In memorian Ivo Barroso
Você sabe o que é moinheira ou gaita galega? Não, pois o autor destes versos sabe e muito bem, já que põe o icto obrigatório na quarta sílaba, com a certeza de quem percorreu todas as possibilidades do decassílabo. Bom, isto você sabe o que é, não? pois saiba que o Eric em seus poemas praticou tanto o sáfico (com ictos na 4ª. e 8ª. sílabas), quanto o heroico (apenas na sexta) e o pentâmetro iâmbico (nas sílabas pares). Pois ele é um jogral do verso, conhece e executa todas as piruetas, firulas e dislexias da métrica, e sua poesia (seu oceano poético por assim dizer) é um mar (isto mesmo!) de exercícios, buscas, tentativas, escorregões, equilibrismos na arte de fazer versos. No que respeita à estrofe, esse aglomerado de versos em que se divide o poema, ele vai do dístico ou parelha, ao terceto ou terza rima, do quarteto ou quadra ao quinteto ou quintilha, do sexteto ou sextilha à sétima, oitava, nona ou décima, sem falar na liberdade de criação que lhe propicia o verso moderno. No clássico, navega tanto na terza rima dantesca, quanto na oitava camoniana ou na nona spenseriana, em que os oito primeiros versos são de dez sílabas e o nono vem com doze. Além de sua intimidade com o decassílabo e suas inúmeras possibilidades, ele não se intimida com o dodecassílabo (verso de doze sílabas) e pratica tanto a sua especificidade, que é o alexandrino (verso de doze sílabas com cesura na sexta), quanto se exercita com facilidade pelo hendecassílabo, ou alexandrino espanhol ,que é constituído por dois versos de seis sílabas sem cesura.
Aqui está a sextilha denominada Áurea Dali, versada por Eric Ponty, que nos deu para exemplificar o processo de escandir um poema de versos fixos:

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