IN MEMORIAM IVO BARROSO
Sonetto, se Meuccio lhe for mostrado,Saúdem-no tão depressa como vê em,
Segues correndo e ajoelhando-se aos pés,
De maneira ao ser bem muito tratado.
E quando estiver com ele um pouco,
Assim se erguerás, e, tu não atrasaras,
Depois à tua embaixada proceder,
Mas deixemo-lo primeiro de lado;
E diz: "Meuccio, aquela que te ama muito,
Tuas mais queridas alegrias, ela envia-vos,
Para estar cumprido com tua boa coragem".
Mas deixe-me levar pro inicial presente,
Ao teu irmão, e que ele assim ordenado,
Que fique com ele e cá nunca regresses.
XXV Dante Alighieri Rime – TRAD. ERIC PONTY
Um deus pode fazer. Mas diga, vai, como
Homem pode seguir por meio lira estreita?
Mente é montada. Onde duas artérias gemem
Cruzadas, não há nenhum templo para Apolo.
Cantando, quão nos ensina, não está ansiando,
Nem atrair algo conquistado no final.
Cantar é Ser. Para um deus, é quase um nada.
Mas quando existimos? E quando ele rói
Terra e as estrelas nosso ser? Homem jovem,
Seu amor não é, mesmo se é sua boca
É aberta pela sua voz - Ela que aprenda!
A olvidar sua canção ardente. Finda. Logo.
Vero canto é um tipo díspar de hálito.
Alento ao nada. Um sopro ao deus. Um vento.
SONETOS PARA ORFEU - RAINER MARIA RILKE
Epígrafe para um Livro Condenado
Caro Leitor calmo e bucólico,
Homem justo, sóbrio e ingénuo,
Desprezar este livro, saturnina,
De Orgíaca e de melancólica,
Se não fizeste a tua retórica,
Com Satã, aquele reitor artístico,
Desprezá-lo, não se apanharia a nada,
Ou então, acha-me histérico;
Mas se, sem ser entranhado,
Olhar pode mergulhar no abismo,
Leia-me, para aprender a amar-me,
Duma Alma inquiridora que sofre,
E continua à busca do paraíso,
Tende piedade de mim!...
Ou então, eu vos amaldiçoo!
Charles Baudelaire – Trad. Eric Ponty
NEVERMORE
Recordação, Recordação buscar ao outono,
Por um céu impreciso fazia voar o tordo,
Contudo que o sol lançava monótonos dardos,
Sobre os bosques de ouro onde silvam cervos.
Ela e eu caminhávamos tão só entre os sonhos,
Aos ventos sentirás cabelos ir aos ventos,
Voltando para mim com olhos caminhávamos,
Qual será o teu dia mais plano? Então pergunto.
Sua voz sonora e doce trimble fresco angélico,
Meu sorriso discreto foi uma resposta ágil,
Logo cheio de unção, beijei então tua mão.
As fragrâncias denunciam floração inicial,
E como se propaga murmúrio adorável,
Primeiro brotar nesses lábios amamos!
PAUL VERLAINE - TRAD. ERIC PONTY
Erguem-se, falem verdades, então diziam os velhos,
Dançar corações de amantes recém-casados:
Luz mais viva do que nunca banhava os céus.
Partindo pra todo sempre longe olhos homens,
Coroas que ontem à noite formam cabeça viva,
Brilhou só cá, embora imortal, sobre dos mortos:
Arte zomba da Morte, é Canção que nunca morre.
Asas vivas, doces de traça sejam forradas,
Esperar vê, após de todas as deserções das idas,
Mais alto do Nada, a névoa do hálito humano.
Foi alma mais radiante em todo este mundo,
Requerida regenerar ressurreição,
Foste semelhança da sombra da morte.
April 1882. ALGERNON CHARLES SWINBURNE – TRAD. ERIC PONTY
A MOÇA DE CADIZ
Oh nunca mais me fales Moça de Cádiz,
Climas do norte e senhoras britânicas;
Não tem sido este teu destino amar,
Como eu, a bela Moça de Cádiz presas
Embora o olhar não seja azul do mar,
Nem tão pouco justa a tranca, quais moças inglesas,
Até mira do seu próprio matiz significativo,
Que olhar azulado lânguido bater crivo!
Prometeu quando do céu que lhes roubou,
Ardores por meio dessas pestanas de seda,
Nos olhares mais sombrios parecia ter fenda,
Dentre olhos não conseguem ocultar lampejos:
E tal feito ao longo do teu peito roubou,
Em curso aberto os teus troncos de corvo,
Juraria em cada mecha de fecho pode sentir povo,
E crespa para lhes dar carícias no pescoço.
LORD BYRON - TRAD. ERIC PONTY
The Book of Repulsive Women
Desde a Quinta Avenida
ALGUM DIA abaixo de alguns duros,
Estrela caprichosa,
Espalhar um pouco a sua luz
Mais do que longe,
Conhecemos-te pela mulher
Que você é.
Pois embora alguém tenha levado, atirou-a
Fora do espaço,
Com as pernas meio estranguladas
Na sua renda,
Daria o mundo à loucura
No seu rosto.
Víamos o seu corpo na relva
Com olhos pálidos e frios
Esforçar-nos-íamos para tocar nesses lang'rous
Comprimento das coxas,
E ouça a sua curta afiada moderna
Choros babilónicos.
Não iria. Senti-lo-íamos
Bobina com medo
Inclinado sobre o fértil
Campos a deixar passar
Como pediu um segredo amargo
Pelo ouvido
Vemos os seus braços crescer húmidos
Ao calor;
Vemos a sua química húmida a mentir,
Pulsação no ritmo
Dos excessos de coração que sobram
Aos vossos pés.
Vejo-o flácido com saliência,
Cabelos para beber,
Humidade de algumas vaguezas,
Debaixo do lábio,
A sua saliva suave, soltar
Com orgia, pingar.
DJUANA BARNES
Dr. Swift: A Vida Feliz de um País de PARSON
PARSON, estas coisas em tua posse,
São melhores que a bênção do bispo:
Uma esposa que faz conserva; num corcel,
transportar o dobro quando há precisão;
Loja de Outubro, e a melhor Virginia,
Tythe porco, e guiné mortuário;
Gazetas enviadas de graça e acessíveis,
Pelo qual o teu patrono agradece semanal;
Uma grande Concordância, há muito unida;
Sermões a Carlos o Primeiro, quando príncipe;
Uma Crónica da Antiguidade,
Um Chrysostom para amainar a tua orquestra,
Poliglota - três partes - o meu texto,
No entanto - para meu próximo;
Eis aqui a Septuaginta - e Paulo,
Resumindo o todo - o fim de tudo.
Daquele que os tem pode passar a vida,
Beba com o 'Escudeiro, e beije a tua esposa;
Aos domingos pregar, e comer a tua fartura,
E ligeiro às sextas-feiras - se ele quiser;
Toast Church and Queen, explicar as notícias,
Fale com Churchwardens sobre bancos,
Rezem de coração por algum novo presente,
E abanarem a cabeça do Doutor S — t.
OCIDENTAL
Para além do pântano e do cume da montanha,
- Comandante, não olhes agora pra o ocidente –
Que o sol se põe e absorver à aspiração,
E afinou o meu coração a elegias de desgraça.
Do ar e dos terrestres as borras do dia,
A nuvem alongada e o pinheiro simples,
Caro sentinela está é linha de chegada,
Não perguntar causa que eu mar pra novos dados,
Alcançar esses fossos dessa noite em diante,
Que filho da mulher virar a sobrancelha,
Vendo imagens ocidentais de quarenta países,
Que ensinou meus choros em notas mais tristes,
E, qual da beira do céu, filho de a mulher olhar,
Com tais ventos alísios chamas propagadas,
Pensa em pensamentos eternos, e suspira,
Sendo o mundo, para descansar ou vaguear,
Com mudanças no exótico e aplaudir em casa,
Sendo alaúde negligenciado e a Musa lírica,
Serão brigas e lutas, conversas e histórias,
Então companhia é carne de vaca e cerveja,
Mas se eu estiver à frente do céu da noite,
Se fará silêncio sobre o olhar ocidental,
Sendo este o meu camarada, passo a passo,
Desses pátios tão silenciosos ao meu lado,
À vossa memória perdida, ao vosso amor?
- Camarada, não olhes agora pra o ocidente –
É vós tendes coração fora desse teu peito;
Leve os teus pensamentos e afunde-os longe,
Nas léguas para além da barra do pôr-do-sol,
Oh rapaz, temo que tu sejas oceano,
De onde eles pescaram para nós os dois,
Que dali, de onde ambos estávamos montanha,
Tu e eu afogar-nos-emos mais outra vez,
Contudo não envie na tua alma antes de mim,
E mergulhar a partir dessa margem atraente,
Para não deixar ainda o nadador sair,
Que dessa tua roupa sobre as areias da véspera,
Supino veloz para o fio desesperançado,
Então nós viajamos, para o luto afundado,
Nivelar as manchas de desvanecimento,
Talvez por outros rapazes em marcha à noite,
Sê amplo é mundo, pra descansar ou deambar,
Sendo seja cedo para voltar para casa:
Plante então calcanhar na terra e fique de pé,
E vamos esquecer a nossa terra natal,
Quando tu e eu estamos divididos no ar,
Durante mui tempo seremos ali estranhos;
Ao ser amigos de carne e osso são os melhores,
- Comandante, não olhes agora pra o ocidente –
A.-E.-Housman- TRAD. ERIC PONTY
Exílio
As minhas mãos não lhe tocam no deleite destas mãos, --
Não, - nem os meus lábios libertaram o riso desde 'adeus',
E com o dia, a distância expande-se do mesmo jeito,
Sem voz entre nós, como uma vieira não guardada;
No entanto, o amor perdurar, apesar faminto e só.
As asas da pomba apanham ao meu coração todas as noites
Com uma gentileza crescente, e da pedra azul
Em conjunto no anel tido, no entanto, usado mais vivo.
Hart Carne - TRAD. ERIC PONTY
Se como eu sou tão covarde e tão vil
Se como eu sou tão covarde e tão vil,
Mulher, posso carregar chamas tão altas,
Não deveria ter pelo menos um pouco,
Para o retratar ao mundo e ao estilo?
S'Amor con novo, insolito fóccile,
Onde não me podia virar, criou-me,
Porque não pode não com jogo usado,
Tornar a dor e a pena iguais em mim?
Se por força da natura não puder,
Pelo menos por milagre, que mui vezes,
ganha, fura e quebra todas as medidas.
E como isto não posso dizer-me tanto,
Tento bem pela minha grande fortuna,
Sinto meu peito impresso num novo estilo.
Gaspara Stampa - TRAD. ERIC PONTY

QUARTOS DE GERTUDE STEIN
Agir para que não haja utilização num centro. Uma ação ampla não é uma largura. O preparativo é dado aos que se preparam. Não comem quem alude prata ou doce. Há de haver um emprego.
Um centro inteiro e uma fronteira fazem do revestimento uma forma de roupa. Isto, e, não é por isso que há uma voz é o que resta de uma oferta. Haveria de ser sem renda.
Para começar a colocação, não há vagão. Não há mudança de roupa mais leve. É foi feito. E depois a expansão, que não estava a realizar o que era necessário de pé e, no entanto, o tempo não foi tão difícil, uma vez que não estavam todos no lugar. Não tiveram qualquer mudança. Não foram respeitados. Eram isso, eles fizeram-no tanto na matéria e isto demostrou que esse acordo não era condensado. Foi aí espalhado. Qualquer alteração estava nas extremidades do centro. Volume era pesado. Não houve alterações.
Ao queimar e por trás e levantar uma pedra passageira e levantar mais do que uma gaveta. O exemplo de haver mais é um exemplo de mais. A sombra é não brilho no modo como há uma linha negra. A verdade chegou. Há uma perturbação. Confiar no rapaz de um padeiro significava que haveria muito trocar e de qualquer forma o que é a utilização de uma cobertura para uma porta. Existe uma utilização, são duplos.
Se o centro tiver o lugar, então há distribuição. Isso é natural. Há uma contradição e, naturalmente, o regresso a este lugar é natural para ambos os lados do centro. Isso pode ser visto a partir da descrição.
O autor de tudo o que está lá dentro atrás da porta e que está a entrar de manhã. Explicar o escurecimento e a expectativa de relação é tudo uma peça. Estufa é maior. Era de uma forma que não tornava o público maior se o assume-se a abertura porque não haveria de haver ajoelhamento. Qualquer força que seja conferido a um espetáculo de esfregar o chão. Isto é tão agradável e doce e no entanto vem a mudança, vem o tempo de pressionar mais ar. Isto não
significam o mesmo que o desaparecimento.
Um leãozinho persistente e uma cadeira chinesa, todos os queijos bonitos que é pedra, tudo isso e uma escolha, uma escolha de um mata-borrão. Se for difícil fazê-lo de uma maneira não há lugar de problemas semelhantes. Nenhum. O todo é posto num acordo. No final do qual há uma sugestão, uma sugestão de que pode haver uma brancura diferente de uma parede. Isto foi do pensamento.
Uma página para um canto significa que a vergonha não é maior quando a mesa está mais tempo. Um copo é de qualquer altura, é mais alto, é mais simples e se fosse posto, não haveria qualquer dúvida.
Algo que é uma ereção é o que se mantém de pé, alimenta e silencia uma lata que está a preencher. Isto não faz nenhum desvio, que é dizer o que pode, por favor exaltação, aquilo que é cozinhado.
Um brilho é aquele que, quando coberto, muda a permissão. Um recinto mistura-se com o mesmo, o que quer dizer que há mistura. Uma mistura é aquela que não tem ratos e isto não é por causa de um chão, é por causa de nada, é não numa visão.
Um fato é que quando o local foi substituído ficou tudo o que foi armazenado sendo que tudo foi retido que não iria satisfazer mais do que outro. A questão que isto, é possível sugerir mais para substituir essa coisa. Esta questão é que esta negação perfeita faça com que o tempo mude a toda a hora.
A irmã não era um senhor. Isto foi uma surpresa. Foi. A conclusão veio quando não houve acordo. Todo o tempo houve uma pergunta houve de uma decisão. Substituir um conhecido casual por um vulgar sendo a filha não faz um filho.
Aconteceu de uma forma que o tempo foi perfeito e houve um crescimento de um tempo inteiro de divisão para que onde antes não houvesse engano, não foi agora um erro. Por exemplo, antes, quando havia uma separação que estava à espera, agora quando haverá há separação há a divisão entre a intenção e a partida. Isto não fez mais mistura do que a que haveria se não tinha havido tais alterações.
GERTUDE STEIN - ERIC PONTY
O presente trabalho de seleção e tradução de poetas de línguas e nacionalidades diversas, levado a cabo pelo poeta e tradutor Eric Ponty, amplia o horizonte da poesia brasileira e da poesia de língua portuguesa em diversos sentidos. Em primeiro lugar, embora alguns dos poetas traduzidos sejam conhecidos do público, parte destes poemas nunca fora traduzida ao português ou encontra-se há muito fora de circulação.
É o caso de Paul Èluard, Petrarca, Shakespeare, John Keats, Ezra Pound, Soror Juana Inés de la Cruz, George Seferis e Paul Verlaine. Os poemas selecionados por Ponty se somam ao repertório de traduções destes poetas realizadas por Onestaldo de Pennafort, Péricles Eugenio da Silva Ramos, Jamil Almansur Haddad, Guilherme de Almeida, Josely Vianna Baptista, José Paulo Paes, Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Dirceu Villa, entre outros poetas-tradutores, antigos e atuais. Desse modo, este trabalho de Ponty contribui não apenas para a formação de um cânone nacional da poesia de língua portuguesa, mas para a formação de um cânone transnacional de poesia em língua portuguesa.
POETA-TRADUTOR-LIBRETISTA ERIC PONTY
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