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quinta-feira, novembro 30, 2023

Dois Sonetos de John Milton E Um Hafiz Trad. - Eric Ponty

Um livro foi escrito ultimamente, chamado Tetrachordon;
E, como se vê, tanto a matéria como a forma e o estilo;
O assunto era novo: percorreu a urbe por algum tempo,
trazendo bons intelectos; raramente se fala nele.

O leitor da banca grita, abençoado seja! Que palavra em 
Uma página de título é esta! e alguns em guardo
Ficam a soletrar aleives, enquanto um poderia andar até Mile-
End Green. Porque é que mais abstruso Sirs do que Gordon.

Que clamam por liberdade no seu humor insensível,
E ainda se revoltam quando a verdade os liberta.
Licença que querem dizer quando gritam liberdade;

Pois quem ama isso, deve primeiro ser sábio e bom;
Mas desse sinal vemos o quanto se afastam
Por todo esse desperdício de riqueza e perda de sangue.

Harry, cujo canto afinado e bem medido
Primeiro ensinou a nossa Música Inglesa a tocar
Ensinou-nos a abarcar as palavras com nota e acento
Com ouvidos de Midas, cometendo curto e longo;

O teu valor e a tua destreza te eximem da multidão, 
Com louvor suficiente para que a inveja te veja;
Para a idade posterior serás escrito o homem,
Com ar suave poderia fazer melhor humor da nossa língua.

Tu honras o Verso, e o Verso deve emprestar tua asa
Para te honrar, o Sacerdote do Febos Quire 
Sintoniza seus versos mais felizes em Hino ou História.

Dante dará licença à Fama para te pôr mais alto
Do que a tua Casella, que ele cortejava para cantar
Deparou nas sombras mais suaves do Purgatório.

HAFIZ

Zéfiro, se por acaso vagueares
Pela mansão do meu amor,
Das suas madeixas ambrosias traz
Os melhores odores na tua asa.

Não poderíeis tirar-me do seu peito
Suspiros ternos para dizer que 
sou abençoado, Como ela vive!
De um modo ou de outro, a alma seria

Mas, se o céu negar a bênção,
em torno de seus passos imponentes voam,
com a poeira que dali se levanta,
Parai as fúcsias que banham estes olhos.

Perdido, pobre mendigo! Vagueio
Implorando, desejando que ela venha:
Onde poderei ver o teu fantasma,
Onde, querida ninfa, um vislumbre de ti?

Como a cana do vento o meu peito
Que, com a esperança, nunca descansa,
A palpitar, desejando em excesso
A tua bela figura para acariciar.

Sim, meu encantador, embora eu veja
Que o teu coração não me ama,
Nem por mundos, se eles fossem meus,
Daria um fio de cabelo teu.

Por que, ó cuidado! Para evitar 
a tua corrente de dor, quando estas linhas 
ainda não conseguem salvar,
e fazem de HAFIZ mais um escravo.
Eric Ponty
ERIC PONTY - POETA-TRADUTOR-LIBRETISTA

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