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sábado, maio 15, 2021

RETRATO À PÁTINA DE IVAN JUNQUEIRA: - E_ri_c@Ponty

 RETRATO À PÁTINA DE IVAN JUNQUEIRA
IN MEMORIAN
I
Vendo-lhe face arcaica já despojada,
Tal haveres de pátinas em neblinas,
Sem fados ou sem destinos – mui fartas,
Agora à língua de oceânica à escápula,
revendo-lhe a arcaica exígua nesta mágoa,
Sem grei sepultura gerir catafalco,
De longe já dos sins de suas casas,
Dentre fábulas cá tão ordinárias,
E o soberano assim compôs ameaça,
De crianças e presságios das mágoas,
Lívida a face em gume esguia de névoas,
Já de joelhos me ponho ruiva orla,
Destas vagas rasparam imago tálamo,
Frontes párias tais cruéis ao teu lado.


II

Ò Poeta que olha oras defunto,
Sendo infante acadêmico qual tantos,
Zeloso linguagem de tranças em franjas,
Calcanhares agílimos pés inquietos,
É tudo deve quais tantas: desaguar
E deste piscar ao úmido fascículo,
Que és que ungir desta saliva efêmera,
Nas sebes, pratos, ecoar patíbulos,
Reger fonemas e hipogrifos dos ritos,
Bem quis a morte harpia destas mantas,
Se ruína que vês, deposto decúbito,
Já tento porte e figura, já súbito,
O infante de si causa se fez póstumo.


III

Veio Rio tempestuoso,
A residir São João Batista,
Imortal senhor manejava,
De igual foi leis poema das rimas,
Desposara uma efígie ida,
Eram flores arcádia destas Minas,
Morte lhe sendo errante infante,
Numa tétrica era de voz brava,
Tinha consigo nobreza,
Tanto orgulho, tantas palavras,
E agora, do qual que reterá,
Se lide, só, lhe restava;
Era ele o tal Junqueira,
Traças desta memória inglória,
Rolava ao piso da catafalco,
Sua sorte lançada esvaída,
Senhor da idade dos olhares,
Deu tudo amarga que possuía: Vida!


Eric Ponty

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