Pesquisar este blog

quarta-feira, agosto 08, 2018

Para à transmigração de Almas - ERIC PONTY


A metade da passagem triste vida
Já me encontrava em uma urbe escura,
Com a senda direita já perdida.

Ah, pois dizer qual era coisa dura,
esta urbe selvagem, áspera e forte
Que no pensar renova com o medo!

É tão amarga que algo já mais morte,
Mas por tratar do bem que ali achei
Direi de quanto ali me culpo na sorte.

Repetir não saberia como entrei,
Pois me vencia o sonho mesmo dia
Em que ti veraz caminho abandonei.

Mas atrás chegar ao centro que subia
Ali onde aquela torre terminava
Que com pavor a Minh´ alma confundia,

Se mirar cumpre, vi ali que estava
Então vestida dos raios do anátema
Que o bom caminho a todos assinava.

Quedasse à apreensão um pouco quieta
Que de meu coração dolorido
Em n´ilha durou à noite inquieta.

E como aquele com alento ardido,
Do pélago saído a sua margem,
mira a água que quase lhe há perdido,

Minh´ alma, fugitiva então era,
volveu-se a contemplar de novo passo
Que não atravessa nada sem que padeça.

ERIC PONTY

Nenhum comentário: