I
É uma alegria entre as horas de inverno
Mergulhar na janela gelada,
Contemplar: as pétalas cintilam e coruscam
Abrir um beco onde nossos sonhos possam viver.
Acordar. A manhã pura irrompe e ri,
É a hora do êxtase de viver sob o sol calmo,
E nada, exceto em sonhos, no jardim claro, nenhum som
Mas um lento tremor vão, Ó palmas!
Veja o vida nova e o florescimento no vasto silêncio
Que seu olhar anima, tremendo de amor,
0 querido eu, o antigo e excitado ardor,
Com o qual a paz de meu fundo amor o invade.
II
No passado, soia dizer com palavras melancólicas,
Adorei a sombra trémula das árvores altas
Que inclinam a sua folhagem sobre as margens
Do riacho com seu murmúrio claro entre as pedras;
Eu adorava a paz assonorentada, onde a aldeia
Durante os dias, durante as horas,
No pacífico olvido da vida,
Se estica sem saber nem mesmo de sua felicidade;
No passado, sonhávamos nossa passagem pelos prados,
Silencioso como as feras e as gramíneas,
Dedos enredados, e meus olhos aprontando seus pensamentos,
Ambos, sozinhos, triunfantes e soberbos,
Disjuntos, e ainda mais magníficos por isso!
No passado! E já é passado
Aquele tempo despreocupado de envenenar-se frívola;
Dantes! Mas rejeite a memória
Pesada como um manto, e se endireite.
Seu orgulho em relação ao futuro:
O que importa? O que era é apenas pó,
O pó vil das estradas
Mancha menos os pés descalços e feridos que as arrastam
Não vamos nos cansar em busca do amanhã!
Qual é apego disso? Tempo presente, tempo passado.
O que já passou não existe mais,
E apenas o futuro nos prende;
Tudo o que flui e escorre
Em vão se acumula:
Desfrute de uma ocasião; deixe-o fugir, se ele fugir:
Você gosta do dia, ele é a noite;
O dia renascerá ao alvorecer
E nossa alegria voltará a faiscar
Se amanhã o sol surgir e cintilar
Em nossa esperança, entre a multidão e a cidade
Onde o fermento e o barulho
Confusamente, em estranha fartura, ao encanto
Universal da vida.
Então! o homem trêmulo, qual uma folha,
Esperta para saudar a aurora e dá as boas-vindas
Qual um irmão, à sua glória o sonho:
0 Sonho,
Um sonho que amanhecerá amanhã...
Vamos olvidar o passado, vamos sonhar, dê-nos suas mãos.
ANDRÉ FONTAINAS- TRAD. ERIC PONTY
Nenhum comentário:
Postar um comentário