Em vão espero por tua palavra escrita
E pensar, com a nata que se murcha,
Se vivo sem mim não quero perder-te.
O ar é imortal, e a pedra é inerte
Nem conhece à sombra nem por si evita.
Coração interior não necessita
O Mel gelado que à tua lua verteu.
Mas eu te sofro, rasgo minhas veias,
E Tigre e Pomba, sobre à tua cintura
Num duelo de mordiscar e açucenas.
Cheias, pois, são palavras minha loucura
Deixando ser minha serena noite
D´alma que é sendo sempre tão escura.
Federico Garcia Lorca
TRAD. ERIC PONTY
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