E
tu, que epitáfios aos vivos fazes,
Em
tua imaginação mortais os tens;
Que
exéquias hão ti, que honras prevines?
Porém
si não às tenhas, não às tragas.
Todos
fazem por ti. Tu, por quem fazes?
Que
funesto cipreste das tuas faces?
Que
mal dirás de ti? Porque os bens
Venderam
há um a ti mesmo pertinazes.
Não
é bem que vivos quão mortos trates,
E
há uns mortos com libelos descobertos:
Não
és tanta tua virtude que o presuma.
Pois que não os herdaras, não os mates:
Que abrir-lhes às sepulturas aos mortos,
Sendo mais é do azado que da pluma.
LOPE DA VEGA
TRAD. ERIC PONTY
Nenhum comentário:
Postar um comentário