A rocha negra, irada quando a brisa passa por ela
Não se detém sob mãos piedosas
Sentindo sua semelhança com os males humanos
Como se quisesse abençoar algum mofo fatal.
Aqui, quase sempre que o pombo-torcaz arrulha
Esse luto imaterial oprime com muitas
Dobras núbias a estrela madura dos amanhãs
Cujo brilho prateará a multidão.
Quem procura, através do salto solitário
De nosso vagabundo -entre versos e rimas
Verlaine? Verlaine está escondido entre a grama
Surpreendendo apenas a ingênua concordância
O lábio sem beber ou secar o hálito
Um riacho raso caluniava a morte.
Stéphane Mallarmé - TRAD.Eric Ponty
ERIC PONTY POETA-TRADUTOR-LIBRETTISTA
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