Treme, túmulo de luz... Um sopro te ama, Sauce,,
que faz tremer em ti o sonho dos ombros...
Sorriso?.... ou este suspiro, tão simples e repentino
que exalo por amor a este jardim flutuante.
O meu olhar nas suas flores zomba do mal da espera
passos, voz, mão, todo o ser tão terno então,
que Tu és todo meu que eu sinto transformar,
a quem a hora que morre pode de repente unir-me
e que vem!... eu sinto-o...
A minha boca acolhe-te enfim!
Põe na alma a aproximação do tremor das folhas
e os meus olhos, ainda cheios de folhagem e de dia,
veem-te atrás de mim, toda rosa de amor...
Treme, túmulo de luz! Um sopro te ama, Sauce...
Mas eu não preciso mais sonhar com ombros...,
e a respiração já não é a respiração de um único coração.
Morre o tempo vencido, e o beijo conquistador
Da ausência sem nome da qual um nome me liberta,
em longos goles bebe na sombra esse fogo que nos faz viver!
PAUL VALÉRY - TRAD. ERIC PONTY
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