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sábado, outubro 18, 2025

Poemas - Victor Hugo - Trad. Eric Ponty

 Insondável, imutável, eterno, irrestrito;

Insondável, imutável, eterno, irrestrito;
Face da visão; ser sempre criador;
Centro; resplendor do temor sagrado;
Onipotência com deveres e leis;
Presença sem figura, sem limite e sem voz;
Sozinha, para o prisma com vastidão serena;
Olhando com ele olhar para um pulgão arrasta consigo,
O que um verme devora, o que um cirão constrói,
E o enxame de sóis na noite;
Vontade, da qual o mundo se ergue em jatos vivos,
Cujos materiais são a noite e o silêncio,
O vazio, o nada, o nada; e como tela
Com infinito refletindo por vagos Jeovás;
Pensamento que conduz, luminoso, a prodígios;
Eu, no abismo onde tudo caio, tonto;
Essência inexprimível na qual tudo se funde;
Um redemoinho de sombra e luz no fundo
De algo grande, esplêndido e escuro;
Uma floresta de faculdades sem número;
Ela está lá, formidável, única, ilimitada,
Comovendo os céus com sua enormidade;
E, sob o imenso e nebuloso pórtico do abismo,
No grau mais negro do caos, no topo,
Todos os seres criados, acima, abaixo, em toda parte,
Astros, globos, édens, infernos, todos fervendo,
Rochas, vulcões, montanhas, mares tempestuosos,
Almas, espíritos, multidões nebulosas,
A fera na floresta, o anjo no éter azul,
Curvem-se aterrados diante do horror de Deus.

 Janeiro voltou. Não tema, nobre mulher!

Janeiro voltou. Não tema, nobre mulher!
Não se importe com o ano que está 
passando e com aqueles que passarão!
Meu amor sempre jovem está medrando em minha alma;
Teu encanto sempre jovem está em flor em tua cabeceira.
Seja sempre séria e gentil, ó tu que eu idolatro;
Que tua humilde auréola deslumbre os olhos!
Como leite puro derramado em um vaso de alabastro,
Se encha teu coração religioso de dignidade.
Enfrente a passagem do tempo. tua beleza a protege.
Enfrente o inverno. Logo maio estará de volta.
Deus, para apagar a idade e derreter a neve,
Nos devolverá a primavera e nos deixará com amor.


Eu estava contando uma história

Eu estava contando uma história
Para quatro ou cinco crianças, um público seleto,
E eu estava, eu acho, no seguinte ponto:
"... Em um momento em que Deus estava de costas, o diabo
Entrou, silencioso e amigável,
Como muitas vezes faz, atrás do bom Deus;
Ele cortou um pedaço de tecido azul do céu,
E, para ocultar a fenda, botou uma nuvem sobre ela... "
Jeanne me obstruiu. - Vamos, Jeanne, comporte-se,
disse George, velado no demônio e em Deus;
Estamos ouvindo, fique quieta.
 - Jeanne não se arrenegar-se com isso.
- Pensei que o céu fosse feito de seda", disse ela.

Eu o amo, com olhos cândidos e ar masculino,

Eu o amo, com olhos cândidos e ar masculino,
Teu lenço siamês e teu pescoço bronzeado,
Com teu riso e tua alegria,
Entre a Liberdade, rainha dos olhos orgulhosos,
E a Fraternidade, doce anjo abrindo tuas asas,
Meu empate camponês!


Todos os homens são homens; e não mais do que os céus


Todos os homens são homens; e não mais do que os céus
A lei não tem margens;
Minha liberdade sombria sente o peso monstruoso
De toda escravidão.
Com cada prisioneiro eu me sinto enclausurado;
Suas correntes são nossas;
Guerra contra os reis! Libertação! Um povo oprimido
Oprime todos os outros.

Victor Hugo - Trad. Eric Ponty

   ERIC PONTY POETA-TRADUTOR-LIBRETTISTA

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