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quinta-feira, janeiro 18, 2024

A INVENÇÃO DE POEMA - ERIC PONTY

Ai de mim! 6 pequena lira, iras sem mim (não impeço)
para apartamento, para onde não e licito a tem autor ir. Vai, mas descuidado
qual convém ser. A Lira de um exilado.
Infeliz, toma o aspecto
desta circunstância.
As tintas da violeta não te cobrirão com sua cor purpúrea;
aquela cor não 6 convenientes as tristezas. Teu título não será assinalado
pelo vermelhão, nem o papiro
pela rezina do cedro
não levaras extremidades brancas
no frontispício negro.
Estes ornatos devem decorar
os livros felizes;
e preciso que te lembres
de minha sorte. Tuas páginas duplas não serão polidas
pela tenra pedra polmes,
de sorte que serás visto eirado
de pelos esparsos. Não te envergonhes dos borrões:
quem os notar percebera que foram feitos por minhas lagrimas.
Vai, 6 livros, e saída em meu nome
os lugares agradáveis:
ao menos os tocarei com o pé com o qual me e permitido.
Se ainda houver ali alguém na população
lembrado de mim,
se houver alguém que por acaso pergunte o que faço,
dirás que vivo
não dirás, todavia,
que sou feliz;
que considero também
como graça de um deus
a vida que tendo.
B assim, discreto,
entregar-te-ás para ser lido a quem perguntar 
mais cousas, nem fales por acaso
o que não é necessário.
leitor logo lembrado
recordar-se-á, de mens erros
e como um réu vulgar
serei perseguido pela voz do povo.
Não te defendas, acautele-te,
ainda que sejas atacado com injurias.
ERIC PONTY
ERIC PONTY POETA TRADUTOR LIBRETISTA

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