Havia um menino; que o conheciam bem, teus penhascos
E ilhas de Winander!---muitas vezes,
Ao anoitecer, quando as primeiras estrelas começavam
A se mover ao longo das bordas das colinas,
Nascendo ou se pondo, ele ficava sozinho,
Sob as árvores ou junto ao lago cintilante;
E ali, com os dedos entrelaçados, ambas as mãos
Premidas palma a palma e em tua boca
Altivo, ele, como por meio de um instrumento,
Soprava pios mímicos para as corujas mudas,
Para que elas lhe respondessem.
E elas gritavam pelo vale aquoso, e gritavam idêntico,
Respondendo ao teu chamado, com pios trêmulos,
E longos sussurros, gritos e ecos altos
Redobrando e redobrando; um concurso selvagem
De jocundo alarido! E, quando chegava uma pausa
De silêncio tal que desafiava tua melhor habilidade:
Então, às vezes, nesse silêncio, enquanto ele ficava
Ouvindo, um choque suave de leve surpresa
Levava para dentro de teu coração a voz
Das correntes das montanhas; ou a cena visível
Entrava em tua mente sem que ele percebesse
Com todas as tuas imagens solenes, tuas rochas,
Teus bosques, e aquele céu incerto recebido
No seio do lago firme.
Esse menino foi tirado de teus companheiros e morreu
Na infância, antes de completar doze anos de idade.
Preeminente em beleza é o vale
Onde ele nasceu e foi criado: o pátio da igreja está pendente
Em uma encosta acima da escola da aldeia;
E, quando meu caminho me levou por esse pátio
Nas noites de verão, creio que ali
Por uma longa meia hora fiquei parado
Mudo - olhando para o túmulo em que ele jaze!
WILLIAM WORDSWORTH - TRAD. ERIC PONTY
ERIC PONTY POETA-TRADUTOR-LIBRETTISTA
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