Eu queria ter nascido na poesia
Para ouvir e sentir o poeta ao redor
Falando de amor em verso, ofuscando o vazio
A luxúria da paixão das pessoas que não sentem.
Em seu mundo ele sonha, estrutura e pesquisa
Cada bela palavra exata até um ponto,
Onde ele possa compor, um fato realizado,
Com rima cinzelada em seu soneto pronto.
Apaixonado por fantasia e criatividade.
A vida boêmia, a orgia e a pessoa amada
Dobrará a inspiração, a qualidade de oposição.
Meus sonetos sem sonatas falam de
Amor, fé, solidão, dor, sonho e verdade
De alguém que buscou o pão de verão em verão.
II
Se consciente exercitar uma vida alegre;
Se, pássaro no canto, ouviu sua audição;
E a pobreza passando pelos olhos deixar ver,
Siga seu farol que seu porto está por vir.
Se você usa seu riso para um riso falso, prive-se;
Se para o pássaro você olha e seu canto morre;
E se, para o mendigo, o incentivo não motivar,
Pare. Farol sem luz, o porto não será encontrado.
Não importa se certo ou errado, adverte
Quem já suportou a mágoa, aquela que vem do ingrato?
Porque dói do mesmo jeito, se ele nos chuta ou pisa em nós.
Toda ingratidão tem esse autorretrato:
É muito nojenta, injusta, não alivia
E sempre pagará a bênção com seus maus-tratos.
III
O senhor é desvinculado e incitador da paz,
Que satisfaz o apelo em primeira instância,
Sem ver em meu ardor capaz de fraqueza
Para causar tristeza a este opulento amor.
Alma solitária, de singular beleza interior,
Que assim me induziu, sempre dando coragem
Para esta vida seca, amarga e desigual
Voando alto, mais livre, até mesmo selvagem.
Eu sei o que devo fazer, conduta que oferece
Com sua doce alegria, modéstia, moralidade e coração.
Mas é mortal deixar quem não é mais preferido,
Quem protesta não vem, nem se desanima
E ainda permite que nosso amor prevaleça.
Partir eu vou, mas terei que ser mais do que justo: magnânimo
IV
Só Deus sabe como eu coloco cada momento
Em nome do caminho mais seguro e mais curto,
Que me encontrou então o simples juramento
De criar cada criança útil, além do ninho.
Sei bem o quanto fiz para acender a chama
De um futuro que seja um bom lugar
E foi tudo em vão, o destino proclama:
Fim de seu tempo, pai, o contratempo tem que abrigar.
Tentei vesti-los bem, com conhecimento, com um belo manto,
Mas não os convenci e, assim, agora
Carrego a tristeza em mim, porque os amo muito.
Não quero a compaixão dos espectadores,
Para as gotas de dor que fazem meu luto,
Pois sei que isso mudará antes da chegada de minha hora.
V
Não posso, nem devo, passar pela vida,
Vivendo com um céu que só eu imagino,
Descobrindo que você, tão querido amante,
Foi feito para mim, e eu para seu destino.
No rosto, com um perfil bem angelical, vibra
Sua ternura total e a torna mais que sedutora.
No ato você produz a guerra com tanta fibra,
Apagando sua candura e outro traço é revelado.
No começo, eu seguia bastante esperançoso,
Mas depois quis fugir porque não sou um menino
E esse é o seu caráter. Fiquei em dúvida.
Mas como não ver caminho onde o amor eu recebo,
Se mesmo com desagrado, fico mais ansioso
E nesse meu torpor, sede de amor, eu bebo?
VI
Devo acreditar que uma flor desabrocha tão bela?
Que é mais radiante para mim e mais bela
Ou que as notas de um canto de pássaro enchem melhor o ar?
A melodia de sua voz é mais sublime ave a passar.
Ou que as ondas que fluem são mais serenas?
A essência que traz acalma melhor minha alma
Ou o lar da natureza oferece a melhor cena?
Ainda assim, não estarei completo se não conhecer sua beleza.
E se seu amor for perdido, mas apenas comprovado
Este lugar é monótono, apesar de sua majestade
Pois somente por meio de seu coração este mundo se move
Seu significado só pode trazer para mim.
E, assim, a resposta a essas perguntas é simples
Eu só vivo quando estou em seus braços novamente.
VII
Pode me deixar, mas seu amor nunca pode me abandonar
O amor não se curva aos frios caprichos do tempo
Pois assim que eu partir, aqui, para seus braços irei
E abandonarei toda a minha tristeza nesta rima.
Este mundo, em toda a sua vastidão, ainda é uma coisa fugaz
E tudo que o consome, um dia, morrerá
Ele só vive de verdade com a alegria que você traz
Uma alegria que encontro em qualquer lugar, com eu me deito.
Percebo que toda vida é apenas um contrato de aluguel
Que, aqui nascida, acabará por expirar
Mas ainda é possível encontrar uma paz maior
Pois os termos de meu coração não estão vinculados
ao desejo do tempo. pesar de, um dia, suas fronteiras terem que sair
Então, apenas nestas linhas passageiras, luto.
ERIC PONTY