Que em meu coração a pintaram
E se para contemplá-la todos não se detêm
Até que a encontrem, não terão descanso,
E tornaram minha alma tão amorosa,
o que eu faço é correr em martírio amorosos,
E quando com o olhar dela se chocam
Tocam o coração que se volta para o céu.
Fazem de olhos uma escolta para meu coração,
Parando-o na fé mais forte do amor,
Quando contemplam seu novo rosto;
E tanto se passa em seu fixo desejo
Que a doce imaginação lhes dá a morte,
Se não fosse o Amor que o conforta.
Tudo me poupa do doce salutar
Que vem daquele que é a suprema saúde,
Em quem todas as graças se cumprem:
Com ela vai o Amor, que com ela nasce.
E faz reviver a terra e a terra,
E regozija ao céu sua virtude;
Nunca se viram tais novidades lá fora
Que por ela Deus nos faz mostrar.
Quando ela sai adornada, parece que o mundo
Está todo cheio de espíritos de amor,
De modo que todo coração gentil se alegra.
E o vilão pergunta: "Onde posso me esconder?
Por medo da morte, ele quer fugir;
Que o homem então baixe os olhos, eu respondo.
Uma jovem adorável com olhos anjos,
Adornada com virtudes angelicais,
Em companhia de tão doce saúde
Quem então a ouve falar de amor.
Ela pareceu aos meus olhos tão belos
Que em um só pensamento chegou ao meu coração
São pequenas palavras, que do coração vistas são
Tem a veracidade dessa nova alegria;
Que tanto tomou conta de nossa mente,
E a cobriu com tão doce amor
Que não se pode pensar senão nela:
"Vejam como é doce a sua valentia!
Que aos nossos olhos mostra abertamente
Como deves obter dela uma grande joia.
Vejam, mulheres, a bela criatura
Que está entre vós de forma maravilhosa!
Vós já mudam uma figura tão nova
Ou uma juventude tão sábia e agradável?
Ela, com certeza, tem natureza humana
E todas vós adornam de modo semelhante;
Cuidai de teus atos agradáveis
Que deixam todo o povo maravilhado.
Tanto quanto puderem, honrem-na,
Mulheres gentis, pois a todas delas honrar,
Das quais em todo lugar se tem notícia.
Agora se verá quem tem nobreza em si,
Pois eu vejo o Amor visível, que a adora
E a reverencia, por isso a abona!
Cino da Pistoia - TRAD. Eric Ponty
ERIC PONTY - POETA - TRADUTOR - LIBRETTISTA
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