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sexta-feira, outubro 27, 2023

OS CIGANOS - Pushkin - TRAD. ERIC PONTY

Este poema narrativo foi originalmente escrito em 1824 e publicado em 1827. Composto durante o exílio de Pushkin no sul do Império Russo, os ciganos é um dos seus poemas mais populares, elogiado pela sua originalidade e pela abordagem de questões psicológicas e morais, servindo de inspiração para muitas óperas e bailados, bem como outros poetas contemporâneos.

Os Ciganos começam na Bessarábia, na Roménia atual, com uma colorida e uma descrição animada das atividades de um acampamento cigano. Escrito quase inteiramente em tetrâmetro iâmbico, o poema narrativo apresenta um velho que espera que a sua filha Zemfira regresse a casa, enquanto o seu jantar arrefece. Quando ela chega, anuncia que trouxe consigo Aleko, um exilado que fugiu da cidade, porque a lei o persegue.

Por vós, rainhas da minha alma, meu tesouro
De Jovens belezas, por vós dediquei
Dedicar as minhas horas douradas de lazer,
A escrever, não o negarei,
Com mão fiel de longas eras passadas
As fábulas sussurradas.... Aceitem-nas, por favor,
Aceitai estas linhas lúdicas, estas páginas
Para as quais eu não peço elogios.... Mas ficai!
Pois a minha recompensa - não preciso de a procurar -
É a esperança: Oh, que alguma moça possa empatia,
como só quem está apaixonado pode,
Destas minhas canções marotas em segredo!

DEDICATÓRIA

PROLOGO

À beira-mar, longe, um carvalho verde se ergue,
E a ele se prende com uma corrente de ouro,
Um gato culto passa as horas
Andando devagar à volta ao contorno.
Para a direita caminha e canta uma cantiga;
Para a esquerda caminha e conta uma história....

Que maravilhas! Uma sereia sentada
No alto de uma árvore, um duende, um rasto
Onde se movem animais desconhecidos nunca vistos
Uma cabana com pés de galinha,
Sem portas, sem janelas,
O retiro solitário de uma bruxa má;
Os bosques e os vales estão cheios
De coisas estranhas.... A madrugada traz ondas que, brilhando,
Sobre as praias arenosas arrastam-se,
E da água clara e brilhante
Trinta cavaleiros de bom porte, escoltados
Pelo seu Velho Guardião, das profundezas
Um antigo morador.... Lá um temido
E odiado czar está cativo;
Lá, como todos observam, para os bancos de nuvens se dirigem,
Através do mar e sobre uma planície,
Um mago carrega um cavaleiro. Ali, chorando,
Uma princesa senta-se trancada numa cela,
E o Lobo Cinzento serve-a muito bem;
Ali, num almofariz, a varrer para a frente
Tudo de si, sob os céus
Pushkin - TRAD. ERIC PONTY
ERIC PONTY-POETA-MESTRE-TRADUTOR-LIBRETISTA

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