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sexta-feira, maio 24, 2024

Fortuna - Carmina Burana - Trad. Eric Ponty


Oh, como a Fortuna,
inoportuna,
imita a inconstância da lua:
acrescendo, abrandando,
perdendo, ganhando,
a vida nos trata de forma detestável:
primeiro oprimindo
depois acariciando
nos desloca como peões em seu jogo:
destituição,
restituição,
se misturam e se fundem.
O destino, tão cruel
tão cruel quanto caprichoso,
girando teu carrossel:
atos malignos,
amores inúteis,
desmoronam no chão:
roubando obscuramente,
não revelando,
trabalhando contra mim vai:
para sua medida
de prazer imundo
Eu me escondo em teu golpe.
Ações nobres,
transações verdadeiras,
já não me cabem mais:
poderes para me fazer
e depois me quebrar
todos desempenham teu papel em tua trama:
agora aproveite seu tempo -
não perca mais tempo,
puxe essas pobres cordas e solte-as:
já que os mais fortes
caem por mais tempo
deixe que o mundo compartilhe de meu sofrimento.
TRAD. ERIC PONTY
ERIC PONTY - POETA - TRADUTOR - LIBRETISTA


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