Em um deleite puro e sem passagens,
Saibas, por uma sutil mentira,
Mantenha minha asa em tua mão.
Um frescor de crepúsculo
Chega até te a cada batida
Cujo curso cativo te recua
O horizonte suavemente.
Vertigem! Aí vem o latejo
Espaço qual um grande beijo
Que, louco não nascer pra ninguém,
Não pode jorrar nem amortecer.
Sentes o paraíso feroz,
Como um riso enterrado,
Do canto de sua boca
Nos imos da dobra unânime!
O cetro das praias cor-de-rosa
Estancado em noites douradas, és,
Voo alvo e unido que te assenta
Contra o fogo de um bracelete.
STÉPHANE MALLARMÉ.-TRAD. ERIC PONTY
ERIC PONTY POETA-TRADUTOR-LIBRETTISTA
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