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sábado, novembro 01, 2025

DOIS POEMAS - VICTOR HUGO - TRAD. ERIC PONTY

 A dona Rosita Rosa


I
Este pequeno boneco azul
Que um sopro traz e leva, 
Que, assim que dormes um pouco,
Arranha com a unha à tua porta,
É o meu sonho. Cheio de medo,
Ele se esgueira até a tua soleira.
Ele gostaria de entrar na tua casa 
Por capricho.
Se desejas ter um capricho gentil, ágil, 
E com um ar celestial,
Sob as estrelas da noite,
Meu sonho, ó bela das belas,
Combina contigo; vamos nos entender. 
Ele tem seu nome em suas asas
E o meu nome em seus joelhos.
Ele é doce, alegre, nada taciturno, 
Terno, fresco, banhado pelo azul.
Quanto à sua unha, ela é rosa, 
E eu estou arranhado por ela.

II
Aceite-o ao teu serviço. 
É um pobre sonho louco; 
Mas a pobreza não é um vício.
Nenhum coração se fecha com cadeado;
Seu coração, assim qual minha alma, 
Não está fechado e barricado.
Abra, então, abra, senhora, 
Ao meu doce sonho fugitivo.
As horas para mim são lentas,
 Pois sofro desesperado;
Ele vem pousar em sua fronte atraente 
Suas asas trêmulas.
Obedecer-te será teu desejo; 
Ele acariciará tua alma; 
Ele acenderá em ti o fogo,
E, se puder, uma chama.
Ele fará o que lhe agrada;
Pronto para ver teus desejos nascerem; 
Belo, ele será teu servo,
Até que ele seja teu mestre.

Bela Imperiosa

 
O amor, pânico 
Da razão,
Comunica-se
Pelo arrepio.
Deixe-me dizer,
Não conceda nada.
Se eu suspiro,
Cante, está bem.
Se eu jazer triste aos seus pés 
e chorar, tudo bem,
ria.
Um homem muitas
vezes parece enganador. 
Mas se eu tremo, bela,
tenha medo.

VICTOR HUGO - TRAD. ERIC PONTY

 

     ERIC PONTY POETA-TRADUTOR-LIBRETTISTA

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