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quinta-feira, abril 26, 2018

Evangelho de Mateus

 "Onde seu tesouro está, estará também seu coração".



RAINHA. — Aos dois dou bem-vinda ao chão espanhol, chevalier.
MARQUÉS. — Nunca hei estado mais orgulhoso que possa considerá-lo minha pátria.
RAINHA. — (Para duas damas.) O marquês de Poza rompeu uma aliança com meu pai nas justas de Reims e fiz que minhas cores triunfarem três vezes. É o primeiro de sua nação que me ensinou à sentir a honra que supõe ser à rainha dos espanhóis. (Retornando ao Marquês.) Quando nos vimos pela última vez no Louvre seguro que não sonhais que serias meu enviado na Castilha, Chevalier.
MARQUÉS. — Não, grande Majestade, já que, contudo, não podias nem sonhar com que França nos cederia o único que realmente nós lhes ansiávamos.
RAINHA. — Orgulhoso espanhol! O único? E lhe dizes isso à uma filha da casa de Valois?
MARQUÉS. — Agora que possa dize-lo, majestade, já que agora nos pertenceis.
RAINHA. — Vossa viajem, pôr o que hei escutado, também os hei levado pela França. Que notícias me trouxeste de minha venerada mãe e de meus adorados irmãos?
Friedrich Schiller


CAVALEIRO DE BRONZE

Nestas orelhas tão das desertas ondas
Nos grandiosos desígnios estão ocupados
se falava Ele, admirando fazia-os distantes.
Ante seus olhos se desaboçava o rio
Nele que um pobre esquife navegava.
Aqui e ali achavam cabanas tão miseráveis.
Abrigo dos pobres finlandeses,
Acobertavam os riachos pantanosos,
E bosques ignorados por seus raios
Dum Sol sempre oculto entre à neve
Por onde quiser ressolhavam no ar.

E tendo já pensado consigo:
«Desde aqui difundirei pavor ao sueco
E os encharcarei de cimentos duma cidade
Para irritar a esse vizinho altivo.
Aqui nos ordenaste então à Natureza.
Aleksandr Pushkin

ODE AO DEVER

Severidade, filha da voz de Deus!
ô dever! Se, tu amas este nome
que é uma luz a orientar, uma vara
Ao corrigir o errático, e reprender;
Tu, que és a lei e a vitória
Quando os terrores vazios sobrevêm;
nos liberas das tentações vãs;
E calmas a discussão fatigosa da frágil humanidade.

Há quem não perguntam sem teu olho
lhes vigila; quem, por amor e verdade,
Sem receios, nos confiam
Na genial sensação da juventude:
São alegres corações! Sem reprochar ou desmoronar,
Aqueles a quem atuas, e não o sabem:
Ô! Se por culpa das confianças desviadas fracassam,
Teus braços salvadores, pavoroso poder! Os refugiam.

Serenos serão nossos dias, e brilhantes,
Sendo feliz nossa natureza,
Quando ao amor seja uma luz infalível,
E a alegria sua própria seguridade.
Inclusive agora, podendo seguir um curso feliz,
Quem, sem imprudentes audácias,
viva no espírito deste credo;
Assim buscaram teu firme apoio, segundo suas necessidades.

Eu, amante da vontade, e bisonho;
Sem comprazer-me em cada arrebato fortuito,
Pese ao ser o guia de mim mesmo,
Cegamente havendo descansado de minha responsabilidade:
E, um menino, quando pia em meu coração
tu tímido mandato, eu o deferiria.
À tarefa, fazia rodas mais doces pôr às que perder-se;
Porém agora te servirei mais estreito, se sou eu capaz!

Sem atravessar nenhuma perturbação d´alma
E sim profundos remordimentos gravados em mim
suplico-te por teu domínio;
Na quietude do pensamento:
me fatiga esta liberdade inexplorada;
Sinto o peso de meus desejos mutantes:
minhas esperanças já não devem alterar mais seu nome,
Alheio um repouso que seja sempre idêntico.

William Wordsworth
ANNABEL LEE

Faz já bastantes anos, num reino mais,
Além-mar vivia guria podeis aceitar,
Com nome de Annabel Lee. Essa guria
Vivia sem nenhum outro anexim que amar
-Me e ao ser amada então por mim.

Eu era menino ela era uma guria neste
Reino mais ali ao mar; mas Annabel Lee
Nós amávamos com um amor que era mais
Que o amor; um amor tão intenso que esses
Os Serafins do céu nós invejavam.

Esta foi à razão por qual, faz já bastante
Tempo, neste reino mais longe do mar
Sopro descendeu da nuvem, fez a mim
Bela Annabel Lee; de sorte que seus pais
Chegaram e se a levaram longe de mim
Prenda-lá cova, reino mais longe do mar.

Os anjos que no céu não se sentiam nem
Metade felizes que nós já fomos
Invejavam alegria ela a mim. Hei ali
Porque (como cada um sabe esse reino
Mais longe mar) sopro descendeu desde
Á noite duma nuvem, velar Annabel Lee.

Porém nosso amor era mais forte ele
Amor daqueles nos alentavam idade
Em saber, nem anjos do céu nem os diabos
Dos abismos do mar poderiam separar.
Jamais m´alma d´alma bela Annabel Lee.

Porque à lua jamais resplandece sem trair-me
Recordo da bela Annabel Lee; e quando
As estrelas se erguem, creio ver brilhar os
Olhar Bela Annabel Lee; e assim passou cedes
Noites tidas lado minha valiosa, — mim
valiosa, minha vida e minha dona, — que
Está abordada cova mais ali do mar.

Na cova, bordo do mar comovedor.
Edgar Allan Poe

Eu sou o Tenebroso, — Viúvo, — O sem Consolo,
Príncipe de Aquitânia desta Torre abolida:
Minha una dita há morta, — meu alaúde crivado,
Também desvia do Sol negro da Melancolia.

Na noturna Tumba, tu que me consolaste,
Devolva-me o Pausílipo e o Mar italiano,
À flor que preferia meu peito desolado,
E ramo no que Videira com a Rosa unir.

Sou Amor o Sou Febo…? ¿Lusignan Pasto vasto?
Minha frente há um está roxa beijo da Rainha,
Nesta Gruta em que nada à Sereia hei sonhado…

E o vencedor duas vezes traspusesse Aqueronte:
E modulando tão pronto sua lira de Orfeu,
Suspiros da Santa, — como dos gritos de Fada.

Gérard de Nerval
TRAD. ERIC PONTY

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