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quarta-feira, maio 07, 2025

LE VIEILLARD DU GALÈSE - VICTOR HUGO - TRAD.Eric Ponty

 Atque equidem, extremo ni jam sub fine laborum
Vela traham, et terris festinem advertere proram, etc.
(Géorgiques, liv. IV.)


Se meu navio já estivesse pronto para tocar a costa,
Não estivesse voltando seus esforços para o objetivo desejado,
Poeta do jardim, eu poderia cantar
O cultivo de flores e a rosa do campo.


Eu descreveria o acanto arredondado em berços,
A endívia, inchando com o suco de riachos límpidos,
A murta, amante das águas que sombreia,
Os contornos tortuosos do enorme pepino,


O narciso tardio, a salsa verde e fresca,
E a hera rasteira com a qual o carvalho é coberto.
Para as planícies de Galesis, onde, negras e arenosas,
Rola em campos dourados sua onda sedosa,


Sob as torres de Aebalie, havia, eu me lembro,
Um velho pacífico de poucas posses.
Era um lugar deserto, um pasto seco,
hostil às videiras jovens, rebelde à lavoura;


O velho sábio semeou, nesses prados espessos,
Vegetais entre os cardos, E pensou, cultivando
 lírios e verbena, Ser igual aos reis em seu humilde domínio.
À noite, quando voltava para casa, saboreava sem tédio


Pratos simples e puros que ele devia somente a si mesmo.
O primeiro na primavera, o primeiro no outono,
Ele colhia os presentes de Flora e Pomona;
E quando o triste inverno, quebrando as rochas endurecidas,


Pôs um freio gelado nos riachos espessos,
Já podando a fronte do ainda tenro acanto,
Apressou os zéfiros que se cansaram de esperar.
Além disso, sobre mil enxames ele estendeu seus direitos,


Favos de mel cheios de mel espumavam sob seus dedos;
No outono, cada árvore com ele é colorida
Com tantos frutos novos quanto ele viu florescer.
Ele plantou a tília ao lado do pinheiro resinoso,
E enxertou a ameixeira em um arbusto espinhoso;


Em casa, submetendo-se à linha que o alinha,
O plátano sombreia os brotos da videira;
E só ele sempre foi capaz de transplantar sem esforço
Pereiras já velhas, olmos já fortes.


Mas devo me voltar para outros assuntos,
Deixo um vasto campo para quem quiser me seguir.

VICTOR Hugo - TRAD.Eric Ponty

ERIC PONTY POETA-TRADUTOR-LIBRETTISTA

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