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quarta-feira, junho 19, 2024

To a Skylark (1820) - PERCY BYSSHE SHELLEY - Trad. Eric Ponty

P/ Moema
Salve senhor, espírito alegre,
Pássaro que senhor nunca foi
Que do céu, ou perto dele,
Derrama seu coração pleno
5 Em profusos cantos de arte não premeditada!
Mais alto e mais alto ainda
Da terra o senhor brota
Como uma nuvem de fogo;
O azul profundo o senhor alça voo,
10 E cantando ainda se eleva, e subindo sempre canta.
Mais alto e mais alto ainda
Da terra senhor brota
Como uma nuvem de fogo;
As profundezas azuis senhora alça voo,
10 E cantando ainda te elevas, e subindo sempre cantas.
No relâmpago dourado
Do sol que se põe
Sobre o qual as nuvens estão brilhando,
Senhor flutua e corre;
15 Como uma alegria sem corpo, cuja corrida está apenas começando.
A pálido púrpura
Derrete-se em torno de sua luta;
Como uma estrela do céu
Em plena luz do dia
20 Senhor não é visto, mas ainda assim eu ouço seu prazer estridente.
Afiadas como as flechas
Daquela esfera de prata,
Cuja intensa lâmpada se estreita
Na clara aurora branca,
25 Até que mal vemos - sentimos que ela está lá.
Toda a terra e o ar
Com sua voz é alta,
Como quando a noite está nua,
De uma nuvem solitária
30 A lua derrama seus raios, e o céu é inundado.
O que senhor é, nós não sabemos -
O que é mais parecido com senhor?
Das nuvens do arco-íris não fluem
Gotas tão brilhantes para ver
35 Como de tua presença cai uma chuva de melodia.
Como um poeta abrigado
Na luz do pensamento,
Cantando hinos sem ser solicitado
Até que o mundo se forme
40 Para simpatizar com esperanças e 
medos, ele não deu atenção;
Como uma donzela de alta estirpe
Na torre de um palácio,
Acalmando sua alma
Alma em hora secreta
45 Com música doce como o amor, 
que transborda de seu abrigo;
Como um verme dourado
Em um vale de orvalho,
Espalhando-se sem ser sustentado
Em um tom atrial
50 Entre as flores e a grama, que o protegem 
da vista;
Como uma rosa envolta
Em suas próprias folhas verdes,
Desfolhada pelos ventos quentes,
Até que o aroma que exala
55 Faz desmaiar, com demasiada doçura, as pesadas asas
Quais ladrões –
Som das chuvas de primavera
Na grama cintilante,
Flores despertadas pela chuva -
Tudo o que sempre foi
60 Alegre, clara e fresca, sua música supera!
Ensina-nos, duende ou pássaro,
Que doces pensamentos são os seus;
Nunca ouvi
Elogios ao amor ou ao vinho
65 Que ofegasse um alimento de êxtase tão divino.
Coro hinário,
Ou canto triunfal,
Comparado com o teu, seria tudo
Mas uma vanglória vazia,
70 Uma coisa em que sentimos que há 
alguma carência oculta.
Que objetos são as fontes
De sua feliz tensão?
Que campos, ou ondas, ou montanhas?
Que formas de céu ou planície?
75 Que amor por sua própria espécie? 
Que ignorância da dor?
Com sua alegria nítida e aguda
A languidez não pode existir;
Sombra de aborrecimento
Nunca se aproximou de ti!
80 Senhor ama - mas nunca conheceu 
a triste saciedade do amor.
Acordado ou dormindo,
Senhor da morte deve considerar
Coisas mais verdadeiras e profundas
Do que nós, mortais, sonhamos,
85 Ou como suas notas poderiam fluir 
em uma corrente tão cristalina?
Nós olhamos antes e depois,
E ansiamos pelo que não existe:
Nosso riso mais sincero
Com alguma dor está repleto
90 Nossas canções mais doces
são aquelas que falam dos pensamentos mais tristes.
Mas se pudéssemos desprezar
O ódio, o orgulho e o medo;
Se fôssemos coisas nascidas
Para não derramar uma lágrima,
95 Não sei como poderíamos 
nos aproximar de sua alegria.
Melhor do que todas as medidas
De sons deliciosos
Melhor do que todos os tesouros
Que se encontram nos livros,
100 Tua habilidade de poeta foi, 
campesina da terra!
Ensine-me metade da alegria
Que sua mental deve conhecer,
Essa loucura harmoniosa
De meus lábios fluiria,
105 O mundo deveria ouvir então, 
como estou ouvindo agora.

PERCY BYSSHE SHELLEY - Trad. Eric Ponty
ERIC PONTY POETA - TRADUTOR - LIBRETTISTA

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