PARA MEU IRMÃO GEORGE
Muitas destas maravilhas que hoje vi:O sol, quando primeiro derrubou as lamúrias,
Encherem olhos da manhã; - pares de louros,
Quem doiro emplumado da noite se inclina,
No oceano com sua vastidão, teu verde-azul,
Teus navios, rochas, esperanças, seus medos, -
Tua voz misteriosa, de que quem ouve,
Deve pensar no que será, e o que tem sido,
Querido George, enquanto isto para te escrevo,
Cynthia é de tuas cortinas de seda que espreitam,
Tão escassa, que parece tua noite nupcial,
E ela se divertia em manter sua metade,
Mas o quê, sem o pensamento social de ti,
Seriam maravilhas deste céu e do mar?
ESCRITO NO DIA EM QUE MR. LEIGH HUNT DEIXOU A PRISÃO
Mas por mostrar o vero a um estado mais lisonjeiro,
Kind Hunt foi recluso na prisão, mas ainda assim se o fez,
Em teu espírito imortal, tenha sido tão livre,
Como a cotovia que procura o céu, e como élate,
Senhor de grandeza! Pensa que ele esperou?
Pensa que não pensou, mas muros da prisão viram,
Até que, tão relutantes, desviraste a chave?
Ah, não! muito mais feliz, mais nobre era o teu destino!
Nos salões da Spenser desviou-se, e a feira de jogadores,
Abateu flores encantadas; e voou para o infinito,
Com a ousadia de Milton por meio dos campos do ar:
A regiões do seu próprio génio a sua verdade,
Fizeram voos felizes. Quem deve lesar a sua fama,
Quando estiveres morto, e toda a tua equipagem miserável?
A MEUS IRMÃOS
Chamas breves e sustadas brincam por meio das brasas frescas,
E tuas ténues crepitações seguem o nosso arrepio do silêncio,
Como sussurros dos deuses do lar que conservam
Dum império carinhoso destas almas fraternas.
E enquanto, para as rimas, busco à volta dos postes,
Os teus olhos estão certos, como no sono poético,
Sobre a tradição tão caprichosa e profunda,
Que ao cair da noite os nossos condões de apurado;
Este é o teu dia de surgimento Tom, e eu regozijo-me,
Que assim nos passam suavemente, em silêncio,
Quais são veras aleluias deste mundo —antes da grande voz,
Da tua justa face, esses nossos espíritos voarão então.
November 18, 1816.
JOHN KEATS – TRAD. ERIC PONTY
ERIC PONTY-POETA-TRADUTOR-LIBRETISTA
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