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quarta-feira, janeiro 10, 2024

Conversas de poesia - Eric Ponty e Alípio Correia

Para Alípio Correia
Enfim, cheguei às suas mãos,
onde sei que devo morrer em tais dificuldades
que até mesmo aliviar meus cuidados com queixas 
como um remédio, já está sendo defendido para mim
Minha vida não sei de onde foi sustentada, 
se não for por eu ter sido mantido 
de modo que somente em mim seria provado 
o quanto uma espada corta em um homem rendido.
Minhas lágrimas foram derramadas 
onde a secura e a dureza 
deram maus frutos, e minha sorte. 
Que seja suficiente que eu tenha chorado por você! 
Não me vinguem mais por minha fraqueza: 
vingue-se, senhora, com minha morte!
Ó doces vestimentas mal encontradas por mim,
doces e alegres quando Deus quis, 
vocês estão juntos em minha memória 
e com ela em minha morte conjurada! 
Quem poderia me dizer, quando as horas passadas 
horas que, em tanto bem que lhe fiz por sua causa, 
que você seria um dia para mim 
com tão grande tristeza? 
Pois em uma hora você me reuniu 
todo o bem que por termos você me deu, 
leve para mim o mal que você me deixou; 
Se não, suspeitarei que você me colocou 
em tanto bem porque desejava!

Oi, Eric, tudo bem? espero que sim. Primeiro, me desculpe o silêncio longo, sempre, mas não minto ao dizer que minha jornada de trabalho variado tem sido de 10 horas, como ideal, isso tendo começado há 4 anos depois de 3 golpes econômicos a que tive de revidar com batalhas legais, em que fui e estou sendo obrigado a trabalhar com advogados, acumulando isso com as batalhas dos livros a sair este ano. Não só por tempo, mesmo, não tenho conseguido lhe dar um retorno -- as deadlines sempre falham por mishaps e nem pude ver essa montanha de poesia que vc enviou rs -- mas também por humor, Eric, que, nesses momentos, despenca pela exaustão. Na impossibilidade de uma boa prosa sobre poesia, como a que tivemos, só me resta dizer que tenha paciência, porque, como sabia um Hopkins, ela é "difícil" e requer coragem, além do que esses momentos, por mais aprazíveis, me dispersam da concentração de estar escrevendo direto pra terminar paratextos maiores que os do Shakespeare, e verdadeiras "batatas quentes críticas" por várias razões no nosso contexto literário de São Paulo a meu ver, caso em que não se pode dar margem aos de abordagens literárias diferentes das minhas e contando com admiração das rodas eleitas de sempre (meu desânimo em falar sobre literatura se deve à consciência de que hoje não se pode falar, aqui, dela, e alhures também, senão em termos de grupos; mas eu não pertenço a nenhum). Em resumo, isso que queria lhe dizer. Outra coisa é, que espanto, o de encontrar poemas dedicados! obrigado, considerando que o contato fez sua mente ter novas associações. Não pude ler as vezes que me fariam entender o desenvolvimento do poema   -- justamente por ser pra mim, me parece um pouco inward, mas posso estar enganado pela pressa com que li -- mas realmente o gesto me sensibiliza. Não estou longe, tenho evidência disso, de ser vitorioso numa série de lutas (quem sabe, março) mas lhe prometo que, no dia em que tiver de parara à força, escrevo pra ver se coincide tb pra vc. Um abraço

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