A noite muda devagar suas vestes,
sustentada por uma franja de árvores antigas;
você olha: e de você as terras se separam,
uma que nasce e outra que cai;
e deixam você, não pertencendo a nenhuma delas,
não tão escuro quanto a casa que está em silêncio,
não tão tranquilamente evocando o eterno
como aquela que se torna uma estrela toda noite e se eleva;
e deixá-lo (indescritível para desvendar)
sua vida, ansiosa e gigantesca e amadurecendo,
para que ela, logo limitada e logo compreensiva,
se torne alternativa pedra em você e estrela.
RAINER MARIA RILKE - TRAD. ERIC PONTY
ERIC PONTY POETA TRADUTOR LIBRETTISTA
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