Olhos cansados, enquanto com saudade me volto para o belo rosto
Eu o volto para o belo rosto que lhe deu a morte,
cuide de seu destino,
pois o Amor já o desafia, e eu lamento.
A morte só pode fechar meu pensamento
o caminho amoroso que lhe mostra
de sua saúde o porto encantador;
mas a luz de sua luz pode esconder de você
causa menor, que você é menos completo
você é menos inteiramente feito do que minha mente amorosa.
Antes que eu chegue aos tristes
Ó enlutados, a hora é chegada,
Tomai, agora, enfim, agora
Para tão longa dor, um breve consolo.
XV
Volto para trás a cada passo,
meu corpo exausto mal consegue suportar,
e do seu ar eu tiro o alívio
que o ajuda a seguir em frente, dizendo: "Oh, laso!
Eu chamo os perdidos de bem e o tempo passa,
com uma vida curta, um longo caminho a percorrer,
meus pés param pálidos e trêmulos
e minha visão abatida em prantos eu varro.
Sou assaltado, em meio à minha dor,
uma dúvida: como esse corpo
este corpo de sua alma tão distante?
Mas o Amor responde: "Você se esqueceu
que esse é o presente dos amantes,
livre de todas as qualidades humanas?"
XVI
O velhinho está se arredando do local onde
o lugar onde ele viu sua idade ser concluída
e de sua pequena família desanimada,
que ficou sem pai e sem marido;
De lá, ele vai carregando o flanco envelhecido,
já na última jornada de sua vida,
com uma vontade piedosa e trabalhadora,
quebrada e cansada em seu ritmo extenuante;
Ele chega a Roma, com seu desejo atendido,
Para contemplar o rosto daquele que um dia
Ele espera no céu para ver:
Assim, às vezes, infelizmente, eu procuro,
tanto quanto possível, ó, minha senhora,
sua tão desejada forma verdadeira.
XVII
Choros amargos chovem de meu rosto,
de suspiros em um vento angustiado,
quando volto meus olhos para você,
a única pessoa que me separa do mundo.
É verdade que o riso suave e claro
Para meu ardente desejo é um descanso,
Pois quando eu descanso meus olhos em você,
Do fogo do martírio ela me protege.
Mas então meu espírito se congela
Quando vejo como com gestos gentis
Minhas estrelas fatais, quando a deixo.
Entregue finalmente com chaves amorosas
para te seguir, minha alma voa de meu peito45;
E, pensativo, estou longe dela
FRANTESCO PETRARCA _ TRAD ERIC PONTY
ERIC PONTY - POETA TRADUTOR LIBRETISTA
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