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quinta-feira, junho 20, 2024

Descobri que estou cancelado pelas editoras: Morto-Vivo

P/ DONA APARECIDA FRANCO
Quanto mais meu último dia se aproxima,
Servindo-se pra encurtar a duração da miséria humana,
mais eu vejo como o tempo corre célere e leve,
minha esperança nele é ilusória e vã.

Eu digo aos meus anexins: "Não temos muito o que fazer
falando de amor, pois agora o mais pesado,
mais sólido fardo terrestre, como a neve fresca
está derretendo, o que finalmente nos trará descanso:

"pois com esse peso cairá a esperança esvazia
que nos manteve em êxtase por tantos anos
e todos os nossos risos, choros, raiva e medos;

"Então reconheceremos claros como todos os
mortais estão lutando por um prêmio duvidoso
e ah, quantas vezes soltamos suspiros inúteis."

Já no céu do leste ardia a estrela do amor, 
enquanto no norte gelado pelas sombras,
as outras, causa da ira ciumenta de Juno,
estavam girando seus raios resplandecentes;

a pobre mulher idosa, levantando-se para fiar,
meio vestida e descalça, agitava o fogo adormecido;
os amantes estavam sendo incitados pela hora
que faz com que todos se queixem habitualmente;

quando minha esperança, esmagada em seu toco,
entrou em meu coração, não pela maneira usual,
que o sono mantinha fechado e a tristeza úmida

como ela mudou, infeliz, em relação ao que era antes!
"Por que sua coragem está falhando?", ela parecia dizer.
"Ver esses olhos ainda não lhe foi negado."

ERIC PONTY

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