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quarta-feira, julho 24, 2024

A garota espanhola - LORD BYRON - ERIC PONTY

Oh, nunca mais fale comigo sobre isto,
De climas do norte e damas britânicas;
Não foi teu destino ver,
Como eu, a adorável garota de Cádiz.
Embora teus olhos não sejam azuis,
Nem suas madeixas sejam belas, como as inglesas,
Até que ponto sua própria cor expressiva
O lânguido olho azul supera!

Como Prometeu, ela roubou do céu
O fogo que por meio daqueles cílios de seda
Nos olhares mais sombrios parece rolar,
Dos olhos que não conseguem ocultar teus lampejos:
E ao longo de teu peito
Em um fluxo alongado de suas tranças de corvo,
Você poderia jurar que cada mecha de cachos poderia sentir,
E se enrola para acariciar teu pescoço.

Nossas moças inglesas são difusas para saudar,
E frígidas até na posse;
E se teus encantos são belos de se ver,
Teus lábios são lentos na confissão do amor;
Mas, nascidas sob um sol mais aceso,
A donzela espanhola é um amor corrigido,
E quem, - quando com afeto, exatamente conquistada, -
O encanta como a moça de Cádiz?

A empregada espanhola não é uma coquete,
Nem gosta de ver um amante tremer
E se ela ama, ou se ela odeia,
Não sabe afetar.
Teu íntimo jamais pode ser comprado ou vendido.
Por mais que bata, bate com lisura;
E, embora não se curve ao ouro,
Ele o amará por muito tempo e o amará muito.

A garota espanhola que encontra teu amor
Jamais o provoca com uma falsa negação,
Pois todo pensamento está voltado para corroborar
Sua paixão na hora da provação.
Quando inimigos em grupo ameaçam a Espanha,
Ela se atreve a cometer o ato e partilha o perigo;
E se teu amante pressionar a planície,
Ela arremessa a lança, vingadora de teu amor.

E quando, sob a estrela da noite,
Ela se mistura ao alegre Bolero,
Ou canta com teu violão afinado
De cavaleiro cristão ou herói mouro,
Ou conta suas contas com mão de fada
Sob os raios cintilantes de Hesper,
Ou se junta à banda coral da Devoção,
Para cantar a doce e santificada véspera; -

Em cada um de teus dotes, o íntimo deve se mexer
De todos os que se ousam a contemplá-la;
Então, que as moças menos belas não censurem
Porque teu peito não é mais frio:
Por muitos climas tenho andado
Onde há muitas moças suaves e meigas,
Mas nenhuma no exterior, e poucas em casa,
Pode se igualar à moça de olhos escuros de Cádiz.
LORD BYRON - TRAD. ERIC PONTY
ERIC PONTY - POETA - TRADUTOR - LIBRETTISTA

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