Como eras tu, Deus meu, como tu eras,
Oh coração falaz mente indecisa,
Era como paisagem desta brisa?
Como do ruir desta primavera?
Tão leve, tão volúvel, tão ligeira,
Qual estival broto.... Sim tão imprecisa
Como sorriso se perde em seu riso....
Vão ao ar, igual que duma bandeira!
Bandeira, brandear grão já tão alado,
Primavera de junho brisa tão pura!...
Que louco foi teu carnaval que triste!....
Todo tu mudar trocando ao nada,
Memória, cega abelha da amargura!....
Não sei como eras, eu que sei que foste!
JUAN RAMON JIMENEZ – Trad. Eric Ponty
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