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segunda-feira, março 07, 2022

A Balada dos enforcados - François Villon – Tradução Eric Ponty

Irmãos humanos, após de nós vivem,
não sejais duros n´alma contra nós,
Porque, tiver a piedade de nós,
Pois se Deus lhe serás mais afável.
Veem-nos aqui presos cinco, seis:
Quanto à carne, comemos em excesso,
Ela é engolida e já apodrecida,
Nós, ossos, tornamo-nos cinza e pó.
Do nosso mal, ninguém se compungir-se.
Rezem a Deus pra todos ver a graça!
Dizemos-vos, irmãos, já não carecem
ser desdenhosos, mesmo eu tenha sido
mortos pela justiça. Já, no entanto,
sabem nem todos os homens são bons,
Advogai, assim, com o peito vencido,
ao Filho da nossa Virgem Maria,
pra a sua graça não nos seja abdicada,
preservando do bolor infernal.
Somos despedaçados, já não somos
importunados; mas rezem a Deus
pra que todos nós sejamos perdoados!
A chuva estreou-nos que nos lavou,
E o sol secou-nos e enegreceu-nos;
Magpias, corbéis, esvaziaram-nos olhos,
Arrancaram-nos barba e as sobrancelhas,
Nunca, não há tempo, estamos cansados;
logo aqui, após ali, quão vento varia,
Pra ser prazer sem cessar nos cativar,
mais bico d´ oyseaulx do dez a poder.
Assim, não seja da nossa irmandade,
rezem a Deus pra todos vejam ir!

ENVIO
Príncipe JESUS, de toda a senhora,
impeça o Inferno de ter um ser púbere,
não se fazer mais nada senão amuar.
Homens, não usem aqui tais zombarias,
mas rezem a Deus pra que todos nós
que possamos ver o vosso perdão!

François Villon – Tradução Eric Ponty


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