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sexta-feira, outubro 24, 2025

DOIS POEMAS CURTOS EM DEDICAÇÃO - ANDRÉ FONTAINAS- TRAD. ERIC PONTY

 I


É uma alegria entre as horas de inverno 
Mergulhar na janela gelada, 
Contemplar: as pétalas cintilam e coruscam 
Abrir um beco onde nossos sonhos possam viver.

Acordar. A manhã pura irrompe e ri, 
É a hora do êxtase de viver sob o sol calmo, 
E nada, exceto em sonhos, no jardim claro, nenhum som 
Mas um lento tremor vão, Ó palmas!

Veja o vida nova e o florescimento no vasto silêncio 
Que seu olhar anima, tremendo de amor, 
0 querido eu, o antigo e excitado ardor, 
Com o qual a paz de meu fundo amor o invade.

II


No passado, soia dizer com palavras melancólicas, 
Adorei a sombra trémula das árvores altas 
Que inclinam a sua folhagem sobre as margens 
Do riacho com seu murmúrio claro entre as pedras; 
Eu adorava a paz assonorentada, onde a aldeia 
Durante os dias, durante as horas, 
No pacífico olvido da vida, 
Se estica sem saber nem mesmo de sua felicidade; 
No passado, sonhávamos nossa passagem pelos prados,
Silencioso como as feras e as gramíneas, 
Dedos enredados, e meus olhos aprontando seus pensamentos, 
Ambos, sozinhos, triunfantes e soberbos, 
Disjuntos, e ainda mais magníficos por isso!
No passado! E já é passado 
Aquele tempo despreocupado de envenenar-se frívola; 
Dantes! Mas rejeite a memória 
Pesada como um manto, e se endireite.
Seu orgulho em relação ao futuro: 
O que importa? O que era é apenas pó, 
O pó vil das estradas 
Mancha menos os pés descalços e feridos que as arrastam
Não vamos nos cansar em busca do amanhã!

Qual é apego disso? Tempo presente, tempo passado. 
O que já passou não existe mais, 
E apenas o futuro nos prende; 

Tudo o que flui e escorre 
Em vão se acumula: 
Desfrute de uma ocasião; deixe-o fugir, se ele fugir:
Você gosta do dia, ele é a noite; 
O dia renascerá ao alvorecer 
E nossa alegria voltará a faiscar
Se amanhã o sol surgir e cintilar 
Em nossa esperança, entre a multidão e a cidade 
Onde o fermento e o barulho 
Confusamente, em estranha fartura, ao encanto
Universal da vida. 
Então! o homem trêmulo, qual uma folha, 
Esperta para saudar a aurora e dá as boas-vindas 
Qual um irmão, à sua glória o sonho: 
0 Sonho, 
Um sonho que amanhecerá amanhã... 

Vamos olvidar o passado, vamos sonhar, dê-nos suas mãos.

ANDRÉ FONTAINAS- TRAD. ERIC PONTY

 

 ERIC PONTY POETA-TRADUTOR-LIBRETTISTA

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