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quarta-feira, março 09, 2022

Memória - Arthur Rimbaud – Trad. Eric Ponty

I
A água límpida; sal das lágrimas da infância,
Assalto ao sol brancura corpo dos cônjuges;
a seda, em multidão lírio puro, das flâmulas,
Debaixo quais qualquer donzela teve a defesa;
Não... a corrente dourada em movimento,
move braços, negra, e densa, fresca acima tudo,
Ela bruno, tendo o céu azul pra uma cama-céu,
pra cortinas a sombra da colina e do arco.

II
O azulejo lateral tende as bolhas límpidas!
D´água equipa as castas prontas ouro pálido,
vestidos verdes e apagados das donzelas,
NÃO pulem os passarinhos sem rédeas.
Mais puro um louis, douro e pálpebra ardente,
À apreensão da água - a sua fé conjugal, ó Noiva! –
para o sul veloz, do seu espelho maçante,
ínvido ao céu gris calor a bola rosa e cara.

III
Madame está de pé demasiado no prado,
seguinte onde fios de aflição estão a nevar;
Guarda-sol nos dedos; pisar chapéu-de-chuva;
dessas crianças a ler nesse verde florido,
seu livro marroquino rubro! Infeliz, Ele,
mil anjos brancos se abrem na porta pra o céu!
Vai-se embora sobre a montanha! Ela, todos
frio, e preto, corre! após a partida do homem!

IV
Pesar dos braços grossos, jovens da erva pura!
Ouro das luas de Abril no cerne leito bento!
Alegria dos pátios deixados à margem rio,
até às noites de Agosto fizeram brotar sânies!
Deixa-a chorar hoje debaixo das muralhas!
Sopro dos choupos acima é pra só pausa,
Toalha de ara, sem reflexão, sem fonte, cinza:
homem velho, arrastão, barco inerte, está a luta.

V
Jogo d´ olho de água baço, não posso levar,
canoa sem calma! oh! braços demasiado curtos!
Nem o amarelo que me impele a continuar.
Nem o azul, amigo da água cor dessa cinza.
Ah! pó dos salgueiros que uma asa sacode!
Rosas dos canaviais há mui foram comidas!
Minha canoa, ainda fixa; e seu curso gravada,
fundo daquele olhar d´água sem aro, - a lama?

Arthur Rimbaud – Trad. Eric Ponty

POETA,TRADUTOR,LIBRETISTA ERIC PONTY

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