De anseios infinitos nascem
ações finitas como fontes fracas,
Que se dobram no tempo e tremem.
Mas, que de outra forma se escondem de nós,
nossos alegres poderes - mostram
Nestas lágrimas dançantes
RAINER MARIA RILKE - TRAD. ERIC PONTY
De anseios infinitos nascem
ações finitas como fontes fracas,
Que se dobram no tempo e tremem.
Mas, que de outra forma se escondem de nós,
nossos alegres poderes - mostram
Nestas lágrimas dançantes
RAINER MARIA RILKE - TRAD. ERIC PONTY
Oh, como tudo está longe
e já se foi há muito tempo.
Acredito que a estrela
da qual recebo o esplendor
está morta há milênios.
Acredito no barco
que passou por aqui,
Ouvi algo ansioso sendo dito.
Um relógio bateu na casa
bateu ...
Em que casa? ...
Quero sair de meu coração
sob o grande céu.
Quero orar.
E uma de todas as estrelas
deveria realmente ainda estar.
Acho que sei,
qual é a única
durou,
qual delas, como uma cidade branca
no final do raio nos céus.
RAINER MARIA RILKE - TRAD. ERIC PONTY
ERIC PONTY POETA TRADUTOR LIBRETTISTASenhor: está na hora. O verão foi muito bom.
Coloque sua sombra nos relógios de sol,
e deixe os ventos soltos nos prados.
Ordene que os últimos frutos estejam preenchidos;
dê a eles mais dois dias de sul,
leve-os à perfeição e persiga
a última doçura no vinho pesado.
Aquele que não tem casa agora não erguerá uma.
Aquele que está só agora jazerá assim por um longo tempo,
observará, lerá, anotará longas cartas
e vagará de um lado para o outro nas avenidas
sem descanso, quando as folhas se arredarem.
RAINER MARIA RILKE - TRAD. ERIC PONTY
ERIC PONTY POETA TRADUTOR LIBRETTISTA E você espera, aguarda a única coisa
que aumenta sua vida infinda;
o poderoso, o imenso,
o despertar das pedras,
Interiores, regressados para você.
Na estante de livros
nos volumes em dourado e marrom;
e você pensa nos países percorridos,
em quadros, nas vestes
de mulheres perdidas.
E então, de repente, se dá conta: é isso.
Entâo se eleva, e diante de você está
de um ano passado
Medo, forma e oração.
RAINER MARIA RILKE - TRAD. ERIC PONTY
As folhas estão caindo, quais se viessem de longe,
feito se os jardins distantes estivessem murchando no céu;
elas caem com um gesto de negação.
E nas noites a terra pesada cai
de todas as estrelas para a solidão.
Todos nós caímos. Aquela mão ali cai.
E olhe para os outros: ela está em todos eles.
E, no entanto, há Um, que essa queda
infinitamente suave em suas mãos.
RAINER MARIA RILKE - TRAD. ERIC PONTY
ERIC PONTY POETA TRADUTOR LIBRETTISTA
Há um que toma todas elas em suas mãos,
de modo que elas escorrem entre seus dedos qual areia.
Ele escolhe a mais bela das rainhas
e as manda esculpir em mármore branco,
deitadas quietas na melodia do manto;
e coloca os reis com suas esposas,
formadas da mesma pedra que elas.
Há um que toma todas elas em suas mãos,
de modo que elas são quais lâminas ruins e se quebram.
Ele não é um estranho, pois habita no sangue,
que é nossa vida, e corre e descansa.
Não posso acreditar que ele faça algo errado;
no entanto, ouço muitos falarem mal dele.
RAINER MARIA RILKE - TRAD. ERIC PONTY
ERIC PONTY POETA TRADUTOR LIBRETTISTA
Estranho violino, quem está me seguindo?
Em quantas cidades distantes falou
sua noite solitária com a minha?
Centenas o tocam? Será que um só a toca?
Existem em outras grandes cidades
que sem
já estariam perdidos nos rios?
E por que sou sempre eu?
Por que sou sempre o vizinho daqueles
que o forçam a cantar ansiosamente
e dizem: A vida é mais difícil
do que o peso das coisas alheias?
RAINER MARIA RILKE - TRAD. ERIC PONTY
Quem chora agora em qualquer lugar do mundo
não chora por nenhuma razão no mundo,
chora por mim.
Quem ri agora em algum lugar da noite
ri à noite sem motivo,
ri de mim.
Quem agora anda em qualquer lugar do mundo
caminha pelo mundo sem motivo,
vem até mim.
Quem morre agora em algum lugar do mundo
morre sem motivo no mundo,
olha para mim
RAINER MARIA RILKE - TRAD. ERIC PONTY
A noite muda devagar suas vestes,
sustentada por uma franja de árvores antigas;
você olha: e de você as terras se separam,
uma que nasce e outra que cai;
e deixam você, não pertencendo a nenhuma delas,
não tão escuro quanto a casa que está em silêncio,
não tão tranquilamente evocando o eterno
como aquela que se torna uma estrela toda noite e se eleva;
e deixá-lo (indescritível para desvendar)
sua vida, ansiosa e gigantesca e amadurecendo,
para que ela, logo limitada e logo compreensiva,
se torne alternativa pedra em você e estrela.
RAINER MARIA RILKE - TRAD. ERIC PONTY
ERIC PONTY POETA TRADUTOR LIBRETTISTAEstou cercado de influências feito uma bandeira.
Sinto os ventos que estão chegando, tenho que vivê-los,
enquanto as coisas lá embaixo ainda não estão se mexendo:
as portas ainda se fecham suaves, e nas lareiras há silêncio;
as janelas ainda não tremem, e a poeira ainda é pesada.
Eu já conheço as tempestades e estou tão animado quanto o mar.
E eu me espalho e caio em mim mesmo
e me atiro e fico sozinho
na grande tempestade.
RAINER MARIA RILKE - TRAD. ERIC PONTY
Minha sala de estar e essa vastidão,
acordada sobre a terra noturna,-
são um só. Eu sou uma corda,
sobre amplas
ressonâncias.
As coisas são corpos de violino,
cheias de escuridão murmurante;
nela sonha o choro das mulheres,
nela se agita no sono o ressentimento
de gerações inteiras...
RAINER MARIA RILKE - TRAD. ERIC PONTY
ERIC PONTY POETA TRADUTOR LIBRETTISTA
Há um canto de pássaro na floresta seca,
que parece sem sentido nesta floresta murcha.
E ainda assim o canto do pássaro redondo repousa
nesse tempo que o criou,
amplo como um céu sobre a floresta murcha.
Tudo está harmonioso integrado ao grito.
A terra inteira parece estar silenciosa dentro dele,
o grande vento parece se aninhar nele,
e o minuto que quer continuar
é pálido e silencioso, como se soubesse de coisas
que matariam qualquer um,
ausenta dele
RAINER MARIA RILKE - TRAD. ERIC PONTY
A noite o separa de seu vizinho,
e ainda assim não deve procurá-lo.
E ilumine sua sala de estar à noite,
para olhar as pessoas de frente,
deves pensar em quem.
As pessoas ficam terrível desfiguradas pela luz
que escorre de seus rostos,
e se elas se reunirem à noite,
vê um mundo cambaleante
apinhado.
Em suas testas, um brilho amarelo
deslocou todos os pensamentos,
o vinho cintila em seus olhos,
Em suas mãos estão pendurados
os gestos pesados com os quais eles se entendem
em suas conversas;
e eles dizem: Eu e euquerem dizer: Alguém.
RAINER MARIA RILKE - TRAD. ERIC PONTY
FUI-ME; QUIS TE LARGAR ABANDONADA,
ÀS MEMÓRIAS DE AMOR QUE NOS GUARDOU
TIVESSE CONSIGO, NA EFÍGIE ECOAR,
QUIS UM ERGUER ATROZ CIUMENTAMENTE.
FUI-ME FUGA ATROZ DESESPERADA,
QUANDO SUPUS QUE NOSSO ENCONTRO FOI-SE
FUGA INFANTIL, SE AINDA ÉS MINHA INFANTA,
SINTO INTEIRAMENTE CIUMENTAMENTE.
NÃO, NÃO ME LIGO DESSE AMOR INFANTE,
NEM DESSA ANGÚSTIA ATROZ DESSA HORA ECOA,
QUE ATROZ AUMENTA QUANDO MAIS ARDO.
E HOJE ENFIM, FUGINDO DOS MEUS PASSOS,
QUE ARDEM POR ARDER SÓ QUE ANTES ARDESSEM,
ERMO SEMPRE SOFRI, MAS NÃO TEU LAÇO.
ERIC PONTY
Quero cantar para alguém,
sentar e estar com alguém.
Quero embalar e cantar para ti
e acompanhá-lo até o sono e depois dele.
Quero ser a única pessoa na casa,
que sabe: a noite estava fria.
E quero ouvir dentro e fora
Em ti, no mundo, na floresta.
Os relógios chamam uns aos outros, tocando,
e tu olhas para o fundo do tempo.
E lá embaixo, outro homem estranho caminha
e perturba um cachorro estranho.
O silêncio ecoa atrás deles. Eu tenho grandes
meus olhos para ti;
Eles o seguram gentil e o deixam ir,
quando uma coisa se move no escuro.
RAINER MARIA RILKE - TRAD. ERIC PONTY
ELEITO Silêncio, cante para mim
E bata em meu ouvido turbulento,
Leve-me a pastagens tranquilas e seja
A música que me interessa ouvir.
Não moldem nada, lábios; sejam adoráveis e mudos: 5
É o fechamento, o toque de recolher enviado
De lá, de onde vêm todas as rendições
Que só o torna eloquente.
Sejam conchados, olhos, com dupla escuridão
E descubram a luz incriada: 10
Esse tumulto que você comenta
Enrola, mantém e provoca a simples visão.
O paladar, a cabana da saborosa luxúria,
Não deseja ser lavado com vinho:
A lata deve ser tão doce, a crosta 15
Tão fresca que vem em jejuns divinos!
Narinas, seu hálito descuidado que gasta
No agitar e guardar do orgulho,
Que sabor terão os incensários
Ao longo do lado do santuário! 20
Ó mãos de prímula, ó pés
Que querem o rendimento da relva macia,
Mas vocês caminharão na rua dourada
E desalojarão e abrigarão o Senhor.
TRAD. ERIC PONTY
Eu trago uma cesta forrada de grama;
Sou tão leve, sou tão da belezas,
Que os homens devem se maravilhar quando eu passo
E a cesta que carrego comigo,
Onde, em uma folhinha verde recém desenhada 5
Flores doces eu levo, - doces para amargos.
Lírios eu lhe mostro, lírios nenhum,
Nenhum que nos jardins de César sopra.
E um marmelo na mão, nenhum
Está posto em teus ramos abaixo; 10
Não está posto, porque teus botões não nascem;
Não primavera, porque o mundo está invernando.
Mas esses foram descobertos no Leste e no Sul
Onde o inverno é o clima olvidado. -
A gota de orvalho na boca da larkspur 15
Não deveria então ser apagada?
Em charcos estrelados, eles tiraram
Essas gotas: quais seriam elas? Estrelas ou orvalho?
Teria ela em mãos um marmelo? Mas olhai:
É antes a lua que mede. 20
Eis que os céus se enlaçam com formas leitosas!
Essa era tua fileira de larkspur. - Tão cedo?
Espargiu tão célere, doce alma? - Nós vemos
Nem frutas, nem flores, nem Dorothy
GERARD MANLEY HOPKINS - TRAD.ERIC PONTY
SE TIVESSEM MANDADO UMA PALAVRA,
OCA DE NADA, NEM MESMO EXPLICANDO,
EU TERIA COM FICANDO QUE ESPERANDO,
ERA A TERNA ILUSÃO PASSAR QUE FOSSEM.
QUE IMPORTARIA À SOMBRA DA PRIMAVERA,
SE ERAS O FADO DA FLOR DESABROCHA,
SE TIVESSEM MANDADO UMA PALAVRA,
EU TERIA FICADO ATÉ AGORA AGUARDA.
NÃO MANDOU-ME NADA DISSESTES, FUI
SEM SABER QUE O DIZEM VIDA QUE ERA,
QUE BUSCANDO-SE O MUNDO OLVIDA HORA.
E POR FIM O DESTINO IRÔNICO FAZ,
HOJE, FEZ-ME À SOMBRA AO TEU OLHAR À SOMBRA,
OUVIR O ECO: AGUARDA! TARDE SE FOI.
ERIC PONTY
FUI-ME. QUIS TE QUERER ABANDONADA,
ÀS MEMÓRIAS DA GENTE NOS PRENDEU,
TRAGO COMIGO NA ALMA TORTURADA,
SOMBRA ATROZ CIUMENTAMENTE TÃO MINHA.
FUI-ME, DA FUGAZ CRUEL, DESNORTEADA,
QUANDO SUPUS QUE NOSSO ATO FALECEU,
FUGA DÉBIL, SE AINDA ÉS MINHA AMADA,
SE CONTÍNUO INTEIRAMENTE SÓ.
NÃO, NÃO LIBERTO DESSE AMOR NEFASTO,
TAL DESSA ANGÚSTIA, DESSA ALMA DESSE
CARPIR QUE AUMENTA QUANTO MAIS NEFASTA.
E AGORA CONCLUÍ, TRAZENDO DE MEUS PASSOS,
QUE PASSAM POR SOFRER ANTES PASSAR
COMO SEMPRE ARDIA NOS TEUS LAÇOS.
ERIC PONTY