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terça-feira, dezembro 02, 2025

A CIDADE MORTA - STEFAN-GEORGE- TRAD. ERIC PONTY

A ampla baía preenche o novo porto.
Toda a beleza do país é sugada por uma lua
Das paredes brilhantes e ásperas das casas.
Ruas intermináveis com a mesma ganância
A multidão negocia durante o dia e se diverte à noite.
Apenas escárnio e piedade sobem até a mãe
No rochedo acima, com paredes negras
Empobrecida, jaz olvidada pelo tempo.

A fortaleza silenciosa vive, sonha e vê
Igual sua torre se ergue em raios eternos de sol.
O silêncio protege suas imagens sagradas.
E nas ruas gramadas, seus moradores
Os membros florescem pelo meio do tecido gasto.
Ela não sente dor. Ela sabe que o dia está a chegar:
Dos palácios luxuosos
Subindo a montanha, vem um cortejo suplicante:

Uma tristeza desoladora nos assola e nos corrompe
Se não nos ajudarem, definharemos em fartura.
Concedam-nos o ar puro de suas alturas
E fontes límpidas! Deparamos descanso no pátio
E no estábulo e em cada interstício de um portão.
Aqui, valorizem como nunca viram - as pedras
Igual a carga de cem navios preciosos. Fecho
E maduração de toda a extensão do país!

Mas vem uma resposta severa: >Aqui não há dó.
O que era bom para vocês está destruído.
Apenas sete foram salvos, aqueles que vieram outrora
E aos quais nossos filhos sorriam.
A morte os atingirá a todos. Já o seu número é um sacrilégio.
Vão com a falsa pompa que repugna aos nossos meninos!
Vejam como seus pés descalços vejam quais seus pés descalços

STEFAN-GEORGE- TRAD. ERIC PONTY

  

   ERIC PONTY POETA-TRADUTOR-LIBRETTISTA 

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