QUANDO ACHAM O CÉU
DIZ MAIS DE MIM COISAS
NÃO POSSO CRER JAMAIS!
É JEITO TÃO DOCE ILUSÃO
AO PENSAR-TE EM VÃO
SE GOSTARES ASSIM DE MIM
COMO EU NO OLHAR TEU!
MOEMA QUAL PROBLEMA
DO HAFIZ QUE ENUNCIA QUE FIZ
NUM ANATEMA POR UM TRIZ.
É MAIS QUE FASCINAÇÃO
QUANDO ME FUI NA RAZÃO
QUEM TE CANTOU UM HAFIZ,
EM FORMA DE CORAÇÃO QUE FIZ!
QUANDO ME DESFIZ EM TI
RÓI O CORAÇÃO QUE FALOU
EM SONHÁ-LA DEMAIS! QUE FIZ...
AH! SE TU CRERES NAS VELAS
QUERO DIZER-LHE EM TI QUAL VINHOS...
OS TEUS OLHOS SERIAM TELAS
DUMA SERRA COM BARQUINHO
NAVEGAREM POR MEIO DELAS.
HAFIZ
Esse ídolo com gotas de orelhas tão brilhantes,
e cujo coração é obstinado como pedra,
me roubou a razão,
de mim mesmo, pois que cativo dela me tornei.
Não há pensamento que o olhar perspicaz possa traçar,
Ou a fisionomia do meu ídolo tão belo,
Nenhum anjo pode exibir tais encantos,
Ela é um ídolo incomparável
A sua companhia respira suave deleite;
"Bem vestida com um manto, ela está vestida:
A lua não pode brilhar tanto;
O amor tem o seu altar no seu peito.
A sua paixão a minha alma incendeia,
No meu coração sinto agora a chama a mover-se,
Eu fervo, eu fervo de desejo,
Estou todo num fermento de amor
Oh! se ela estivesse nestes braços!
Oh! que feliz seria então o meu caso!
Nenhum colete, que lhe infunde os rudes encantos,
Poderia gozar, como meu coração, o abraço.
Que a morte feche os meus olhos quando puder,
Sobre o meu amor ela ainda terá o controle;
"O meu corpo pode ficar a definhar,
Mas ela nunca será esquecida pela minha alma.
O seu peito e os seus ombros eu vejo -
Sim - de novo, e de novo, e de novo:
A minha razão diz-me então adeus,
A minha religião torna-se infrutífera e vã.
Religião! - Ó HAFIZ! como é vã!
Para a tua cura da sua boca deves sorver;
Um beijo deve aliviar-vos da dor,
Um doce beijo do seu lábio de mel.
Eric Ponty
Eric Ponty - Poeta-Tradutor-Libretista
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