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segunda-feira, junho 18, 2018

brevidade da vida - Francisco de Quevedo - TRAD. ERIC PONTY


Significasse à própria brevidade da vida, sem pensar e compadecer surpreendida da morte.

Fui sonho haver; manhã será terra!
Pouco antes nada, e pouco despois fumo!
E destino ambições, e ti presumo
Apenas ponto ao cerco que me fecha!

Breve combate de importuna guerra,
Em minha defensa sou perigo sumo,
Então com minh´ armas me consumo,
Menos me hospeda corpo que me enterra.

Já não haver; manhã não há chegado;
Hoje passa e é e foi, com movimento
Que à morte me leva despenado.

Azadas são das horas e o momento,
Jornal de minha pena e meu cuidado,
Cavaram em meu viver meu monumento.
Francisco de Quevedo
TRAD. ERIC PONTY

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