II
Quando um cerco de Quarenta Invernos,Sulcarei pelo meio belo prado de trincheiras,
Teu traje, que agora é ostentoso e novo,
Será um trapo que não interessa mais.
E quando lhe perguntarem onde ele jaz,
Do esplendor de teus exuberantes anos,
Não diga isso em teus olhos espectrais,
Pois soará como um artifício ou um apelo,
Darás emprego mais digno a teu apóstrofo,
Se lhe puder responder: "Este meu filho
Resgatar minha idade, compensar minha soma;
Da minha herança está à tua imagem".
Em tua velhice, desta tua jovem vida,
III
Olhe-se no espelho e diga-me na face,
Que já se reproduz sem nenhum atraso;
Se não renovar teu frescor em outro,
Do mundo e uma mãe que você desespera.
Pelo que dá donzela seria tão altiva,
Para proibir teu jardim à tua semente?
E quem seria tão vaidoso a ponto de preferir,
Privar-nos da beleza com tua morte?
Você é a imagem cuspideira de tua mãe,
E vê em ti o frescor de teus casacos;
Também na velhice poderá olhar para ti,
E ver a era dourada em que vive hoje.
Mas se preferir então não ser lembrado,
Não gerem e tua imagem morre consigo.
IV
Desperdício de charme, por que tu gastas,
Tua herança de apostasia em te sozinho?
Natura não dá quase nada de graça:
Só empresta àqueles que dão sem fim,
Por que, então, tua bela egoísta, em ti abusa,
Da grandeza com que te tem estado armado?
Teu agiota efêmero, por que se apressar,
Uma soma tão grande e te não tem descanso?
Se teu único cliente for consigo mesmo,
Sendo que revogará roubando teu charme;
Assim, quando finalmente chegar tua hora,
Com qual reserva em te equilibra teu saldo?
Sem tal uso, tua beleza está perecida;
Uma vez usado, torna-se teu executante.
William Shakespeare-Trad. ERIC PONTY
ERIC PONTY-POETA-TRADUTOR-LIBRETISTA


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