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quinta-feira, julho 19, 2018

O MONUMENTO TRABALHADOR

I
Lâminas lavradas trabalhador, 
Amontoados nessa cova poeirenta 
Onde há muito jaz zelo ao relento 
Dormindo instrução que faz sombria,

Retratos dos quais a grandeza vós clamais,
E o cabedal de um velho trabalhador,
Conquanto dores na matéria vivia,
Comunicaram grandeza vós flamais,

Veem-se, sendo fazem mais repletos
Que são desses fantásticos labores,
Ao escavarem como trabalhadores, 
Escalpelados dogma dos esqueletos.


II

Desses carvões por vós lavrados nos mares, 
Mornos campônios desmoronamentos,
Dum todo desse esforço destes poços,
Ou dos másculos panfletos à verve,

Digais, que missa estranha e alheia,
Nas ralés destes expulsos carneiros,
Ceifais, pastor que fez fazendeiro 
Careceis deixar quinta cheia homília?

Falais que (de um destino tão gracioso 
Espantoso Sol límpido problema!)
Demostrais nem na arena extrema finda
Já vós quereis dormitar nos é abrigado;

E que sol falhar conosco é falsário; 
Que tudo, à sorte até nos traz mente,
Jazer sempre eterno mito montanha,
Quiçá seja imprescindível ir prumo.

Sendo nalgum país incógnito paz,
Escalpelar à terra pá labor livra,
E proclamar uma áspera pá livra,
Com emblema descalço doloroso?
ERIC PONTY

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