A natureza, um templo no qual os pórticos
estão ardendo, às vezes dá palestras confusas.
Os bosques figurativos pelos quais o homem caminha
olham de volta para ele com olhos compreensivos.
Tons, sons e perfumes desconcertam os sentidos,
assim feito ecos distantes que se fundem
em uma síntese profunda e nebulosa
vasta como a luz do dia e a penumbra da noite.
Há perfumes frescos como a pele de um bebê,
doces sons de um oboé e verdes como a grama,
enquanto outros são corruptos, imperativos.
Sendo-lhe capazes de infinitas extensões,
feitos âmbar gris, almíscar, incenso, Benjamin,
que cantam o êxtase da alma e dos sentidos.
CHARLES BAUDELAIRE - TRAD. Eric Ponty
ERIC PONTY - POETA - TRADUTOR - LIBRETTISTA
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