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sábado, julho 20, 2024

Pequenos Esboços Para Árcade de Alcipe - Eric Ponty


P/Ivo Barroso e aos atuais Marqueses de Alorna

Amor, que teço com teu fio? que traço
Com teu raio, um risco, uma rosácea?
Poemas de Amor – Visitações de Alcipe
–Ivo Barroso

I

Perdoe senhora por este indelicado
tempo que ruge em meio a barbárie
por estas palavras ríspidas soadas
por detrás dos raios solares da tarde.

Nobre árcade de Alcipe, flor exilada,
que exala ainda mais seu perfume,
nos onze anos no londrino convívio 
por ser rude os homens da terra.

Que bela e refinada tez imortal,
faces alvas que lembram a lua
quando atingidas pelos raios do sol,
e de cujas palavras ainda ressoam,
por este tempo sem gloria e aura.

Perdoe senhora, pelos rudes versos,
de metáforas de tonalidades toscas.

II
 
Passaram-se os anos e a arrogância, não;
Passaram-se os déspotas, e a intolerância, não;
Passaram-se os Deuses, e o fanatismo, não;
E o teu grito ainda soa vivo por estas Campinas,
por estas verdes paradas daí ou daqui, por
estes outros portugais que se entregam a mingua,
por não terem sido agraciados com seu olhar.   

O tempo é a nossa matéria e imortalidade,
bárbaros predadores naturais, que se disfarçam,
com tantos personagens, quando numa peça,
cujo fim é sempre burlesco e sem vida.

III

Deponho-me aqui ante sua memória
Leonor de Almeida Portugal Lorena e Lencastre,
cujos versos ainda repercutem como um eco
de suas delicadas mãos tingidas pela aurora.
Eric Ponty
ERIC PONTY - POETA - TRADUTOR - LIBRETTISTA

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