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terça-feira, agosto 30, 2022

SONETO DA SUA POSTERIDADE - ERIC PONTY

EVERTON LADEANDO VICENTE VIEGAS E ERIC PONTY

Esculpi com matéria, sangue do ar,
Se nem pedra, nem bronze, nem mar, terra,
São poupados à triste destruição,
Sendo a beleza tem lidar com isso.

De que mal tem a verve duma flor?
E o que se opõe ao sopro do verão,
à investida implacável destes dias,
Se o tempo derruba os pórticos ferro.

Nem mesmo a rocha pode suportar?
Cruel desgosto! Quem será capaz,
Tempo irá incrustar sua melhor joia?

De que mão irá parar seu pé fugaz,
Para livrar o belo de sua enxada?
Não salvará meu amor, sendo milagre.

ERIC PONTY

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