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terça-feira, junho 12, 2018

Elogio d´água - PAUL VALÈRY - TRAD. ERIC PONTY


Mais de uma pessoa cantou o vinho. Incontáveis ​​são os poetas que até lirismo, levantados sua embriaguez e esticado para os deuses do vinho tem um profundo sentimento que sua alma espera.

O precioso vinho merece o elogio. Mas o que a ingratidão e o que grande erro em quem blasfemou a água! ...

Lucidez divina, transparente Rocha vida maravilhosa, água Universal, gostaria de oferecer-lhe de bom grado a homenagem de ladainhas intermináveis.

Eu diria que a água sozinha, luxo supremo dos locais onde ela tende teias tranquilas, o erétil puro que todas as coisas parecem mais miríades perfeitas do que elas mesmas. Lá, toda a natureza é Narciso, e adora ...

Água em movimento, que, com brandura e violência, se infiltra e desgasta extremamente lenta, em peso, de acordo com as correntes e os remoinhos desenfreados devido ao nevoeiro e chuva, por córregos, por cascatas e cataratas, molda a rocha, granito polido, o uso de mármore, arredonda a roda indefinidamente nos berços e têm praias macias e delicadas toda a areia que é criada. Ela trabalha e diversifica, esculpe e decora a figura sombria e brutal chão duro.

ÁGUA MULTIFORME vive nas nuvens e preenche o abismo; ela surge da neve nos picos no sol, onde flui pura; e seguintes caminhos ela sabe, cega e certeza da sua certeza estranha, de baixa invencibilidade para o mar, na maior quantidade.

Às vezes visível e clara, veloz ou lento, ela transborda com um murmúrio mistério que, de repente se transforma em uma torrente de rugindo para saltar se misturar as perpétuas do trovão em cachoeiras esmagadora e deslumbrantes, portadores de arco-íris em seu vapor.



Mas às vezes ele escapa e viaja subterrâneo, secreto e penetrante. Ela esculpe massas minerais onde ela penetra e é a desova mais bizarro trato. Ela procura a noite dura, junta e une-se com si mesma; perfura, exala, da escavação, se dissolve, desintegra-se, age sem se perder no labirinto ela cria; Em seguida, ela se acalma enterrada em lagos se alimenta de longas lágrimas congeladas nas colunas de alabastro, catedrais escuras onde vai se espalhar rios infernais que povoam o peixe cego moluscos mais antigos que o dilúvio.

Nestas aventuras estranhas, quantas coisas a água são conhecidas! ..., mas a sua maneira de saber é singular. Sua substância é a memória: é preciso e assimila algum vestígio de que ela pastejado banhado rolou: o calcário cavado, lajes lavava, areias ricas que têm filtradas. Ela irrompeu no dia, é todos os poderes carregados primitivos das rochas. Ele leva consigo a força de átomos, de elementos de energia pura, bolhas de gás do solo, e às vezes calor íntima a partir do solo.

Ela surge finalmente impregnados tesouros de seu curso, oferecendo às necessidades de vida.

Como não venerar esta componente essencial de qualquer VIDA? Quão pouco, no entanto conceber que a vida é dificilmente a água organizada?

Considere uma planta, admirar uma grande árvore, e veja em seu pensamento que este não é reunido um rio que flui para o ar do céu. A água está à frente da ÁRVORE para atender a luz. As águas construíram alguns sais da terra uma forma de amor do dia. Ela chega e estende o braço do universo fluida e poderoso com mãos leves.

Onde estão as águas, o homem perpetrou. O que mais precisa de um muito mais de uma ninfa fresca? É a ninfa e a fonte que marcar o ponto sagrado onde a vida era coloca e olha em volta.

Este é o lugar onde nós sabemos que há uma intoxicação d´água. Beber! Beber ... .... É bem sabido que a verdadeira sede é aplacada por água pura. Há saber o que autêntica no acordo do verdadeiro desejo da organização e da líquido original. Ser alterado, é tornar-se uma outra: deterioração. Devemos, portanto, beber, tornar-se, para usar conforme necessário todos os seres vivos.

A linguagem em si é cheia de elogios para água. Nós dizemos que tem sede de verdade. Estamos falando de uma transparência terna. Às vezes estamos espalhando uma torrente de palavras ...


O próprio tempo tem atraído em mais a figura pura água que é pintada.
PAUL VALÈRY
TRAD. ERIC PONTY

JOVEM SACERDOTE - TRAD. ERIC PONTY




Aquém calmos ciprestes jardim clerical,
Professou jovem ente negro olhos lentos magos
Fatigado d´exegese e das expressões litúrgicas
Ele deliba azul lazer dominical.

O ar está pleno cheiros e campanários soantes! ...
Mas seminarista evocar em seu espírito,
Perdões em latim vai murmurado em coro
DUm sonho batalhas e ferros estremecimento.

E elevou suas mãos fazendo por ostensório
Buscando um gládio denso! Porque ele pinta olhar
Ao poente jorrando o sangue doirado doado anjo!

Cá encima! Ele exorou nadar céu claro e verde,
DEntre os serafins pardos de ardores alheios,
Soado da corneta choca aço versus inferno!
PAUL VALÉRY
TRAD. ERIC PONTY

segunda-feira, junho 11, 2018

O ÊXTASE DE SÃO FRANCISCO - ERIC PONTY

Ao longo das cidades, onde nos parceiros
Persianas defender desejos sorrateiros,
Quando o imperioso sol arroja curais
Sobre da cristandade o circo, tetos divinos.

Executar a sós minha tamanha crisma,
Caçando em cada canção aos estranhos da sina,
Tropeçando expressões pradarias Ave Marias,
Topando efígies desde há muito já pensadas.

Este ser enganoso, avesso à fé mórbida,
Cidade acorda tanto o cerne quanto a prosa;
Se dissipar a aflição no azul triste véu,
E cada encéfalo ou colmeia atesta do fel.

É ele quem renovar os que já não se dormem,
E os torna cruéis e febris qual uma da morta,
São Francisco depois que amadureça à safra
Na eterna adoração que sempre erguesse urbe!

ERIC PONTY




AS TENTAÇÕES DE SANTO ANTÔNIO - ERIC PONTY


Contempla-os, ó minha palma; que eles são devotos!
Iguais aos querubins, facetos, singulares,
Os Arcanjos talvez, temíveis se os olhares,
Trançando não sei onde os gestos generosos?

Suas neblinas, onde ardeu a luz da diva,
Como se olhassem à influência, estão fincadas
No céu; e não se vê nunca sobre os caminhos
Se um deles assustar sua cabeça inclina.

Cruzar assim a eterna margem que os consagra,
Esse sermão do silêncio infinito. Piedade!
Enquanto em torno laudas, ris e uivas ao céu,

Nos traços de um fazer que tangência o espaço,
Veja! Mesmo me arrasto! E, mais do que eu clamo,
Digo: que buscam estes votos ver no Chão?


ERIC PONTY

domingo, junho 10, 2018

GUSTAV MAHLER - Des Antonius von Padua Fischpredigt – LIEDER –


TRADUÇÂO

O Sermão de Santo Antônio de Pádua aos peixes no seu Sermão, Santo Antônio encontra, porém, igreja vazia. Ele vai aos rios e pregar então aos peixes.
Fiquem com focinhos içados, que estão constantemente lutando ao ter nadado aqui com pressa. Ouçam, porém, homens piedosos.
Daqueles utopistas também que estão constantemente em jejum do bacalhau.
Quero falar, contudo que aparecem no Sermão. Nenhum Sermão nunca satisfaz mui o bacalhau.
As Enguias finas e esturjão, que comem nobres festas, até eles se contentam quando ouvem esse Sermão.
Os Caranguejos também e tartarugas, fregueses de regra lentos, subiam viajando a partir do escavado ao escutarem falar esse homem sermão nenhum jamais congratulou-se muito com os caranguejos!
Os Peixes grandes e pequenos nobres e tão comum ergam suas cabeças como seres sensatos, pois é à vontade de Deus ouvir as palavras do Sermão.
Quando o Sermão terminar, todos se retornaram. Os lúcios continuam ladrões, as enguias são grandes amantes; o Sermão os agrada, eles permanecem como todos os outros!
Os caranguejos retornam de retorno, ficando o bacalhau gordo, a carpa come muito pois foi olvida do Sermão! O Sermão que os agradou, eles conservar-se como todos os outros!
TRADUÇÂO 
ERIC PONTY

SOR JUANA INÉS DE LA CRUZ - TRADUÇÂO ERIC PONTY

Alude o munem poético do padre Francisco de Castro, da Companhia de Jesus, num poema heroico em que descreve à aparição milagrosa de Nossa Senhora de Guadalupe de México, que ao pedir à luz pública.

Sendo composta flores maravilha, 
Divina protetora americana, 
Que ao ser se passa rosa mexicana,
Aparecendo rosa de castelã;

Ao que em vez do Dragão (de quem humilha
Cerviz rebelde em Patmos), ruela ufana,
Até aqui inteligência soberana,
De sua pura grandeza pura cadeira;

Já ao Céu, que à cópia do misterioso,
Segunda vez seus sinais celestiais
Em figuras de flores claro suma:

Pois não menos lhe dão traslado formoso,
Às flores de teus versos sem iguais,
Á maravilha de tua culta pluma.

John Adams - El nino ( MENINO JESUS) - O NATAL

Ao Aplaudir à ciência astronómica do padre Eusébio Francisco Kino, da Companhia de Jesus, que escreveu sobre cometa que no ano de oitenta apareceu, absolvendo-lhe de ominoso.

Ao ser é claro do céu à luz pura,
Clareza lua e claras as estrelas,
E claras as efêmeras centelhas
Que ar eleva e o incêndio se apura;

Ao que é o raio claro, cuja dura
Produção custa ao vento mil querelas,
No lampejo te fiz de suas ruelas
Medrosa luz nesta treva obscura,

Todo o conhecimento torpe humano,
Se esteve obscuro sem que as mortais,
Plumas pudessem ser, com o voo ufano.

Icaros de discursos racionais,
Até que o teu, Eusébio soberano,
Lhes deu luz as luzes celestiais.


                                                                                              SOR JUANA INÉS DE LA CRUZ
                                 TRADUÇÂO
ERIC PONTY

sábado, junho 09, 2018

O Sangue de Nosso Jesus Nunca Falhou Em Mim ainda

Princípio da boa-nova de Jesus Cristo, filho de Deus.
2. Conforme ficou escrito em Isaías, o profeta:
Eis que envio o meu mensageiro à tua frente,
Que preparará o teu caminho.
3 Voz de quem clama no deserto:
“Preparai o caminho do Senhor,
Fazei direitas as suas veredas”.

4 Apareceu João batizando no deserto e anunciando um batismo de mudança a libertação dos erros.
SÂO MARCOS

COMPOSITOR GAVIN BRYARS
TRADUÇÃO
O Sangue de Nosso Jesus Nunca Falhou Em Mim ainda



sábado, junho 02, 2018

Gavin Bryars – DUAS CANÇÕES DE AMORES – 2016

(LXXIV)

Me cansei de pensar como cansado
Não se encontra de vos meu pensamento,
E como desta vida não me ausento
Por não estar de suspiros abrumado;

E como de dizer de tão amado rosto,
Velos e olhos que sem trégua distância,
Não hão falado a língua e o acento
Que de dia e de noite os hão chamado;

E de que já os pés não sentarei laços,
De seguir vosso rastro em toda essa parte
Perdendo inutilmente tantos passos;

Dele chega ao papel que por minha parte,
De vos cheio, e a tinta: e meus fracassos,
Serão a culpa desse Amor, não falta de arte.

(XXXV)
Medido —abstraído, ao passo vagaroso—,
Nos campos mais desertos, devagar;
Mas se hei ruir, minha visão é zelosa:
Que ante um vagar humano me acovardo.

Não sei falar mais vou socorro couto,
Do sem claro dar-se conta da gente,
Pois no comportar-me tristemente,
Desde fora se vi que por dentro ardo:

Tanto, que creio já que monte e rio,
Riacho e selva sabem o desejo,
Minha vida, pois não há outro protesto.

Mas caminho tão áspero e bravio,
Não digo Amor não seja meu consorte:
Eu com ele repartir, e ele comigo.


FRANCESCO PETRARCA
TRAD. ERIC PONTY

sexta-feira, junho 01, 2018

Sonetos - John Clare - TRAD. ERIC PONTY


Lar

Ô casa, entanto caseira - pensamentos de ti
Nunca pude deixar de aplaudir peito falta;
Quão vezes fero êxtase -ter-sido doído em mim,
Retornar atrás, dum fatigado e perigo;

Quão das vezes eu parei ao ver a lareira
Densas nuvens de fumo em lajes leve azuis,
E, já abaixo, flor amarela casa-alho-porro,
Enquanto se beira breve numa visão mais adjunta.

Estas, embora são ninharias, já deram prazer;
Nunca agora levam-me fundo desejado,
Pintar o grupo noturno antes à minha vista.

Dos amigos e iguais sentados entorno do fogo.
Ô Era! Quão fluxo veloz fazem teus tempos,
Mudanças cena alegria às cenas de aflição.

O Túmulo
Certo meditar sobre esta pedra raspada,
E anseio saber quem pô fez me calar,
O Penso ansioso sobre o pode demostrar-se,
Data ilusória busca brotar ervas daninhas;

Alvo prova secura - Tanto ao tempo e nome
Tinha pico das idades arriscada ao olvido.
Sol continua a ser ornamento esculpido
E. Deu-nos prova crível de laurel à fama:

E busca fiz à minha visão tanto de tormento,
Naquela época, questionava expor ideia;
Alvo cedo constata- "É o que é há ti.

Pó se acha cá? - Uma vez queres ser tão breve
Olvidou quão ele - Então Era deve te ordena ir
O Puro êxtase céu, ou aí aflição do inferno ".
John Clare
TRAD. ERIC PONTY


The Sinking of the Titanic - Gavin Bryars

A composição de Gavin Bryars sobre o naufrágio do Titanic dura exatamente o tempo do naufrágio.

 A composição foi tirada dos diários de bordos do Titanic, à orquestra que está tocando a música está tocando é exatamente mesma música que estava tocando no Titanic pois eles afundaram junto pois não havia salvação.



quinta-feira, maio 31, 2018

E tu, que epitáfios aos vivos fazes - LOPE DA VEGA - TRAD. ERIC PONTY


E tu, que epitáfios aos vivos fazes,
Em tua imaginação mortais os tens;
Que exéquias hão ti, que honras prevines?
Porém si não às tenhas, não às tragas.

Todos fazem por ti. Tu, por quem fazes? 
Que funesto cipreste das tuas faces? 
Que mal dirás de ti? Porque os bens 
Venderam há um a ti mesmo pertinazes.
Não é bem que vivos quão mortos trates,
E há uns mortos com libelos descobertos:
Não és tanta tua virtude que o presuma.

Pois que não os herdaras, não os mates:
Que abrir-lhes às sepulturas aos mortos,
Sendo mais é do azado que da pluma.
LOPE DA VEGA
TRAD. ERIC PONTY

ODE A UMA URNA GREGA - J. KEATS - TRAD. ERIC PONTY

I

Esposa da calma, todavia inviolada,
Filha adotiva de teu tempo e do silêncio,
Narradora do bosque que podes relatar
Histórias floreadas com minhas doces rimas,
Que lenda com folhas se congrega,
Em torno de sua figura: deuses, mortais ou ambos,
Nas eras da época da Arcádia? Que homens
Que são tipos de deuses? Por qual donzela esquiva?
Que enlouquecido acaso? Que luta por fazer-se?
Que flautas ou pandeiros? Que êxtase delirante?

II

São as doces cadências que nós ouvimos, mais doces,
Das quais nunca escutamos, seguindo, pois,
Suaves sacerdotes, existem algum atrativo,
Não há olvido, ao espírito, canções inaudíveis.
Jovem como pode então morrer o seu canto,
Debaixo destas árvores que nunca estão nuas.
Audacioso amante nunca pode beijar por mui
Que à meta que acerques, contudo não te ocupes,
Não logreis o destino, tua amada não tão vistoso,
Sendo amarás para sempre, formosa por todo sempre.

III

Ô. Venturosos galhos que não podeis perder,
Nem as folhagens dizer adeus a Primavera!
Ah, feliz harmonizou-a infatigável,
Então com tuas flautas sempre se renovam,
Nenhum Amor mais feliz, destinatário,
Eternal cálido e recém desfrutado,
Para sempre unido no vigor juvenil!
Todos hão mui tem respirado à paixão,
Deixando o coração fatigado e abatido,
Ardoroso à frente, ressecando à língua.

IV

Quem são esses que se entregam ao sacrifício?
Há que altar luzidio, sacerdote enigmático,
Levando esta manada que muge até aos seus céus,
Com lombos cobertos de grinaldas.
Que povo entregue à pacifica cidadela içada,
Num monte ao lado dum rio ou do mar,
Se faziam das gentes nessa pia manhã.

E tuas ruas pequena cidade, já para sempre,
Estarão silenciosas pois então não irá retornar à alma,
Para enfim dizer-lhe porque está desconsolada.

V

Ô ática figura! Nobre atitude de homens,
E donzelas de mármore como adorno esculpido
Com galhos da bossagem e chegarem a terra amassada,
Tua forma tão silenciosa que a razão urge
Como tal eternidade. Pastora impassível,
Quando a idade de nossa geração consumir
Sobreviverás entre às angústias dos outros,
Amiga dos homens, há quem dizer:
“ A Beleza da verdade e a verdade da beleza
- Nos faz falta saber mais que isto na terra. 


J. KEATS
TRAD. ERIC PONTY

OS SIGNOS QUE NOS PERMEIAM





quarta-feira, maio 30, 2018

Canção de uma baleia-azul - Eric Ponty


A Canção de uma baleia-azul faz surgir terras,
As plantas, os animais e um menino na ilha,
Da harmonia do canto e da dança, a vida pulsa
Em todos os lugares foi transformando.

Solidão em liberdade e alegria viver,
As plantas, os animais e um menino na ilha,
Da harmonia do canto e da dança, a vida pulsa,
Em todos os lugares foi transformando.

A Canção de uma baleia-azul faz surgir terras,
Da harmonia do canto e da dança, a vida pulsa,
Em todos os lugares foi transformando.

As plantas, os animais e um menino na ilha,
Da harmonia do canto e da dança, a vida pulsa,
A Canção de uma baleia-azul faz surgir terras.
Eric Ponty

Dionysios Solomos - TRAD. ERIC PONTY

(8 de abril de 1798 - 9 de fevereiro de 1857) era de Zakynthos. É o mais conhecido para escrever o hino à liberdade Grega de que as primeiras duas estrofes, ajustadas à música por Nikolaos Mantzaros, transformaram-se o hino nacional grego em 1865. Era a figura central da escola Heptanese da poesia, e é considerado o poeta nacional Da Grécia - não só porque escreveu o hino nacional, mas também porque contribuiu para a preservação da tradição poética anterior e destacou sua utilidade à Literatura Moderna.


Nascido em Zakynthos em 1798, Dionysios Solomos era o filho ilegítimo de um conde rico, Nikolaos Solomos, e sua governanta, Angeliki Nikli. Nikolaos Solomos era de origem cretense; sua família eram refugiados cretenses que se situaram em Zakynthos em 1670 depois da conquista de Creta pelo Império Otomano em 1669.

 Solomos foi para a Itália e foi inicialmente matriculado no Liceu de Santa Catarina em Veneza, mas ele teve dificuldades de adaptação devido à disciplina rigorosa da escola. Por esse motivo, Rossi, seu tutor, levou Solomos com ele para Cremona, onde terminou seus estudos de liceu em 1815. Em novembro de 1815, Solomos foi matriculado na Faculdade de Direito da Universidade de Pavia, da qual se formou em 1817. Dado ao Interesse de que o jovem poeta mostrou na literatura italiana florescente e sendo um orador perfeito de italiano, ele começou a escrever poemas em italiano.

 Depois de 10 anos de estudos Solomos retornou a Zakynthos em 1818 com um profundo conhecimento de literatura. Em Zakynthos, que na época era bem conhecido por sua florescente cultura literária, o poeta se familiarizou com pessoas interessadas na literatura. Antonios Matesis (o autor de Vasilikos), Georgios Tertsetis, Dionysios Tagiapieras (um médico e defensor do dimotiki, e também um amigo de Ioannis Vilaras) e Nikolaos Lountzis foram alguns dos amigos mais conhecidos de Solomos. Costumavam reunir-se nas casas uns dos outros e diverte-se inventando poemas. Eles frequentemente satirizavam um médico de Zakynthian, Roidis (poemas satíricos de Solomos que consultam ao doutor são o conselho dos doutores, o dia de ano novo). Eles também gostavam de inventar poemas sobre uma assentada rima e tópico. Seus poemas italianos arranjados durante esse período de tempo foram publicados em 1822, sob o título Rime Improvvisate.

O importante ponto de virada nas obras gregas de Solomos foi o Hino à Liberdade, sendo concluído em maio de 1823 - um poema inspirado pela revolução grega de 1821. O poema foi publicado pela primeira vez em 1824 no Mesolongi ocupado e depois em Paris em 1825 traduzido em Francês e mais tarde em outras línguas também. Isso resultou na proliferação da fama do poeta fora das fronteiras gregas. Graças a este poema, Solomos foi reverenciado até a sua morte, já que o resto do seu trabalho só era conhecido por seu pequeno círculo de admiradores e seus "alunos". O Hino à Liberdade inaugurou uma nova fase na obra literária do poeta: é o momento em que o poeta finalmente conseguiu dominar a linguagem e está experimentando formas mais complexas, abrindo novos tipos de inspiração e deixando facilmente de lado a improvisação.

Depois de 1847, Solomos começou a escrever em italiano mais uma vez. A maioria das obras deste período são poemas semi-acabados e rascunhos de prosa que talvez o poeta ficava planejando traduzir para o grego. Problemas de saúde sérios surgiram em 1851 e o caráter de Solomos tornou-se ainda mais emotivo. Ele se alienou do amigo e depois de seu terceiro golpe o poeta não saiu de sua casa. Solomos morreu em fevereiro de 1857 de apoplexia. Sua fama tinha atingido tais alturas assim quando a notícia sobre sua morte se tornou conhecida, todos lamentaram. O teatro de Corfu fechou-se, as sessões do Parlamento Ioniano foram suspensas e o luto foi declarado. Seus restos foram transferidos para Zakynthos em 1865.

A UMA MENINA QUE VIVE EM UM MONASTÉRIO

Linda moça do mosteiro aqui estou e te observar
Cheguei no portão para vê-la que eu canto
Do meu cerne o verso sai do mais doce
Que à parede consinta que ela achegue, não sinta zelos
E se tu fores sair, aborde perto que eu te beijarei,
O beijo irá diminuir o meu ardor
Ó Linda garota do mosteiro, chegue aqui e pensei,

Que não vou deixar sua castidade, ó garota inocente, ir lixeira. 

MARGARIDA 


Se cativar por mim, ô, Margarida, minha doce, minha esperança dourada
Como eu me cativei por ti no momento em que te vi
Seus olhares caíram sobre a grama verde
E à tristeza adornou-os com duas pérolas
Sua mãe como ti notaste, ó, Margarida,
Que deixaste neste mundo com um pequeno órfão! 
Ah, sim, meu amor, tenha cuidado com a insanidade do mundo
Com esperteza das palavras com meninas doces por sequestrar.
Ó, onde só vais minha pomba casta,
Mui ardis esperam por ti, Margarida, ô, emane comigo. 

A MENINA LOURA JOVEM 


Eu vi a jovem loira
Vi ontem à noite
Quando ela deixar-se levar em um navio
Saindo para uma terra forasteira.
Vento ateava
Às velas alvas
Como uma pomba
Que lavram suas asas 

Amigos estavam de pé
Alguns na alegria alguns estavam tristes
Enquanto ela disse adeus
Acenando seu lenço 
E eu também
À assistir seu adeus
Até a distância
Tornou tão estranho
De vez em quando eu não poderia dizer
Se eu vi
Á vela alva
Ou a espuma da onda 
E desde que a vela e o lenço
Desapareceram na água,
Todos os meus amigos ficaram com lágrimas
E eu também fiquei!

A UM AMIGO EM SUA CAMA DE MORTE

Chegou o tempo de te deixar
Daqui, o Hades que eu vejo
Eu queria te beijar
Eu desejo, mas não posso 
Só eu digo tchau
Desde que eu não vou te ver de novo
Eu quero abraçá-lo
Mas o meu braço está morto 
Pegue, sinta-me sendo frio,
Pegue, sinta-me sendo está fraco,
Eu a deixo ir toda à minha perspectiva
O Hades eu almejo por
Chegaste a hora de te deixar
Aqui está a face de Hades
Para te beijar, eu não posso
Este meu derradeiro suspiro é 

O CEMITÉRIO 

Ô Mãe, eu tenho medo
Dos Mortos possam desperta-lo
Silêncio, meu filho, os mortos
Seguram firmes em suas lápides!
Dionysios Solomos
TRAD. ERIC PONTY

GRANDE POETA GREGO DO SÈC. XX - YIANNIS RITSOS - TRAD. ERIC PONTY


Punição

Momentos – momentos
incontáveis domados 
Pelo sol de inúmeros
Então nós lhes contamos
Com à palma de uma seca de folhas de videira
Assegurámos o verão

Memória

Pai chegou em casa perto da noite ele não disse boa noite
Mãe estava preocupada com seus filhos que ela não estava prestando atenção
As crianças gostaram do seu cuidado não prestarem à atenção que ele não
Dizer boa noite
Tinha suas mãos unidas deponho atrás dele
conversaram com a chuva nos campos de colheita
Detrás da cabina do lenhador ele tinha uma espingarda de duplo cano
Em seu ombro
Ele estava perto da janela só
E quando um forte relâmpago aceso o vidro

Eu vi a cruz da janela de incisão na sua testa
Talvez tenhamos aprendido de que esta noite de separação
Talvez à mesma cruz é uma incisão desde então
Na parede do nosso silêncio aceso

Um convite

Venha as luminosas praias - ele murmurou para si –
Aqui onde as cores celebram - aspecto –
Aqui onde a família real nunca passou
com os seus carros e jornais emissários fechado
- não é bom se ver você - ele diria –
eu sou o desertores da noite
eu sou o ladrão da escuridão
eu tenho enchido minha camisa e meu bolso com o Sol
Vindo - ele queimar ás minhas mãos e meu peito vêm deixe-me,
E eu tenho algo a lhe dizer que ainda não consiga ouvir.

Não interrogues

Ela poderia estar numa discoteca portanto
Paralelepípedos do passeio depois da chuva
Ou o som de uma cisterna entornar,

Ou sedoso respingo
desagregando batendo numa rosa, 
ou você possa decidir
se a obscuridade das trevas verter lágrimas dum rouxinol ...

Eu olhei em frente e reparei como ela dormia
com o seu joelho enfiado até onde
sabia o que eu sentia não era amor, embora, de certa forma,

Na ocasião, tudo o que há e o que foi era a ternura:
O cheiro da folha, a dobra do seu joelho, o dobre
Duma capa, que se trata de uma noite quente de primavera.

Olha, quem pode dizer o que significam estas coisas?
Eles fazem os padrões em nossas vidas e tudo o que sei.
Não é sabendo que ajuda, mas eu não podia dizer-lhes porquê.

Explicação imperiosa 

Há alguns versos inteiros às vezes poemas
Cujo significado ainda não sei. O que não sei
Auxiliar ainda. E você têm o direito de perguntar. Não me pergunte.
Não sei, digo-vos.                                    
Duas luzes paralelas do mesmo centro.
O som da água Queda no inverno do transbordando esgoto
Ou o som de uma gota que caiu
De uma rosa no jardim regado 
Muito lentamente sobre Inverno à noite 
À verter lágrimas de uma ave. Não sei. 
O que esse som significa; mesmo assim, não posso aceitá-lo.

Tudo o que eu sei que vou explicar para você. 
Não consigo ignorá-lo. 
Mas estas coisas como dedo da ponta do pé adicionam à nossa vida. 
Como ela estava dormindo. Eu assisti o seu joelho quadratura da folha 
Não foi só o amor. Esse ângulo foi o ponto culminante duma ternura, 
E o perfume da folha, da limpeza e da primavera finda 
Que é inexplicável coisa que eu procurava, mais uma vez em vão, explicar ti.

Regresso 
 
As estátuas foram às primárias a sair.
Logo após às árvores, as pessoas, os animais.
O local foi totalmente só. Uma brisa soprou.
Jornais e espinhosa silvas corriam pelas ruas.
À noite as luzes se acenderam por si.
O homem voltou sozinho, lançou um olhar ao redor,
Tomou a sua chave, enterrou-a na terra
Como se ele estivesse confiando-a para um lado subterrâneo
Ou como se estivesse plantando uma árvore.
Então, ele correu para alto da escadaria de mármore
E olhou a cidade abaixo.
Cautelosamente às estátuas voltaram, uma por uma.

Teatro antigo 
Quando por volta do meio-dia ele encontrou-se 
No centro do antigo teatro Ele um jovem Grego, 
Mais imprudentes, bonito como eles, no entanto 
Deixou a fora um grito (não de admiração; ele não se sentia 
À Admiração a todos: e se ele não sentir qualquer, 
Ele certamente não teria manifestado), 
Um simples grito 
Talvez com a indomável alegria de sua juventude,
Ou a experimentar o eco do lugar. Em frente, 
À grande montanha, o eco respondeu.
O Grego o eco que não imitar ou repete 
Mas continua, muito simplesmente, a uma altura mensurável
O eterno grito do ditirambo.    

Ressurreição

Ele olha do mesmo modo observa discernido 
Pelo meio duma distância que não tem significado a todos os 
que na tolerância que não os humilham mais 
às bolas de naftalina no saco de papel 
o secar folhas de videira no balde com vazamento 
a bicicleta na calçada oposta 
repentinamente 
ele ouve o bater detrás da parede 
que mesmo um código totalmente só 
é uma batida mais profunda, 
ele se sente como um inocente que se esqueceu dos mortos 
À noite, ele não vai 
Usar tampões mais - ele vai deixá-las na 
Gaveta junto com sua empoeirada medalha o seu último sucesso 
que o máscara mais
Só que ele não conhece esse é o último.
Atenas 27-3-71
TRAD. ERIC PONTY

segunda-feira, maio 28, 2018

O SEGUNDO ADVENTO DE ZEUS - MANOLIS ALIGIZAKIS - MUSA EDITORA - 2018 - PORTUGUÊS/GREGO - TRAD. ERIC PONTY - EM BREVE

Manolis (Emmanuel Aligizakis) é Poeta grego-canadense e autor. Manolis é o mais prolífico escritor-poeta da diáspora grega. Aos onze anos, ele trasladou o poema romântico de quase 500 anos Erotokritos, agora lançado em uma edição limitada de 100 cópias numeradas e disponibilizado para colecionadores de livros raros a 5 mil dólares canadenses: o livro mais caro de seu tipo até hoje no Canadá.

Manolis (Emmanuel Aligizakis) foi recentemente nomeado instrutor honorário e companheiro da Academia Internacional de Artes, e Premiado com um mestrado para as Artes em Literatura. Ele é reconhecido por sua capacidade de transmitir imagens e pensamentos de uma maneira rica e evocativa que evoca algo profundo dentro do leitor.
 Nasceu na aldeia de Kolibari, na ilha de Creta, em 1947, mudou-se com a sua família a uma idade jovem para Salónica e depois para Atenas, onde recebeu o seu bacharelado em Ciências Políticas pela Universidade Panteion de Atenas.

Após à graduação, serviu nas Forças Armadas Gregas por dois anos e emigrou para Vancouver em 1973 (Canadá), onde trabalhou como trabalhador nas Minas de Ferro, treinador ferroviário, motorista de táxi e corretor de ações e estudou Literatura Inglesa na Universidade Simon Fraser. Ele escreveu três romances e inúmeras coletâneas de poesia, que estão sendo constantemente lançadas como obras publicadas.

Seus artigos, poemas e contos em grego e inglês apareceram em várias revistas e jornais no Canadá, Estados Unidos, Suécia, Hungria, Eslováquia, Romênia, Austrália, Jordânia, Sérvia e Grécia. Sua poesia foi traduzida ao espanhol, romeno, sueco, alemão, húngaro, francês, árabe, turco, sérvio, russo e foi publicada em forma de livro ou em revistas em vários países. No Brasil fui eu quem o descobriu.

Balada à Gorda Lily Braun-


Á Èson

Minha delicada Irmã,
Pensa no alvorecer
Em que embraveçamos, num passeio,
Adorar a valer, amar e fenecer
No país que é a tua ideia!
Os sóis róscidos.
C. BAUDELAIRE

Os pardais vis cantam na oito de dezembro,
Seu canto oco galhofeiros marinheiros,
À Carne é triste eu li todos livros arteiros,
A Balada dos enforcados quanto é taciturna.

Ô Santa Maria tende dó enforcados nó,
Levai às almas ao Santíssimo Sacramento,
Diabo avisou cuidar desvelo corpo,
À Arara no poleiro faz sábia pensar.

Do espetáculo da vida se leva Lily,
À Honra vale mais que cem mim réis,
Ou Honra vale mais que houve há um Poeta.

Só vista da vida objeta questão afinal,
Levai às Almas ao Santíssimo Sacramento,
Ó Carne é triste eu li todo Ó livros corréus.


A ESCRITORA ALEMÂ LILY BRAUN

sexta-feira, maio 25, 2018

A CANÇÃO AO TIMOR LESTE - ERIC PONTY

    “Caro Eric:
  Por isso vos pedimos que faleis aos vossos amigos na nossa luta e no sofrimento
de nosso povo, que utilizeis a vossa palavra, os vossos poemas, a vossa escrita.”
Eduardo Massa/ Timorense udttimor@unitel-1.Unitel.net(U.D.T.)


1
Lá longe vejo bem arredio daqui,
parecem ser sombras tardas gaivotas,
sobrevoando azul desta imensidão,
algaravias em asas negras destes corvos.
Ainda bem remotos que lá além vejo.
Se dádiva emanada desta nau abrolhar
qual brumas havidas que deste retrato
ou
reluz do cavaleiro deste escudo
trazendo-lhe consigo o oculto destas marcas.
Ai de mim! Ai de mim! Ai de mim!! Ai de mim!

2
No instante a pradaria se encobriu o álgido
com longas cadeias sépia marca aldeias
com súplicas passantes dos consumidos,
recitam louca Ave Maria. Calando
Em uma ode natureza humana depara
tendo de si a ríspida hoste de alaridos
ficarem solitários. Das algaravias
com cá algum dia já foram prisioneiros.

Findando hoje outrora; nunca laureados,
em campos repousados dos mortos diários;
das pradarias difusas declives clivos,
com nosso tenro obscuro infausto breu.

3
Túrgida é a voz clamar
perfaz gemida desta tarde
exilada atinge o azul
mistura-se corrente azul
dos que navegam solitários.

Túrgida é a voz submersa
prisioneira dentro da torre
naufraga contra o silêncio.

4
Quando se tem do dolo na capitania
Porque lhe seja afeito ao afoito
Querer aquinhoar certos dos prazeres
Esta época de usura e de tratados...

Quando se tem do dolo na capitania
Porque lhe seja afeito ao afoito
Querer repartir certos destes gestos
Estes foram subtraídos por mesquinhos...

Quando se tem do dolo na capitania
Porque lhe seja afeito ao afoito
Sonegado no país da menos valia
pesando o valor que e se repensa...

Quando tem deste dolo à capitania
porque lhe seja afeito ao afoito
almejar-lhe ser Judas ou Pilatos
pedir-lhe de desculpas é um erro
É em certa forma de ser julgado.

5

Longe avisto dobrar dos anos defuntos,
Nas varandas do céu em trajes surrados,
fundo emerso contente desta lembrança
deste tempo estranho forma finita,
construindo-se lugar tridimensional.

Longe observo dobrar sinos nus,
filas aglomeram das ruas esperança,
vejo pessoas, trajes surrados frígidos,
destes olhos cristãos desta redenção,
seja definitiva emergente ode.

Passo padre à paisana destes conflitos,
recitar Agnus Dei sem da orficidade,
olhando própria alma sendo-lhe sôfrega,
Em varandas ao céu, em trajes surrados,
emergindo-se fundo alegre lembrança.

6

Eis vem lá do alongado prado daqui,
trazendo-lhe consigo velhas canções,
Não sei destes lhes falam, como lhe falam,
Mui algaravias narram desta tarde.

Ai de mim que me era deste tão puro!
Ai de mim que me era de tão alegre!
Ai de mim que só sei deste que não há,
Sendo coisas de mim estas coisas mim...
Eis vêm lá do alongado prado daqui,
trazendo-lhe consigo destes bastiões,
desta tarde abre-se deste demorar.

7

É prado a quem vive nada creu na vida.
É o pranto colossal, intérmino viajante.
insta-nos, nos colige, e nos contrasta
Nas velas desfraldar nos cinéreos portos.

É prado de quem vive nada creu na vida.
É o pranto colossal, infindo viajador;
Em pradarias locais clivos passeiam das naus,
ouvindo-se ais locais das terras ermas.

E velho carcomido soberbo viajante,
rebelde espírito relapso com tudo,
ressurge e brade e blasfeme da exaltação,
Partindo destas outras terras distantes.

8

Oceano, o mar sempre começando!
Ó recompensa após desbravamento!

Sereno admirar seja-lhe de Deus.
Sim! Amplo mar delírios doirados,
fera mantilha poro à tarde
quilíades ídolos sol por ti cruzam
seguindo o designo dos destinos.

Hidra integral, liberta esta cauda.
enviando cintilante manto difuso,
coroada onda viva se arrebatou cais,
Em submersa memória lânguida efígie.

Ó galardão após era arroteado!
Ó arielesca brisa, seio de prata!

9

Este sol, meu irmão, é da tarde.
esculpido de nossa resistência.
Indomável medusa deste mar
cobrindo a sua mantilha noturna.

O Sol é qual uma pedra grito horizonte!

10

Estou a minutar do fim do mundo. Tem de sabê-lo. É habitual as árvores estremecerem.
Adquirem folhas caídas troncos rijos por ficar a muito tempo, quiçá anterior, ou antes, do sucedido. Tantas nervuras não se conseguem imaginar. Mas quê? Não tem nada a ver a árvore, e, por isto nós dispersamos contrariados dentro das nossas consciências de festins.
A vida não poderia continuar sem vento? Tudo tem de estremecer um dia? Enquanto existir um timorense nas montanhas ou em qualquer parte do mundo, haverá alma reconheça-se fazendo lugar na sombra dos galhos.
Deste país foi nosso; não é de ninguém, você me pede, após tantos anos de silêncio. Neste país não se dá boa educação, e dá arrepios. Ignoramos às apropriadas regras, e quando de fato ocorre somos pegos. Nada vemos. O que?  Se importar observar.
Nada.
No entanto nos vibramos às folhas das árvores. Tantas nervuras não se conseguem imaginar. Mas quê? Estou a minutar do fim do mundo. Tem que sabê-lo. É comum as árvores comoverem-se.

11

Oiô- iê! Oliô-iô-iê!
Alguém se deparou já desta nau
deste rubro veleiro, negro mastro?
O capitão, homem deste infante,
sem descansar atento o convés.
Ui!- uiva o vento- Oiê!

Ui!- canta nestes cabos- Oiê!
Ui!- voa flecha, vibrante,
voa, e não navega mais!

O ruído do remete idas períodos!
Infante deparar-se pode um dia,
achar do arquipélago salvador!

Permita Deus encontre esta terra
destes os nautas partem reclusos,
do soberbo viajor carcomido,
do rebelde espírito relapso tudo,
surja, clame, blasfeme à fúria,
partindo outras terras distantes.
em velas desfraldar cinéreos portos.

Ui ! uiva o vento Oiê!
Ui! canta nos cabos Oiê!
Ui! voa qual flecha,
da alma imóvel está às boas horas!

12

Pai, a noite veio na alma é tão vil,
Tanta foi à tormenta e o degredo,
Resta hoje murmúrio tão hostil,
Do mar universal com suas naus.

Ó mar salgado sempre começado,
Após tanto lamento finda lágrimas
Cruzarmos quantas almas consentidas,
Quantos órfãos bradaram breu da escuma,
Das ninfas consumiram brancas tardes
Quanto aí se temperou mar universal.

Valeu da dor? Mas há vencedores
Abandonarmos prados destes clivos
Com lamentos, banidos presságios
Fosse do nosso mar universal.

Surge ao sol em mim que desta nau
Do pendão de que é nossa língua;
Cumpriu-se Mar, o Império corroeu.
Pai ainda falta assentar-se o Portugal!

13

Os nobres e os nautas distintos
Desta Ocidental praia lusitana,
Mui além dos foram de aldeias,
Cunharam-se das glosas memórias
Daqueles se sonharam do Império,
De África e de Ásia devastando.

Somos, um dos das Ilhas vão tornando
Forasteiro da terra lugar algum
Ser tão próprios daqueles criou-nos.

Esta pequena ilha habitamos
É toda esta terra, certo império
De todos os marouços navegamos
Partem da mesma alma e exílio.

14

O homem não fenece vegetal,
Destes braços inertes destes galhos,
Põem-se a ramificar fatalidade:

Mal se assenta já lhe trafegando.
Por isto lhe tramam caixote pinho,
Vegetal está prestes a abrolhar,
Temem se ramifique com a sorte,
Destes galhos poderiam o indivíduo.

Os sonhos poder-se-ia propagar?

Gestos? Homem está a morrer tão só,
Trancafiaram a língua alcunha geo.
Exportaram dos sonhos caravelas,
Alheios mundos curtidos dos coqueiros,
Palmeiras ventilantes mais uma nau,
Do mundo se fazendo permanente,
Não mundo que está a acontecer, roído...

15
Dedico estes mártires apócrifos
Recusaram-se ao próprio do destino,
A dizer-nos na em face de sua nau,
Dormidos sem trajes ou do lençol
Polpa terra escondida desta rubra.

Dedico a estes mártires apócrifos
Silêncios tais e angústias corroídas,
Destas almas em ícones cruzados
Navegaram lhe próprio adentro exílio,
Se fizer cruzadores desatinos.

Dedico a estes mártires apócrifos
Padecidos aos gritos timorenses
Dizer-nos luso fado deste fardo,
Auroras se esvaem de dentro negro.

Dedico a estes mártires apócrifos
Dos duzentos mil ossos cobrir solo,
Estas sombras errantes eram túrgidas
Dos se perguntarem nau do infante.
ERIC PONTY

quinta-feira, maio 24, 2018

ANTOLOGIA HOMENAGENS

MEU PAI FOI PORTUGAL - AGOSTINHO DA SILVA
QUE AMOR É ESSE QUE, DESPERTO, DORME
IVAN JUNQUEIRA
I - MOVIMENTO - DENISE EMMER
QUE SABEM OS DEUSES DESSE AMOR TERRENO
IVAN JUNQUEIRA
II - MOVIMENTO - DENISE EMMER
RAIZ DO ORVALHO - MIA COUTO
O SOL DE PERMAMBUCO
JOÃO CABRAL DE MELO NETO