Pesquisar este blog

Mostrando postagens com marcador E _ c @ P T Y :. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador E _ c @ P T Y :. Mostrar todas as postagens

terça-feira, junho 25, 2024

NOSFERATU (Universal Studios) - XXX - Heinrich Ossenfelder - Trad. Eric Ponty

 


Este poema foi escrito pelo poeta alemão Heinrich Ossenfelder em 1748, é a primeira peça de literatura registada que apresenta um vampiro.

Minha jovem e preciosa donzela rezar,
No Insensível, veloz em forma tão firme,
Em todos ensinamentos desde sempre,
Uma filha de uma mãe sempre fida;
Tal como os vampiros imortais fel ao léu,
E neste folclórico portal do Tesse,
Tal como uma fiel inocente crê fiel,
Mas minha Christine não se demora,
E a minha amorosa defesa na hora,
Até que eu próprio vingue atrozes,
À saúde de um vampiro a beber vida,
Está flamejante em tocar tão pálido.

E tão suave dormis na janela azul,
Ouvirá então latir de cães e lobos,
A ti irei rastejando, qual serpente,
E sangue da tua vida se esvai no ente.
E assim estarás a tremer por tais juras,
Pois só assim estarei a beijar nas flamas,
E o limiar da morte tu estás a cruzar,
Com o medo, nos meus braços frios,
E por fim, pergunto-te só a ti em zelo,
Em símbolo com está instrução ao vê-la, 
De quais são dos encantos desta mãe?
Heinrich Ossenfelder - Trad. Eric Ponty

domingo, dezembro 10, 2023

Oito Sonetos de Francesco Petrarca - Trad. Eric Ponty

Tu que ouvirás em pedaços dispersos de rima
o som dos suspiros com que alimentei o meu coração
na minha primeira loucura juvenil, quando em parte
Eu era outro homem que não o que sou,

os tons cambiantes com que falo e choro,
entre as minhas esperanças vazias e dores inúteis,
que conhecem o amor por meio provação podem ganhar
o perdão, até mesmo a piedade, eu espero.

Mas agora vejo que quando eu era jovem
eu era um palavrão em todas as línguas,
pelo que frequente me sinto cheio de vergonha;

este é o fruto da minha deambulação louca,
com penitência e uma inclusão clara de uma coisa:
o prazer deste mundo é um sonho breve.

Para se vingar elegante de mim
e castigar num só dia mil ofensas,
O amor pegou no seu arco e manteve-me na mira,
à espreita e a observar secreto.

As minhas forças amontoaram-se no bastião do coração,
e atrás dos olhos para montar as minhas principais
defesas, quando o golpe fatal desceu onde
ponta de cada flecha costumava ser embotada.

Confundidos por esse primeiro ataque,
eles não tiveram a oportunidade ou o poder
para pegar em armas naquela hora desesperada.

ou guia-me sabiamente pelo caminho cansado
pela alta encosta da montanha, acima da rotina
gostariam, mas não podem guiar-me para fora.
3

Era o dia em que o raio de sol se tinha tornado pálido
com pena do sofrimento do seu Criador
quando fui apanhado (e não resisti),
senhora, porque os vossos belos olhos me prenderam.

Não me pareceu altura de estar em guarda contra
dos golpes do amor; por isso, segui o meu caminho
seguro sem medo - assim, todas minhas desgraças
começaram no meio da desgraça universal.

O Amor encontrou-me desarmado e viu o caminho
estava livre para chegar ao meu coração por meio dos olhos,
que se tornaram os corredores e as portas das fúcsias.

Parece-me que lhe fez pouca honra
ferir-me com a tua seta no meu estado
e a ti, armado, não mostrar o teu arco.

4
Aquele que mostrou a sua infinita providência
e arte por meio de uma obra maravilhosa,
que fez isto e aquilo e aquele outro hemisfério
e que criou Jovi mais suave que Marte,

que, descendo à terra, iluminou
as páginas que tanto tempo esconderam a verdade,
tirou Pedro das redes e João também,
fazendo deles uma parte do reino do Céu,

que, com o Seu nascimento, não escolheu Roma para a graça,
mas escolheu a Judeia, porque, acima de tudo
porque, acima de tudo, lhe agradou exaltar a humildade.

E agora, de uma pequena cidade, deu-nos
um sol tal que agradecemos à Natureza e ao lugar
que trouxe ao mundo está bela Senhora.
5
Quando eu invoco os meus suspiros para te chamar,
com esse nome Amor inscrito no meu coração,
em LAUDÁVEL o som do início
dos doces acentos dessa palavra.

O teu estado REgal que eu encontro a seguir
redobra as minhas forças para a alta empresa,
mas "Táctil" o fim grita, "para a sua honra
precisa de apures ombros para se apoiar do que os teus."

E assim, para LAUdare e REverenciar, a própria palavra
instrui sempre que alguém vos chama,
Ó senhora digna de todo o louvor e honra,

a não ser, talvez, que Apolo se ofenda
que uma língua moral seja tão presunçosa
de falar dos seus ramos eternamente verdes.
O meu desejo louco perdeu-se tanto
perseguindo-a, que se afastou para fugir,
e, livre e desembaraçada de todas as armadilhas do Amor,
corre facilmente à frente do meu ritmo lento

que quando eu tento chamar o desejo de volta
e levá-lo para casa por algum caminho seguro, ele se recusa,
nem o posso reunir ou pastorear
pois o Amor tornou-o desordeiro por natureza;

e quando ele me tira o bocado à força,
então submeto-me a ele e ao seu domínio;
ele leva-me para a morte contra a minha vontade.

e leva-me por vezes ao loureiro
cujo fruto amargo, uma vez colhido e consumido,
aprofunda os males em vez de os aliviar.
7

A devoração, o sono e o repouso nas almofadas
baniram todas as virtudes deste mundo,
e assim as nossas melhores naturezas, habituadas,
deixaram suas funções definharem e decaírem;

todas as luzes celestiais pelas quais vemos o caminho
para moldar nossas vidas humanas foram apagadas;
quem quiser trazer-nos riachos do Hélicon
é apontado e chamado de prodígio.

Quem é que se atenta cá com o loureiro? E quem ama a murta?
"Nua e pobre, Filosofia, vai mendigar!"
Multidão uiva cá, abismada pela sua própria ganância.

Terás poucos companheiros no teu caminho:
Por isso é ainda mais importante, amigo,
que não abandones a tua busca de grande coração.
Abaixo dos contrafortes onde ela vestiu pela primeira vez
a bela vestimenta dos seus membros terrenos-
essa senhora que muitas vezes consegue despertar do sono
o homem lacrimoso que nos envia agora para ti...

passámos as nossas vidas em paz e liberdade tranquilas,
como todos os seres vivos desejam fazer;
não temíamos, ao longo do nosso caminho
de cair em armadilhas que nos apanhassem.

Mas para o estado deplorável a que somos trazidos
da nossa vida despreocupada e para esta morte,
temos uma consolação solitária.

vingança contra aquele que nos trouxe a este fim,
pois ele permanece no poder de outra pessoa,
afrontando o seu próprio fim, preso com corrente mais forte.
CANZONE XIII.
Se ‘l pensier che mi strugge
PROCURA EM VÃO ATENUAR A SUA DOR.

Oh! se as minhas faces fossem ensinadas
Por um pensamento carinhoso e perdulário
A usar tons que pudessem falar a sua influência;
Então a querida e desdenhosa formosura
Que o meu ardor pudesse partilhar;
E onde o amor dorme agora, ele poderia acordar!
Menos vezes o monte e o prado
Que os meus pés cansados pisem;
Menos vezes, talvez, estes olhos com lágrimas deveriam fluir;
Se ela, que fria como a neve,
Com igual fogo brilhasse -
Ela que me dissolve, e converte em chama.
Já que o Amor exerce o seu domínio,
e leva o meu sentido para longe,
entoo canções rudes e inarmónicas:
Nem folhas, nem flores mostram,
nem casca, sobre o ramo,
o que é a natureza que lhe pertence.
Amor, e esses belos olhos,
sob cuja sombra ele repousa,
Descobrem tudo o que o coração pode compreender:
Quando os meus cuidados são desabafados
Em queixas e lágrimas;
que prejudicam a mim mesmo e a outros ofendem.
Doces lamentos de veia desportiva,
que me ajudaram a sustentar
O primeiro assalto do amor, as únicas armas que eu trazia;
Que me ajudaram a sustentar
De novo subjugará,
Que eu com a canção possa acalmar-me como antes?
Que o meu coração, que é de Deus
Em mim o rosto de Laura,
E, em verso, eu me esforço
Para a imaginar de novo,
Mas o esforço é vão:
O destino priva-me assim do meu consolo.
Quando um bebé desata
A sua língua gaguejando,
que não sabe falar, mas não se cala:
Assim, com palavras carinhosas, eu tento;
E o que escuto é o que diz
Por meu belo inimigo, antes que no túmulo eu durma!
Mas se, de beleza vã,
Ela me trata com desdém;
Tu, ó costa verdejante, atende aos meus suspiros:
Que eles fluam tão livremente,
Que todo o mundo possa saber,
E bem sabeis,
Que nunca um pé tão belo
O solo jamais pisou como aquele que te pisou tarde;
A minha alma afundada e o meu coração cansado
Agora te procuro, para te dar
O que é que eu quero é que tu me faças um bem.
Se em teu verde margeado,
Ou entre as tuas flores se vissem
Que os seus passos, por ali, se demorem.
A minha vida fatigada se alegraria,
amargurada por muitas lágrimas:
Ah! agora que meios me restam para acalmar o meu cuidado?
Onde quer que eu incline o meu olhar,
Que doce serenidade
Que a minha alma, que a minha alma é, se não for, é.
Cada planta e flor perfumada
Que eu colho, parece vir
De onde ela vagueava na costa do costume:
Muitas vezes neste retiro
Um lugar fresco e perfumado
Que, pelo menos, a visão da fantasia mostra:
Que a minha dor pelo menos não desprezaste!
E nunca deixar a verdade procurar
A ilusão querida para quebrar -
Ó espírito abençoado, de quem flui tal magia!
A ti, minha singela canção,
Não te pertence nenhum polimento;
Tu mesma tens consciência do teu pouco valor!
Não peças fama
Na cidade movimentada,
Mas fica na sombra que te deu à luz.
Francesco Petrarca - Trad. Eric Ponty
ERIC PONTY- POETA-TRADUTOR-LIBRETISTA

terça-feira, junho 01, 2021

PERSONA DE LUIZ DE CAMÕES _ ERIC@PONTY:

 PERSONA DE LUIZ DE CAMÕES

 

LEONOR

 

Descalça vai para ao monte

Leonor pela candura;

Vai formosa, e não atura.

 

Leva na cabeça o mote,

do gesto nas mãos que mata,

Pinta de fino escarlate,

 

Sainha de chamalote;

Traz o mesmo fruto à sorte,

Mais alva que a neve pura.

Formosura, e não atura.

Se despe a roupa a garganta,

Frigida de ouro entrançado

rosto de alvor de encarnado,

tão bela que a gente espanta

trouxe nela bosque canta

Que dá raça à formosura.

Vai formosa, e não atura.

 

LIRICA

Amor é trama que arde sem se ter,

são sibila que dói, e não faz crente;

são um viciamento que descontente,

são flor que despetala sem roer.

 

É um não poder mais que traz querer;

são um falar solitário entre a gente;

são nunca surpreender de contente;

são um velar que apanha em se reter.

 

É poder estar casto sem vontade;

é servir a quem prende, o ganhador;

é ter com quem nos ata, crueldade.

 

Mas como penar pode seu ardor

nos corações humildes amizade,

se tão diversa a si é a mesma flor.

ERIC PONTY

 

domingo, maio 30, 2021

Dedicatória: ERIC@PONTY;

 Dedicatória:

I

 

Eu sei vou lhe dedicar,

Por toda minha lide lhe dedicarei,

Em ato falso seu lhe dedicarei,

Simplesmente

Sabendo vou lhe dedicar.

 

E cada ato seu verá meu

Somente para demonstrar

Que eu irei lhe dedicar

Por toda minha lide

Em ato traidor seu lhe dedicarei,

Sabendo que irei me amargurar

Nesta eterna lide de dedicar

Na esperança para lhe demostrar

Sabendo vou lhe dedicar.

 

II

Maior o louvor nem estranho assiste,

Que o meu não mais se entrega a pureza,

E quando se sente feliz, fica mais triste,

Porque não resiste, fica descontente.

 

Tão que só ficando nos noz tardios,

Desalmada afeição não lhe gratifica,

Mais do eterno estupor em que persiste,

De uma lide já mal- aclamada.

 

Loucamente meu, refere, ferindo,

Quando a ferir clama a chama prefere,

Nesta fé ferida já tão anunciada.

 

O fel de sua lei ferindo o instante,

Deslumbrando corroer num fluindo,

Nesta dedicatória de si mesmo.


ERIC PONTY

 

sábado, maio 15, 2021

RETRATO À PÁTINA DE IVAN JUNQUEIRA: - E_ri_c@Ponty

 RETRATO À PÁTINA DE IVAN JUNQUEIRA
IN MEMORIAN
I
Vendo-lhe face arcaica já despojada,
Tal haveres de pátinas em neblinas,
Sem fados ou sem destinos – mui fartas,
Agora à língua de oceânica à escápula,
revendo-lhe a arcaica exígua nesta mágoa,
Sem grei sepultura gerir catafalco,
De longe já dos sins de suas casas,
Dentre fábulas cá tão ordinárias,
E o soberano assim compôs ameaça,
De crianças e presságios das mágoas,
Lívida a face em gume esguia de névoas,
Já de joelhos me ponho ruiva orla,
Destas vagas rasparam imago tálamo,
Frontes párias tais cruéis ao teu lado.


II

Ò Poeta que olha oras defunto,
Sendo infante acadêmico qual tantos,
Zeloso linguagem de tranças em franjas,
Calcanhares agílimos pés inquietos,
É tudo deve quais tantas: desaguar
E deste piscar ao úmido fascículo,
Que és que ungir desta saliva efêmera,
Nas sebes, pratos, ecoar patíbulos,
Reger fonemas e hipogrifos dos ritos,
Bem quis a morte harpia destas mantas,
Se ruína que vês, deposto decúbito,
Já tento porte e figura, já súbito,
O infante de si causa se fez póstumo.


III

Veio Rio tempestuoso,
A residir São João Batista,
Imortal senhor manejava,
De igual foi leis poema das rimas,
Desposara uma efígie ida,
Eram flores arcádia destas Minas,
Morte lhe sendo errante infante,
Numa tétrica era de voz brava,
Tinha consigo nobreza,
Tanto orgulho, tantas palavras,
E agora, do qual que reterá,
Se lide, só, lhe restava;
Era ele o tal Junqueira,
Traças desta memória inglória,
Rolava ao piso da catafalco,
Sua sorte lançada esvaída,
Senhor da idade dos olhares,
Deu tudo amarga que possuía: Vida!


Eric Ponty

segunda-feira, maio 10, 2021

Sapiens Sombra - ERIC _PONTY :

 

Tomai-lhes fardo deste Homem Branco,

Enviai vossos estes melhores filhos.

Ide, condenai seus filhos ao exílio

Para lhes servirem aos seus cativos;

Para esperar, com arreios, tão bravios,

Com quais agitadores e selváticos

Seus cativos, servos obstinados,

Metade demônios, metades crianças.


Rudyard Kipling

Sapiens sombra Amada com lembranças,

Ecos mortais de lhe banhar tua fronte,

Sendo eu ouvidos ponho-me tua fronte,

Teus ruídos partiram luz vibrada.


Mas sendo tais cochicos, taís murmúrios,

que, tua ausência pesa deslocada,

Diz-me à sombra, que eu friamente reflito,

Taís fatos, e revejo-me à emboscada.


E aguardo a sombra! Partes sem abrigo,

Que houve entre ti, a tua sombra abriga,

- Agora que me confesse! Ela que diga!


E sendo arrasto-a planície dos mortais,

Confusa ausência na minha mágoa,

Sapiens, não sei sombra es minha amiga.


ERIC PONTY