Do céu que me deixaste prometido,
Que nem me move o inferno tão prometido,
Mas, prá deixar, por isso, de ofender-te.
Tu me moves, Senhor; move-me verte,
Pregado numa cruz e escarnecido;
Move-me ver teu corpo tão ferido
Sofrer afrontas de jazer inerte.
Move-me, enfim, o teu amor eterno,
Que em não havendo céu inda te amara
E te temera não havendo inferno.
Nada por teu amor Minh’ alma espera,
Sendo o que espero achar não esperara,
Do mesmo que te quero te quisera.
TRAD. IVO BARROSO & ERIC PONTY


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