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segunda-feira, setembro 05, 2022

SOR JUANA INÉS DE LA CRUZ - FRAGMENTO - TRAD. ERIC PONTY

Mescla com o gracejo da erudição, e da os anos que cumpre a Excelentíssima senhora condessa de Paredes, não por muitos, senão por aumento.


Desculpado para lhe dar anos,
Madame, pareceu-me que sim,
Pois pra quitá-los das senhoras, 
Pois seria de maior benefício,
E por esta razão não lhes daria:
Mas contudo então reparei,
Que não reina nas deidades,
Na devastação dos séculos.
Assim, quantos mais anos vividos,
Que do pássaro fenício,
Viveu, não na Arábia,
Mas em símiles limpos,
(primeiro por erudição
Remeto-vos pra àquele passarinho,
Que à festa dos vossos anos,
Poderá servir de princípio);
Mais do que dores ardentes,
feltro no tronco em chamas,
De Egea, amante das ofertas.

SOR JUANA INÉS DE LA CRUZ - TRAD. ERIC PONTY


Four minutes and 33 seconds - John Cage

domingo, setembro 04, 2022

VENI, SANCTE - PAUL VERLAINE - TRAD. ERIC PONTY

PARA D. APARECIDA FRANCO

Espírito Santo, desça naqueles
De quem zombar do antigo hino,
Onde a simples botar os seus votos,
À música da mais da ingénua.
Derramar os sete dons da fé,
Verter, espírito de inteligência,
Nas almas, tudo a si mesmo,
Sobretudo amor e indulgência,
E deste gosto desta pobreza,
Tanto dos outros qual de si mesmo:
Que entendam a caridade,
Já que são a elite e são nata,
Que ponderam o seu riso tolo,
Visando, não um dogma imutável.
Mas humildes e os fracos (Ataque
Cujo capitão é o Demónio).
Em vez de profaná-la, qual réu,
Este cântico dos nossos avôs,
Deixe-os meditar, para dar-lhe,
Bom exemplo, eles, grandes senhores,
E, enquanto eles estiverem,
De construir o seu pauperismo,
De espírito e dinheiro, que reinam...
Unificarem um pouco o Catecismo.

PAUL VERLAINE - TRAD. ERIC PONTY



SONETO ATRIBUÍDO A WILLIAM SHAKESPEARE - Trad. ERIC PONTY

 PARA DEPARTAMENTO DE LETRAS DA UFSJ

TENOR MEU PAI: VICENTE VIEGAS IN MEMORIAN
 

Talvez chamá-la "casta" fosse a praga,
Que põem a fasquia nesta voraz ânsia,
Em louvor do alto vermelho e branco,
Que se distinguiu no teu firmamento!

Ali, dois astros, lindas como estrelas,
Enchê-la, derramando a pureza.
Ele próprio tinha aberto pra noite
Da arca do tesouro que duma vida.

Demostrando a tua fiel consorte,
O Dom celeste valor imparcial,
Regozijando com tanta alegria:

Um Rei pode casar-se com mais glória,
Com Sol que destas luzes invulgares, 
Mas nunca com mulher tão singular.


WILLIAM SHAKESPEARE - Trad. ERIC PONTY


sábado, setembro 03, 2022

ANTIGA FÁBRICA DE MATOZINHOS - ERIC PONTY

 Para UNIPTAN $ UFSJ



Vejo-me, em um jardim pio esteja frio,
De cujas ramagens em negros fábrica,
Sobre simples botões rosas e de azul,
Adornou com uma fonte aparente.

Estejam num grande do jardim sério,
Onde, pelos fatigados arqueiros,
Chorando em místicos riachos d´água,
Em cujo sangue das fontes feridas.

Ao som de rebeliões muitos doentias,
E frágeis flautas dulcetas das rosas,
Duma procissão de crianças tardias,
Andar por aí com graças insalubres.

II

Vejo-me, em um jardim pio esteja frio,
De cujas ramagens em negros coros,
Sobre simples botões rosas e d´azul,
Adornou com uma fonte aparente.

Estejam num grande do jardim sério
Onde, pelos fatigados arqueiros,
Chorando em místicos riachos d´água,
Em cujo sangue das fontes feridas,

Ao som das rebeliões muitos doentias,
Estejam frágeis flautas em dulcetas 
Duma procissão das crianças tardias,
Andar por aí com graças insalubres.

ERIC PONTY
POETA,TRADUTOR,LIBRETISTA ERIC PONTY

sexta-feira, setembro 02, 2022

AZUL BABEL - A ESCRITA E OS MUNDOS -- RODRIGO PETRONIO - ED LARANJA ORIGINAL

 V. A Escrita da Poesia: Eric Ponty e a Poesia em Tradução

O presente trabalho de seleção e tradução de poetas de línguas e nacionalidades diversas, levado a cabo pelo poeta e tradutor Eric Ponty, amplia o horizonte da poesia brasileira e da poesia de língua portuguesa em diversos sentidos. Em primeiro lugar, embora alguns dos poetas traduzidos sejam conhecidos do público, parte destes poemas nunca fora traduzida ao português ou encontra-se há muito fora de circulação. 

É o caso de Paul Èluard, Petrarca, Shakespeare, John Keats, Ezra Pound, Soror Juana Inés de la Cruz, George Seferis e Paul Verlaine. Os poemas selecionados por Ponty se somam ao repertório de traduções destes poetas realizadas por Onestaldo de Pennafort, Péricles Eugenio da Silva Ramos, Jamil Almansur Haddad, Guilherme de Almeida, Josely Vianna Baptista, José Paulo Paes, Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Dirceu Villa, entre outros poetas-tradutores, antigos e atuais. Desse modo, este trabalho de Ponty contribui não apenas para a formação de um cânone nacional da poesia de língua portuguesa, mas para a formação de um cânone transnacional de poesia em língua portuguesa. 

Em outros casos, a seleção mesma dos poetas produz uma leitura da tradição e um diálogo crítico com as respectivas literaturas e línguas às quais esses poetas pertencem. Ao lançar luzes sobre a poesia de Juan Boscán, François de Malherbe, Luis de Góngora y Argote e Julio Herrera y Reissing, embora cada um deles seja clássico a seu modo, além de traduzi-los, Ponty ressalta o ato mesmo da seleção. Nesse aspecto, destaca-se a escolha da poeta renascentista Gaspara Stampa, cujos belos poemas lançam luzes sobre uma voz feminina italiana do século XVI.

Os recursos de tradução utilizados por Ponty precisariam ser analisados caso a caso, conforme a língua, a forma, o gênero, a dicção e a prosódia de cada poema, de cada língua e de cada poeta. O que chama a atenção em toda obra é a ênfase conferida ao ritmo, mais do que à rima. Nesse sentido, mesmo sendo a maior parte desta antologia feita de poemas de formas fixas, com esquemas de rimas regulares, como sonetos e canções, Ponty optou por traduzi-los utilizando versos brancos (sem rima). Em outros momentos, vale-se de rimas toantes (dissonantes embora convergentes) ou assonantes (semelhantes embora de sons distintos) para sanar os insolúveis impasses entre forma e sentido, impasses estes que sempre se oferecem aos tradutores. 

Tendo isso em vista, está antologia contribui para nos mostrar novas facetas da tradução de poetas e poemas conhecidos. Ao mesmo tempo, apresenta-nos um ato crítico e criativo de organização. Ponty nos oferece assim alguns modos de abordar a poesia escrita nas respectivas línguas dos poetas. E, mais do que isso, convida-nos à infinita tarefa de criação de um cânone transnacional de poesia em língua portuguesa. Tarefa essa que tantos tradutores e tantos antologistas do passado não se cansam de nos sinalizar. Talvez esse seja o desejo, subterrâneo e compartilhado, de todos os poetas, independente das línguas e das pátrias nas quais inscreveram suas vozes. 

Rodrigo Petronio
Rodrigo Petronio nasceu em 1975, em São Paulo. Escritor e filósofo, atua na fronteira entre literatura, semiologia, narratividade e filosofia. Professor Titular da Faculdade de Comunicação da Fundação Armando Álvares Penteado [FAAP]. Pesquisador associado do Centro de Tecnologias da Inteligência e Design Digital [TIDD|PUC-SP], sob a supervisão de Lucia Santaella desenvolveu uma pesquisa de pós-doutorado sobre a obra de Alfred North Whitehead e as ontologias e cosmologias contemporâneas [2018-2019]. Autor, organizador e editor de diversas obras. Doutor em Literatura Comparada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro [UERJ]. Desenvolveu doutorado sanduíche como bolsista Capes na Stanford University, sob orientação de Hans Ulrich Gumbrecht. Formado em Letras Clássicas [USP], tem dois Mestrados: em Ciência da Religião [PUC-SP], sobre o filósofo contemporâneo Peter Sloterdijk, e em Literatura Comparada [UERJ], sobre literatura e filosofia na Renascença. Atualmente atua na FAAP como professor-coordenador de dois cursos de pós-graduação: Escrita Criativa e Roteiro para Cinema e Televisão. Criou e ministrou durante dois anos o Curso Livre de Filosofia [2015-2017] e ministra desde 2014 a Oficina de Escrita Criativa Casa Contemporânea. Há quinze anos ministra oficinas e cursos livres em diversas instituições como a Casa do Saber, a Fundação Ema Klabin, o Sesc e o Museu da Imagem e do Som [MIS], onde criou e coordenou o Centro Interdisciplinar de Narratividade [2012-2014]. Atua no mercado editorial há 24 anos [1995-2019], tendo trabalhado em para dezenas de editoras em centenas de livros como editor, preparador, revisor, copidesque, redator, tradutor e autor. Tem poemas, contos e ensaios publicados em revistas nacionais e estrangeiras. Organizador dos três volumes das Obras Completas do filósofo brasileiro Vicente Ferreira da Silva [Editora É, 2010-2012]. Coorganizador com Rosa Alice Branco do livro Animal Olhar [Escrituras, 2005], primeira antologia do poeta português António Ramos Rosa publicada no Brasil. Divide com Rodrigo Maltez Novaes a coordenação editorial das Obras Completas do filósofo Vilém Flusser pela Editora É que prevê a publicação dos primeiros vinte títulos entre 2018-2020. O livro Pedra de Luz foi finalista do Prêmio Jabuti 2006. A obra Venho de um País Selvagem recebeu o Prêmio Nacional ALB/Braskem de 2007, além de ser contemplada com o Prêmio da Fundação Biblioteca Nacional. 

RIMAS - 3 SONETOS - GASPARA STAMPA - TRAD. ERIC PONTY


Vós, que de escuta nestas rimas lúgubres,
Nestes mesmos, nos sotaques escuros,
Sons dos meus lamentos amorosos,
Meus pesares entre os outros primeiro.

Onde haverá àqueles que valorizam 
Do valor da valentia desta estima,
Glória, não perdão, de meus lamentos,
Espero achar dentre povos bem nados.

E como tua causa é tão sublime,
E ainda espero ter de lhe dizer algo,
- Já muito feliz ela, já que apoiou!

Deh, por que tanto amor, de tanta sorte,
Pois lorde tão nobre não veio a mim,
Que eu também sairia com mulher tal?

Dia estava perto quando o Criador,
Que em sua altura ele poderia ficar,
Na forma humana veio pra provar,
Do ventre virginal que sai à frente;

Quando ele dignou, meu ilustre senhor,
Por qual tenho muitas queixas dispersas,
Ser capaz de aninhar-se em local mais alto,
Ser ninho e o abrigo do meu coração;

Donde venho tão rara, tão alta fortuna,
Eu me alegro e só me abrumo tão tarde,
Me fez digna de seu cuidado eterno;

Pra futuro axiomas e esperas e olhares,
Voltei-me pra ele, de todas maneiras,
Claro e suave como sol vira e pinta.
Se de pastor for um mais grosso e tolo,
Sê o jugo ascético feito for poeta,
Que então ascendeu a um tão louva alvo,
Que quase a todas outras famas tira.

Que maravilha ele sobe e já desce,
Baixo e covarde pra anotar piedade,
Pode mais do que estudar que planeta,
Minha colina verde, premiada, alta?

Em cuja sombra sagrada, honrada,
Do meu coração, quase tempestuoso,
Toda a estupidez, toda baixeza extinta.

Este dum lugar baixo alçar, e está,
Renovar meu estilo, a veia adumbra;
Tal virtude na minha alma desperta-me!

Quando o meu Sr. Conceito for primeiro,
Todos os planetas no céu, todos astros
Dar-lhe as graças, e essas graças e essas graças,
Para que ele fosse perfeito entre nós.

Saturno dá-lhe a altura do intelecto;
Júpiter em busca destas coisas dignas,
Marte com ele tornou todos outros homens;
Febo encheu o seu peito em estilo e sentido.

Vener deu-lhe beleza e desta graça,
Do verbo do mercúrio; mas a lua,
E congelou-o mais do que desejava.

Destas muitas graças raras cada uma,
Inflamou-me com minha chama clara,
E pra o arrefecer continua a ser esse.
GASPARA STAMPA - TRAD. ERIC PONTY
POETA,TRADUTOR,LIBRETISTA ERIC PONTY

EXPONHO AS VÍSCERAS NOS VERSOS - ERIC PONTY


Exponho as vísceras nos versos ponho,
Foi pra sempre, mais do que do momento,
E as musas ainda estavam no seu auge,
É uma verdade conhecida, mas sonho.

Embora sonora, mal jus sua alma,
Apalpa a frente em alto dos pedais,
Ou a malícia ardilosa elogia falsa,
Maravilhas que lemos e louvamos.

Pois meu julgamento ainda fosse velho,
Botaria continua ao lado dos pares,
Não procuraria nomes entre àqueles;

Você é um monumento sem seu túmulo,
Ou quando usava seu boné de bobo,
Quando chegou como Apolo pra dar-nos.
ERIC PONTY
POETA,CRÍTICO,TRADUTOR IVO BARROSO LADEADO POR ERIC PONTY

quinta-feira, setembro 01, 2022

SONETO DO ARTAR - ERIC PONTY

 PARA UNIPTAN & UFSJ


Que mão vai parar seu pé fugaz terra,
Libertando a beleza de sua artata?
Não irá salvar meu amor, mas um já pranto:
De impresso em tinta preta que artata!

Se covas de impudência é derramada,
Vigor, ou seja, passividade,
É cruel, sangrento e não confiável,
Atroz, selvagem, sórdida ao artar!

Fugazes e odiados dos quase sempre,
Buscado sem motivo, quando exímio,
Odiado sem motivo, como esse artar!

Capaz de irritar qualquer um que a engole:
Em ato, uma alegria, então, um infortúnio:
Artar que não vai além do prometido!

ERIC PONTY
POETA,TRADUTOR,CRÍTICO IVO BARROSO LADEADO POR ERIC PONTY

UM CASO DE MÊTRICA - IVO BARROSO E ERIC PONTY

In memorian Ivo Barroso

Você sabe o que é moinheira ou gaita galega? Não, pois o autor destes versos sabe e muito bem, já que põe o icto obrigatório na quarta sílaba, com a certeza de quem percorreu todas as possibilidades do decassílabo. Bom, isto você sabe o que é, não? pois saiba que o Eric em seus poemas praticou tanto o sáfico (com ictos na 4ª. e 8ª. sílabas), quanto o heroico (apenas na sexta) e o pentâmetro iâmbico (nas sílabas pares). Pois ele é um jogral do verso, conhece e executa todas as piruetas, firulas e dislexias da métrica, e sua poesia (seu oceano poético por assim dizer) é um mar (isto mesmo!) de exercícios, buscas, tentativas, escorregões, equilibrismos na arte de fazer versos. No que respeita à estrofe, esse aglomerado de versos em que se divide o poema, ele vai do dístico ou parelha, ao terceto ou terza rima, do quarteto ou quadra ao quinteto ou quintilha, do sexteto ou sextilha à sétima, oitava, nona ou décima, sem falar na liberdade de criação que lhe propicia o verso moderno. No clássico, navega tanto na terza rima dantesca, quanto na oitava camoniana ou na nona spenseriana, em que os oito primeiros versos são de dez sílabas e o nono vem com doze. Além de sua intimidade com o decassílabo e suas inúmeras possibilidades, ele não se intimida com o dodecassílabo (verso de doze sílabas) e pratica tanto a sua especificidade, que é o alexandrino (verso de doze sílabas com cesura na sexta), quanto se exercita com facilidade pelo hendecassílabo, ou alexandrino espanhol ,que é constituído por dois versos de seis sílabas sem cesura.

Aqui está a sextilha denominada Áurea Dali, versada por Eric Ponty, que nos deu para exemplificar o processo de escandir um poema de versos fixos:  

A/go/ra/ sai/o ao/ jar/dim
Por/ vós/, mi/nha Áu/rea/ Da/li
Que/ já/ faz/ tan/to/ ver/so
E en/fa/da/ tan/to em/ mim!
Que/ vós/ quer/ des/te/ ca/na/lha
Tro/pel/ de/ ver/sos/ ru/ins
Tan/to/ Poe/ta/ pas/as/gei/ro
Tan/to/ tro/va/dor/ ru/ir?
Vi/lão./ Pu/ra/vi/la/nia/,
A/pe/deu/ta/ mês/qui/nho
Da/ mé/tri/ca/ tra/tados
Fiz/ an/tes/ me/ter/ Poe/ta
Tan/to/ fa/lo/ Gre/gório
Nes/as/ sex/ti/lha in/feliz
De/ Ma/tos/ só/ dá/ e/co
Nar/ci/so o/lha/ n´á/gua
Tro/pel/ de/ ver/sos/ ru/ins
Tan/to/ Poe/ta/ pas/as/gei/ro
Tan/to/ tro/va/dor/ ru/ir?
A/go/ra/ sai/o ao/ jar/dim
Por/ vós,/ mi/nha Áu/rea/ Da/li
Pois/ vós/éz/ per/gun/tas/tes
A/ es/se/ poe/ta/ pas/as/gei/ro
Eu/ a/pe/nas/ lhe/ res/pon/di
In/da/ga/ção/ ma/trei/ra
Se/ lhe/ ma/goei/ des/culpa
Fa/ço/ sex/ti/lha in/fe/liz.
POETA,CRÍTICO,TRADUTOR IVO BARROSO LADEADO ERIC PONTY

quarta-feira, agosto 31, 2022

ESTÁTUAS DA VIDA - ERIC PONTY

Assim, mortal não o impedirá viver,
Neles, através você eles ganham vida,
A rainha apaixonada então suou,
Pois sombra já não abrigava inda mais.

"Longe, forma inerte, Mármore frio",
Figura de adorno, perfil sem vida,
É uma lei da vida que você gerou,
E que o seu viva quando morrer.

Cruzeiro névoas pairam sobre o céu,
Azedando nariz, ele faz grita:
Este não é momento pra amor. Estou!

Olhando pra o casal com seu olho flama:
Poderia ser como ele, junto amante,
Em gesto de repulsa escura e densa.
ERIC PONTY
POETA,TRADUTOR,LIBRETISTA ERIC PONTY

PALHACINHOS - CÂNDIDO PORTINARI - LIED ALEXANDRE SCHUBERT - LETRA: ERIC PONTY

INTERPRETAÇÃO: JUGENDCHOR DES GOETHE-GYMNASIUMS BEIM KONZERT AM 09.06.2022
PALHACINHOS - CÂNDIDO PORTINARI
POETA,CRÍTICO, TRADUTOR IVO BARROSO LADEADO POETA,TRADUTOR,LIBRETISTA ERIC PONTY 
 

terça-feira, agosto 30, 2022

A NAMORADEIRA DO PRÉDIO EM FRENTE - ERIC PONTY

Moça do prédio em frente com janela
Que aberta que chegando a mim olhar,
Ato, uma alegria, então, um infortúnio;
Sonho que não vai além de uma promessa.

Todos sabem disso e ninguém evita,
Que do céu que os destina para inferno,
Que aberta que chegando a mim olhar,
Procura sem razão e, quando consumado.

Tão louco quando ele busca e quando ele,
Eles se amavam como dois que se amam,
Tendo essencialmente apenas um...

Almas distantes, mas unidos; Sol,
Distância sem espaço para ver,
Tão forte era o brilho do amor lembrada.
POETA, TRADUTOR, LIBRETISTA ERIC PONTY

EPITÁFIO PARA ORPHEU - ERIC PONTY

Que mão vai parar seu pé fugaz terra,
Libertando a beleza de sua enxada?
Não irá salvar meu amor, mas um milagre:
Que impresso em tinta preta brilhará.

Se em covas de impudência é derramado,
Vigor, ou seja, passividade,
É cruel, sangrento e não confiável,
Atroz, selvagem, sórdida e brutal!

Fugazes e odiados de quase sempre,
Buscado sem motivo, quando exímio,
Odiado sem motivo, como essa isca!

Capaz de irritar qualquer um que a engole:
Em ato, uma alegria, então, um infortúnio;
Sonho que não vai além do prometido!

POETA,TRADUTOR,LIBRETISTA ERIC PONTY

SONETO DA SUA POSTERIDADE - ERIC PONTY

EVERTON LADEANDO VICENTE VIEGAS E ERIC PONTY

Esculpi com matéria, sangue do ar,
Se nem pedra, nem bronze, nem mar, terra,
São poupados à triste destruição,
Sendo a beleza tem lidar com isso.

De que mal tem a verve duma flor?
E o que se opõe ao sopro do verão,
à investida implacável destes dias,
Se o tempo derruba os pórticos ferro.

Nem mesmo a rocha pode suportar?
Cruel desgosto! Quem será capaz,
Tempo irá incrustar sua melhor joia?

De que mão irá parar seu pé fugaz,
Para livrar o belo de sua enxada?
Não salvará meu amor, sendo milagre.

ERIC PONTY

quinta-feira, agosto 25, 2022

AZUL BABEL - RODRIGO PETRONIO - SÃO PAULO - PREFÁCIO SOBRE ERIC PONTY TRADUTOR

 

Rodrigo Petronio nasceu em 1975, em São Paulo. Escritor e filósofo, atua na fronteira entre literatura, semiologia, narratividade e filosofia. Professor Titular da Faculdade Armando Álvares Penteado [FAAP]. Pesquisador associado do Centro de Tecnologias da Inteligência e Design Digital [TIDD|PUC-SP], sob a supervisão de Lucia Santaella desenvolveu uma pesquisa de pós-doutorado sobre a obra de Alfred North Whitehead e as ontologias e cosmologias contemporâneas [2018-2020]. Membro desde 2017 do grupo de pesquisa TransObjetos do TIDD|PUC-SP. Autor, organizador e editor de diversas obras. Doutor em Literatura Comparada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro [UERJ]. Desenvolveu doutorado sanduíche como bolsista Capes na Stanford University, sob orientação de Hans Ulrich Gumbrecht. Formado em Letras Clássicas [USP], tem dois Mestrados: em Ciência da Religião [PUC-SP], sobre o filósofo contemporâneo Peter Sloterdijk, e em Literatura Comparada [UERJ], sobre literatura e filosofia na Renascença. Atualmente atua na FAAP como professor-coordenador de dois cursos de pós-graduação: Escrita Criativa e Roteiro para Audiovisual. Membro desde 2014 do Laboratório de Estudos Pós-Disciplinares do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo [IEB-USP]. Criou e ministrou durante dois anos o Curso Livre de Filosofia [2015-2017] e ministra desde 2014 a Oficina de Escrita Criativa Casa Contemporânea. Há quinze anos ministra oficinas e cursos livres em diversas instituições como a Casa do Saber, a Fundação Ema Klabin, o Sesc e o Museu da Imagem e do Som [MIS], onde criou e coordenou o Centro Interdisciplinar de Narratividade [2012-2014]. Atua no mercado editorial há 24 anos [1995-2019], tendo trabalhado em para dezenas de editoras em centenas de livros como editor, preparador, revisor, copidesque, redator, tradutor e autor. Trabalhou no jornal Folha de S.Paulo [2000-2002] como leitor crítico de informação. Há quinze anos colabora regularmente com diversos veículos da imprensa, sendo atualmente colunista da revista Filosofia e colaborador regular dos jornais Valor Econômico e O Estado de S.Paulo. Publicou mais de duas centenas de artigos, resenhas e ensaios em alguns dos principais veículos da imprensa brasileira. Recebeu prêmios nacionais e internacionais nas categorias poesia, prosa de ficção e ensaio. Tem poemas, contos e ensaios publicados em revistas nacionais e estrangeiras. Participou de encontros de escritores e ministrou cursos em instituições brasileiras, em Portugal e no México. É autor dos livros História Natural [poemas, 2000], Transversal do Tempo [ensaios, 2002], Assinatura do Sol [poemas, Lisboa, 2005], Pedra de Luz [poemas, 2005], Venho de um país selvagem [poemas, 2009], entre outros. É autor também Matias Aires [2012], Odorico Mendes [2013], Oliveira Lima [2014] e Pedro Calmon [prelo], ensaios críticos e biográficos destes intelectuais brasileiros, publicados pela Série Essencial da Academia Brasileira de Letras. Organizador dos três volumes das Obras Completas do filósofo brasileiro Vicente Ferreira da Silva [Editora É, 2010-2012]. Coorganizador com Rosa Alice Branco do livro Animal Olhar [Escrituras, 2005], primeira antologia do poeta português António Ramos Rosa publicada no Brasil. Divide com Rodrigo Maltez Novaes a coordenação editorial das Obras Completas do filósofo Vilém Flusser pela Editora É que prevê a publicação dos primeiros vinte títulos entre 2018-2019. Coorganizador com Clarissa De Franco do livro Crença e Evidência: Aproximações e Controvérsias entre Religião e Teoria Evolucionária no Pensamento Contemporâneo [Unisinos, 2014], conjunto de artigos acadêmicos de professores brasileiros e estrangeiros sobre as relações entre ateísmo, religião e darwinismo. O livro Pedra de Luz foi finalista do Prêmio Jabuti 2006. A obra Venho de um País Selvagem recebeu o Prêmio Nacional ALB/Braskem (2007) e o Prêmio da Fundação Biblioteca Nacional (2009).

POETA, TRADUTOR, LIBRETISTA ERIC PONTY

domingo, agosto 21, 2022

A POESIA E A MÚSICA NA OBRA DE ERIC PONTY



PARA ELUCIDAÇÃO DOS LEITORES, O PROFESSOR ABGAR TIRADO, ESCLARECE QUE NUMA COMPOSIÇÃO CLÁSSICA COMO LIED TANTO LETRA E MÚSICA TÊM PESOS ANÁLOGOS, SENDO ASSIM OS DOIS (MÚSICA E LETRA) PASSAM A SER ÚNICOS.

AINDA MAIS QUE NESTA APRESENTAÇÃO NA ALEMANHÃ EM QUE LIED VEIO EM PENÚLTIMO LUGAR QUE NUM RECITAL DESSA SE TORNANDO-A ADMIRÁVEL AO ESPETACÚLO PARA O COMPOSITOR E LETRISTA BRASILEIROS QUE É PALHAÇINHOS NA GANGORRA NESTE RECITAL ALEMÃO PASSANDO ASSIM A SER UM CÂNONE.

SE PENSARMOS SE UM LIED DE UM AUTOR SE CONSAGRA NUMA AUDIÇÃO EM JUGENDCHOR DES GOETHE-GYMNASIUMS BEIM KONZERT AM 09.06.2022, LOGO À OBRA POÉTICA DE ERIC PONTY TAMBÉM SE TORNA CONSAGRADA, QUANTO O POEMA PALHAÇINHOS NA GANGORRA NESSE RECITAL ALEMÃO SÃO UM CÂNONE TANTO ALEXANDRE E ERIC PONTY, OU SEJA DANDO FRUTOS A CULTURA MINEIRA 
  
SEGUNDO OS POETAS, CRÍTICOS, TRADUTORES, JORNALISTA IVO BARROSO E GILBERTO DE MENDONÇA TALLES, RODRIGO PETRÔNIO O POETA SANJOANENSE É ERIC PONTY.  

ISTO PARA DIZER QUE HÁ UMA NOVA PERSPECITIVA PARA UFSJ E OUTRAS UNIVERSIDADES COMEÇEM A ESTUDAR SUA OBRA NESTAS UNIVERSIDADES.

JUGENDCHOR DES GOETHE-GYMNASIUMS BEIM KONZERT AM 09.06.2022

ERIC PONTY

sábado, agosto 20, 2022

AS DOZE FACES DE LESTEU - ERIC PONTY

(INFANTOJUVENIL)



LESTEU, QUE REINAVA NUM TERRITÓRIOS DISTANTES TINHA DOIS FILHOS. LESCÊU O MAIS VELHO DA HIERARQUIA ERA TAMBÉM O MAIS FORMOSO QUE FAZIA INVEJA A TODOS NESTE TERRITÓRIOS DISTANTES.

QUANDO PASSAVA PELAS RUAS DO TERRITÓRIO À FRENTE DO SEU EXÉRCITOS LEMBRAVA O SOL COM RAIOS INTENSOS EM TODA SUA GLÓRIA SENDO QUE TAMBÉM ERA PIEDOSO. QUEM OBSERVAVA NÃO MAIS PODIA OLVIDÁ-LO, E, POR OUTROS TERRITÓRIOS ALONGADOS, RESSOAVAM EM SUA GLÓRIA.

O IRMÃO, DE LESCÊU ERA PEQUENINO E MIRRADO. ADORAVA AS PENUMBRAS, FUGIA DAS TURBAS, ESCONDIA-SE QUANDO HAVIA FESTAS. NINGUÉM SABERIA DIZER SE ERA BRAVO OU COVARDE, E, ATÉ SE PENSAVA QUE O SEU ÚNICO PRAZER É QUE FOSSE ENTÃO IGNOTO PELA PLEBE QUE PODIA RODEÁ-LO, MAS ERA NA POESIA SE ENVOLVIA EM CUJOS SONETOS TRANSCREVEMOS DE QUANDO O OUVIMOS

I

Lescéu ouvir lésbio diz apartar,
Á conversa de outras pessoas mais moças,
Esteja dentro elas que não dizem ela,
Que entreouve namoradeiras janelas.

Que subordinado não tem de supor,
Mas sejam quais forem suas razões,
Deixar pra trás amigos, posto, honras,
Em face da virtude e perfeição.

Se essa virtude licitar, já corará,
A beleza à pressa já está virtude,
Louvor destacando o requintado?

Belo é persuasivo sem discursos,
Daquela joia deve ter oculto,
Disputarem, do que a tornou mais digna.

II

Rezamos, a seus pés, todos os favores,
Que o infeliz pode merecer tais,
Jaz gemido, ferido por mil ondas,
Nenhum ofenderá seus deuses.

Não somos feitos para pilhagem,
Nem equipados para lhe fazer,
Por nossas intenções, já, desarmados,
Desgastados pela ausência de vitórias.

Esvaziaram nosso baú de esperança,
Espalhados à mercê de tais rochas,
Resto, infeliz, foi engolido abismo.

Se há algo que me machuca até a morte,
É ver que um barco naufragou no mar,
Está aparta diante nós dum monarca.

III

E inebriar o amor com seu desejo,
Que o tem em tão alta estima, esplendor,
Não morrerá de tristeza com morte,
Só ele tempo mudará seu humor.

Novos planos surgem pensamento,
Ó deus do céu, torcer destino agora,
Tirar proveito deste mal-estar
Que o dia que mereço venha já!

Ela amarra à pressa o nó de um ramo,
Qual ele então lida, com que ele suspira
Freio ornamentado: O amor é rápido!

A que sempre vejo, aonde quer que vá,
Na cama das eles atiram relâmpagos,
Estejam fazer derreter nos braços.

IV

Aqui inveja e mentiras partem som,
Me mantiveram preso em seu estado,
Abençoado é o estado humilde,
De homem do que sábio que se retira.

Deste mundo mau, mesa e casa pobres,
No campo delicioso, perfaz tarde,
Só com Deus é compassivo faz vivo,
Então aparte sozinho a vida passa.

Onde nem mesmo um pensamento chega,
Mas toda essa grandeza de alegria,
Perturbado e entristecido zelo:

Para o chão por falta de fundação,
Geralmente desmaia à pressa véu,
Mas então ele me conforta assegura.

V

Assim que o rosto do sol se fez,
Deixou pra trás gemido desta aurora,
Pois ele ri do amor e adora a busca,
Com firme cotação de seduzi-lo.

Flor cardinal, doçura que se impõe,
Pombo branco, em vez rosa vermelha,
Jurou que com sua vida o mundo acaba,
E amarrar sua nobre cabeça à sela.

Se você me concedesse isto, em troca,
O mel de mil segredos será seu.
Cá, onde não há serpentes, que se sente.

O acusa de ser imodesto achá-lo,
Assim matando o resto com um beijo.
Dum unguento terrestre pra uma deusa.

VI
Vamos fingir que eu estou feliz tudo,
Tal pensamento triste, por um tempo;
Talvez você possa me persuadir,
Que somente na apreensão verso tenha.

Dizem que o dano está na raiz da árvore,
Se se imaginam felizes aos anos,
Não será tão infeliz com passar tempo,
Sirva-me com compreensão no seu engenho.

Sagacidade nem sempre está presente,
Com o lucro achado apartes com louros,
Todos são opiniões de opiniões diversas.

Outra prova que é branca pra alguns são,
O que outro concebe como da raiva;
O que é pra o alívio, de quem está triste.

VII
Quem está triste, censura, aparta,
Pra os mais leves; quem se alegra, zomba,
Para ver a face triste em tristeza,
Bem, está verdade eles provaram:

Pra o que em um ri, causou o choro do outro,
Trinta anos já faz séculos, sem qual,
Ele acertou, é até momento apurado;
Como manda o humor, que cada um segue.

Só o mundo formado inteiro é digno,
E se doutra, de que suas desgraças,
Em quem não há razão para o nada.

E sendo iguais e variados, você 
Quer escolher o amargo ninguém 
Pode decidir o que é o que apelo.

VIII
"Proteste esteja não abrirá mais boca",
Ele arder de vergonha e ela acalma,
Bochechas de núpcias com as lamúrias,
Com o qual ele então lida, suspira;

E seus cabelos de ouro, pra secá-los,
Acusa de ser de ofendê-lo cá,
Assassina lhe o resto com um beijo,
Encha o rastelo agora ou perderá...

Forçado a afagar, a não obedecer,
Nunca dobra pescoço em batalha,
Onde quer que ele vá e onde quiser.

Que de seu peito macio não sairá,
Se ele não der um tempo de descanso,
De lágrimas que molham os cabelos.

IX

Se você, sabendo deste perigo,
Quem quer usá-la para a gorjeta,
O que é estar culpado do aço mau,
Do mau uso da mão? Não é saber busca.

Não é saber, é saber como faz,
Discursos vãs e sutis; que o saber,
Escolha do que é o mais saudável,
Sendo especular sobre infortúnios.

Examinem os presságios das aves,
Só servem para que do mal ditos,
Em trabalhos futuros, fingir que ar.

Mais formidável do que desse risco,
Daquele que, incógnito, que é sábio,
É o que sofre, naquilo que não sabe.

X

Nem sempre eles vêm a salvo de arder,
Destes voos de gênio audacioso,
Vem procurando trono deste fogo,
Encontrar uma sepultura em lágrimas.

É também um vício saber, sobre asas,
Que, se não continuar a enfrentar, céu,
Menos é conhecido procurando,
Quanto mais prejudicial é o caos.

Em sutilezas isentas, faz tarde,
Por cuidar dos curiosos que se olvidam,
Mão cultivada não impede que faça.

Se crescer até a árvore cortada,
Tirando a substância desta fruta,
Sem joios é loucura desses ramos.

XI

Nunca na onda de calor um viajante,
De sede como ela sofria de sua finta:
Para ver o remédio e não poder,
Banhar-se na água e ser vela viva!

Nunca dobrar o pescoço em batalha,
Ganha onde quer ele vá e onde quiser,
Conquistador foi-me minha conquista,
Teve arrastar correntes cor-de-rosa.

Narciso também sabia então enganar,
Sufocou quando quis beijar a ideia,
Cresce pra si mesmo, cresce em abusos.

O belo é a semente da beleza
Atenuará o calor do sol que bate;
Fazeres uma tela pra postar.

XII

Sem lastro pesado nesta passagem,
Na amenidade inútil dessa essência,
que isso importa para campo florido,
Se o outono não encontrar frutas verdes.

Outono que floreia flores em maio?
Para produzir muitas entregas, outono,
se a multidão for acompanhada,
Do prejuízo de abortar? A terra...

E para este infortúnio, pela força,
Sê do fracasso deve ser seguido,
Sendo restante, aquele que produz.

Se não há morto, então há ferido,
Quanto mais claro morto se tornar,
Quanto faz de suas ofensas céu...

ENVOLVIDOS EM CUJOS SONETOS TRANSCREVEMOS DE QUANDO O OUVIMOS, OS DEUSES AVISTARAM PORQUE GOSTAVA DE SE OCULTAR, MAS SERÁ ELE UM REI QUE VEM CORRENDO, DIZERAM OS DEUSES, E, ARGUMENTARAM SERÁ PIEDOSO; NÃO LHES OCULTEMOS NOSSOS DESÍGNIOS DIZERAM ENTRE ELES, E, DE REPENTE UM FORTE RELÂMPAGO QUE ME ACORDOU DE MANHÃ PARA MOSTRAR A REALIDADE.

POETA,TRADUTOR,LIBRETISTA ERIC PONTY

sexta-feira, agosto 19, 2022

À SOMBRA DE UM ORPHEU - ERIC PONTY

Talvez chamar "casta" seria o flagelo,
Colocam a borda nesse anseio voraz,
Que então sobressaiu em seu firmamento;
Ali, duas estrelas, belas estrelas.

Ele mesmo tinha aberto à noite,
Sê exibindo qual seu fiel consorte,
Dom divino em valor imparcial,
Nunca com pessoa tão singular.

Ó alegria é fruída rosto por poucos,
Assim sol seca com raios dourados,
Data expira antes mesmo de ter sido.

O belo é persuasivo sem discursos,
E atrai a atenção por si só que esteja,
Tais frutas queimam e nunca maduram!

POETA,TRADUTOR,LIBRETISTA ERIC PONTY

quinta-feira, agosto 18, 2022

SONETO DA NÁUSEA NORTURNA - ERIC PONTY

Estou sentir náusea, esteja, não passa,
Vem seguindo Minh alma passa em Minas,
Tendemos ser aptos pelo nos é dito,
Talvez sê a inveja de algo tão fértil.

Sê incomparável tornou malicioso,
Cujo pendente não tem que supor,
Flama escura, oculta na culpa fria,
Frutas queimam, já, nunca amadurecem!

Estou sentir náusea, esteja, não passa,
Virtude lícita, em ficar corada,
Sendo abusiva então necessária.

Mas sejam quais forem suas razões,
Face em cuja virtude e perfeição,
Destes ouvidos ansiosos, pois é dele?
ERIC PONTY
POETA,TRADUTOR,LIBRETISTA ERIC PONTY