Pegam albatrozes, grandes aves do mar,
Que os seguem, indolentes companheiros de viagem,
Enquanto o navio desliza sobre os abismos amargos.
Mal os põem sobre as pranchas,
Quando esses reis do azul, desajeitados e envergonhados,
Deixam suas grandes asas brancas
Como remos arrastam ao seu lado.
Como esse viajante alado é desajeitado e sem pernas!
E quando os marinheiros os colocam sobre as pranchas,
Feridos e perturbados, esses reis de todos os exteriores
Deixam, lamentavelmente, um rastro em seus flancos
Suas grandes asas brancas, arrastando como remos inúteis.
Este viajante, como é cômico e fraco!
Outrora belo, como é indecoroso e inepto!
Um marinheiro enfia um cachimbo em seu bico,
Outro zomba do passo manco do voador.
O poeta é como o príncipe das nuvens
Que assombra a tempestade e ri do arqueiro;
Exilado sobre o sol em meio às nuvens,
Suas mãos de gênio me impedem de andar.
Baudelaire - Trad. Eric Ponty
ERIC POETA-TRADUTOR-LIBRETISTA
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