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quarta-feira, março 09, 2022

Ah, que Julho tivemos, - IMITAÇÃO DE NOSSA SENHORA LUA - Jules Laforgue – Trad. Eric Ponty

Uma palavra ao sol para iniciar com Sol!
Suborna ordens e cuspo, plantador malcriado,
sabe que Vestais a quem a Lua, no olho equívoco
É a rosácea dessa Catedral Única,
Saiba que os Pierrots, que estas falenas dos dólmenes,
Lírios de água alva do lago onde Gomorra dorme,
E todos os abençoados que pastam no Éden,
Sempre a ressuscitar renúncia, - abominá-lo.
E deixem que o desprezem em especial
Bellâtre, Maquignon, Ruffian, Rastaqouère,
Encantos de ovos douro que o tiram de tão alto
Com a terra e o seu profundo órfão lunar,
Continua a fornecer batatas de sofá ávidas,
consequências vómitosas das festas pátrias,
estilizar suas eras, pra nos soltar bem,
Os dramas dessa Apoteose Umbilical!
Vá, Phoebus! Mas, Deva, deus da criação desperta,
Veja este Port-Royal subir desses d'esthètes,
Que, nos decaméronos lunares na desova,
Falar nada menos que assentar preço à cabeça.
Certamente tem bons dias que pela frente;
mas tribo está a crescer, partir práticas antigas,
Do que é que é bom? Que vão sonhando arte e amor,
Para limiar distante do Agregado inorgânico.
Para hoje, velho namorado, que nós somos,
Para pôr debaixo do nariz duma Badauderie,
A palavra com que o Homem já nos demarcou;
Nunca suspeitou disso, que este seria aposto?
- saibam que vamos dizer uma bela frase,
Osso sonoro, mui coxo quão um fluido espinal,
De todo colóquio oco por fim: é pathos, PHoeBUS!
- ah! Não há necessidade de comentários...
Ó visão do tempo em que o ser ardente punido,
Com uma: "Eh! Vai, Phoebus! "Trar-lhe-á volta a sua zanga,
Do antigo Crescite e multiplicamini,
Pra se inocularem pra sempre com Lua fresca!

 Jules Laforgue – Trad. Eric Ponty

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