Ave Marias,
Topando efígies desde há muito já pensadas.

Este ser enganoso, avesso à fé mórbida,
Cidade acorda tanto o cerne quanto a prosa;
Se dissipar a aflição no azul triste véu,
E cada encéfalo ou colmeia atesta do fel.

É ele quem renovar os que já não se dormem,
E os torna cruéis e febris qual uma da morta,
São Francisco depois que amadureça à safra
Na eterna adoração que sempre erguesse urbe!

ERIC PONTY




AS TENTAÇÕES DE SANTO ANTÔNIO - ERIC PONTY


Contempla-os, ó minha palma; que eles são devotos!
Iguais aos querubins, facetos, singulares,
Os Arcanjos talvez, temíveis se os olhares,
Trançando não sei onde os gestos generosos?

Suas neblinas, onde ardeu a luz da diva,
Como se olhassem à influência, estão fincadas
No céu; e não se vê nunca sobre os caminhos
Se um deles assustar sua cabeça inclina.

Cruzar assim a eterna margem que os consagra,
Esse sermão do silêncio infinito. Piedade!
Enquanto em torno laudas, ris e uivas ao céu,

Nos traços de um fazer que tangência o espaço,
Veja! Mesmo me arrasto! E, mais do que eu clamo,
Digo: que buscam estes votos ver no Chão?


ERIC PONTY

domingo, junho 10, 2018

GUSTAV MAHLER - Des Antonius von Padua Fischpredigt – LIEDER –


TRADUÇÂO

O Sermão de Santo Antônio de Pádua aos peixes no seu Sermão, Santo Antônio encontra, porém, igreja vazia. Ele vai aos rios e pregar então aos peixes.
Fiquem com focinhos içados, que estão constantemente lutando ao ter nadado aqui com pressa. Ouçam, porém, homens piedosos.
Daqueles utopistas também que estão constantemente em jejum do bacalhau.
Quero falar, contudo que aparecem no Sermão. Nenhum Sermão nunca satisfaz mui o bacalhau.
As Enguias finas e esturjão, que comem nobres festas, até eles se contentam quando ouvem esse Sermão.
Os Caranguejos também e tartarugas, fregueses de regra lentos, subiam viajando a partir do escavado ao escutarem falar esse homem sermão nenhum jamais congratulou-se muito com os caranguejos!
Os Peixes grandes e pequenos nobres e tão comum ergam suas cabeças como seres sensatos, pois é à vontade de Deus ouvir as palavras do Sermão.
Quando o Sermão terminar, todos se retornaram. Os lúcios continuam ladrões, as enguias são grandes amantes; o Sermão os agrada, eles permanecem como todos os outros!
Os caranguejos retornam de retorno, ficando o bacalhau gordo, a carpa come muito pois foi olvida do Sermão! O Sermão que os agradou, eles conservar-se como todos os outros!
TRADUÇÂO 
ERIC PONTY

SOR JUANA INÉS DE LA CRUZ - TRADUÇÂO ERIC PONTY

Alude o munem poético do padre Francisco de Castro, da Companhia de Jesus, num poema heroico em que descreve à aparição milagrosa de Nossa Senhora de Guadalupe de México, que ao pedir à luz pública.

Sendo composta flores maravilha, 
Divina protetora americana, 
Que ao ser se passa rosa mexicana,
Aparecendo rosa de castelã;

Ao que em vez do Dragão (de quem humilha
Cerviz rebelde em Patmos), ruela ufana,
Até aqui inteligência soberana,
De sua pura grandeza pura cadeira;

Já ao Céu, que à cópia do misterioso,
Segunda vez seus sinais celestiais
Em figuras de flores claro suma:

Pois não menos lhe dão traslado formoso,
Às flores de teus versos sem iguais,
Á maravilha de tua culta pluma.

John Adams - El nino ( MENINO JESUS) - O NATAL

Ao Aplaudir à ciência astronómica do padre Eusébio Francisco Kino, da Companhia de Jesus, que escreveu sobre cometa que no ano de oitenta apareceu, absolvendo-lhe de ominoso.

Ao ser é claro do céu à luz pura,
Clareza lua e claras as estrelas,
E claras as efêmeras centelhas
Que ar eleva e o incêndio se apura;

Ao que é o raio claro, cuja dura
Produção custa ao vento mil querelas,
No lampejo te fiz de suas ruelas
Medrosa luz nesta treva obscura,

Todo o conhecimento torpe humano,
Se esteve obscuro sem que as mortais,
Plumas pudessem ser, com o voo ufano.

Icaros de discursos racionais,
Até que o teu, Eusébio soberano,
Lhes deu luz as luzes celestiais.


                                                                                              SOR JUANA INÉS DE LA CRUZ
                                 TRADUÇÂO
ERIC PONTY

sábado, junho 09, 2018

O Sangue de Nosso Jesus Nunca Falhou Em Mim ainda

Princípio da boa-nova de Jesus Cristo, filho de Deus.
2. Conforme ficou escrito em Isaías, o profeta:
Eis que envio o meu mensageiro à tua frente,
Que preparará o teu caminho.
3 Voz de quem clama no deserto:
“Preparai o caminho do Senhor,
Fazei direitas as suas veredas”.

4 Apareceu João batizando no deserto e anunciando um batismo de mudança a libertação dos erros.
SÂO MARCOS

COMPOSITOR GAVIN BRYARS
TRADUÇÃO
O Sangue de Nosso Jesus Nunca Falhou Em Mim ainda



sábado, junho 02, 2018

Gavin Bryars – DUAS CANÇÕES DE AMORES – 2016

(LXXIV)

Me cansei de pensar como cansado
Não se encontra de vos meu pensamento,
E como desta vida não me ausento
Por não estar de suspiros abrumado;

E como de dizer de tão amado rosto,
Velos e olhos que sem trégua distância,
Não hão falado a língua e o acento
Que de dia e de noite os hão chamado;

E de que já os pés não sentarei laços,
De seguir vosso rastro em toda essa parte
Perdendo inutilmente tantos passos;

Dele chega ao papel que por minha parte,
De vos cheio, e a tinta: e meus fracassos,
Serão a culpa desse Amor, não falta de arte.

(XXXV)
Medido —abstraído, ao passo vagaroso—,
Nos campos mais desertos, devagar;
Mas se hei ruir, minha visão é zelosa:
Que ante um vagar humano me acovardo.

Não sei falar mais vou socorro couto,
Do sem claro dar-se conta da gente,
Pois no comportar-me tristemente,
Desde fora se vi que por dentro ardo:

Tanto, que creio já que monte e rio,
Riacho e selva sabem o desejo,
Minha vida, pois não há outro protesto.

Mas caminho tão áspero e bravio,
Não digo Amor não seja meu consorte:
Eu com ele repartir, e ele comigo.


FRANCESCO PETRARCA
TRAD. ERIC PONTY

sexta-feira, junho 01, 2018

Sonetos - John Clare - TRAD. ERIC PONTY


Lar

Ô casa, entanto caseira - pensamentos de ti
Nunca pude deixar de aplaudir peito falta;
Quão vezes fero êxtase -ter-sido doído em mim,
Retornar atrás, dum fatigado e perigo;

Quão das vezes eu parei ao ver a lareira
Densas nuvens de fumo em lajes leve azuis,
E, já abaixo, flor amarela casa-alho-porro,
Enquanto se beira breve numa visão mais adjunta.

Estas, embora são ninharias, já deram prazer;
Nunca agora levam-me fundo desejado,
Pintar o grupo noturno antes à minha vista.

Dos amigos e iguais sentados entorno do fogo.
Ô Era! Quão fluxo veloz fazem teus tempos,
Mudanças cena alegria às cenas de aflição.

O Túmulo
Certo meditar sobre esta pedra raspada,
E anseio saber quem pô fez me calar,
O Penso ansioso sobre o pode demostrar-se,
Data ilusória busca brotar ervas daninhas;

Alvo prova secura - Tanto ao tempo e nome
Tinha pico das idades arriscada ao olvido.
Sol continua a ser ornamento esculpido
E. Deu-nos prova crível de laurel à fama:

E busca fiz à minha visão tanto de tormento,
Naquela época, questionava expor ideia;
Alvo cedo constata- "É o que é há ti.

Pó se acha cá? - Uma vez queres ser tão breve
Olvidou quão ele - Então Era deve te ordena ir
O Puro êxtase céu, ou aí aflição do inferno ".
John Clare
TRAD. ERIC PONTY


The Sinking of the Titanic - Gavin Bryars

A composição de Gavin Bryars sobre o naufrágio do Titanic dura exatamente o tempo do naufrágio.

 A composição foi tirada dos diários de bordos do Titanic, à orquestra que está tocando a música está tocando é exatamente mesma música que estava tocando no Titanic pois eles afundaram junto pois não havia salvação.



quinta-feira, maio 31, 2018

E tu, que epitáfios aos vivos fazes - LOPE DA VEGA - TRAD. ERIC PONTY


E tu, que epitáfios aos vivos fazes,
Em tua imaginação mortais os tens;
Que exéquias hão ti, que honras prevines?
Porém si não às tenhas, não às tragas.

Todos fazem por ti. Tu, por quem fazes? 
Que funesto cipreste das tuas faces? 
Que mal dirás de ti? Porque os bens 
Venderam há um a ti mesmo pertinazes.
Não é bem que vivos quão mortos trates,
E há uns mortos com libelos descobertos:
Não és tanta tua virtude que o presuma.

Pois que não os herdaras, não os mates:
Que abrir-lhes às sepulturas aos mortos,
Sendo mais é do azado que da pluma.
LOPE DA VEGA
TRAD. ERIC PONTY

ODE A UMA URNA GREGA - J. KEATS - TRAD. ERIC PONTY

I

Esposa da calma, todavia inviolada,
Filha adotiva de teu tempo e do silêncio,
Narradora do bosque que podes relatar
Histórias floreadas com minhas doces rimas,
Que lenda com folhas se congrega,
Em torno de sua figura: deuses, mortais ou ambos,
Nas eras da época da Arcádia? Que homens
Que são tipos de deuses? Por qual donzela esquiva?
Que enlouquecido acaso? Que luta por fazer-se?
Que flautas ou pandeiros? Que êxtase delirante?

II

São as doces cadências que nós ouvimos, mais doces,
Das quais nunca escutamos, seguindo, pois,
Suaves sacerdotes, existem algum atrativo,
Não há olvido, ao espírito, canções inaudíveis.
Jovem como pode então morrer o seu canto,
Debaixo destas árvores que nunca estão nuas.
Audacioso amante nunca pode beijar por mui
Que à meta que acerques, contudo não te ocupes,
Não logreis o destino, tua amada não tão vistoso,
Sendo amarás para sempre, formosa por todo sempre.

III

Ô. Venturosos galhos que não podeis perder,
Nem as folhagens dizer adeus a Primavera!
Ah, feliz harmonizou-a infatigável,
Então com tuas flautas sempre se renovam,
Nenhum Amor mais feliz, destinatário,
Eternal cálido e recém desfrutado,
Para sempre unido no vigor juvenil!
Todos hão mui tem respirado à paixão,
Deixando o coração fatigado e abatido,
Ardoroso à frente, ressecando à língua.

IV

Quem são esses que se entregam ao sacrifício?
Há que altar luzidio, sacerdote enigmático,
Levando esta manada que muge até aos seus céus,
Com lombos cobertos de grinaldas.
Que povo entregue à pacifica cidadela içada,
Num monte ao lado dum rio ou do mar,
Se faziam das gentes nessa pia manhã.

E tuas ruas pequena cidade, já para sempre,
Estarão silenciosas pois então não irá retornar à alma,
Para enfim dizer-lhe porque está desconsolada.

V

Ô ática figura! Nobre atitude de homens,
E donzelas de mármore como adorno esculpido
Com galhos da bossagem e chegarem a terra amassada,
Tua forma tão silenciosa que a razão urge
Como tal eternidade. Pastora impassível,
Quando a idade de nossa geração consumir
Sobreviverás entre às angústias dos outros,
Amiga dos homens, há quem dizer:
“ A Beleza da verdade e a verdade da beleza
- Nos faz falta saber mais que isto na terra. 


J. KEATS
TRAD. ERIC PONTY