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sexta-feira, abril 27, 2018

HART CRANE (1899-1932) POEMAS - TRAD. ERIC PONTY


     
Ice, (o Harold) Hart (1899-1932), poeta lírico americano, é conhecido pela sua habilidade meticulosa e disciplinada, a celebração dos aspectos positivos da vida urbana e industrial moderna.



           Crane nasceu em 21 de julho de 1899, em Garrettsville, Ohio. Ele teve que morar com a avó materna em Cleveland de 1909 até o divórcio dos pais em 1916, quando deixou a escola secundaria e foi para Cidade de Nova Iorque. Lá foi estimulado pelo mundo literário, mas estava impossibilitado de se manter escrevendo. Finalmente, em 1921, se separou do pai, e escrever poesia passou a ser seu principal objetivo. Sua vida pessoal estava no processo de formação de uma mistura caótica de alcoolismo e homossexualidade.



           No Brasil Hart Crane é praticamente conhecido apenas em pequenos círculos de literatura e o seu poema Louvor Para Uma Urna, traduzido entre nós primeiro por Oswaldino Marques, depois Augusto de Campos e Bruno Tolentino, foi mais motivo de affaire do que propriamente uma discussão proveitosa na divulgação de sua poética.



Falecimento: 27 de abril de 1932, Golfo do México
À Uma Ponte Do Brooklyn

Quando o alvorecer apagar-se, resta-nos um calafrio
A asa da gaivota irá emergir e girar-se-á inspirada,
Derramando anéis brancos de tumulto, construindo alta,
Em cima da baía encadeada, onde molha a Liberdade.

Tal como  marfim curvo que cede nossos olhos
Como ilusórias velas de um veleiro que se cruzam
Alguns comentam ser imagens a serem guardadas;
Até que ascensor nos disfarce o nosso dia...

Penso nos cinemas, nos truques panorâmicos,
Com multidões presas para alguma cena reluzente
nunca descoberta, mas para acelerar novamente,
Profetizando aos outros olhos na mesma cena;

E vós, pelo porto, de passos prateados
Feito um o sol que surge, abandonado de vosso passo
Daquela sensação sempre por espreguiçar-se,
Implica-nos igualmente vossa liberdade!

Fora de alguma escotilha de metrô, cela ou sótão
Um encosto laminado acelera os vossos parapeitos,
Espreguiça-se um momento, feito uma camisa folgada,
E um gracejo desaba da caravana muda.

Em Down Wall, uma viga mestra vaza ao meio-dia a rua,
Um rasgo de dente do acetileno do céu;
Durante à tarde tornando-se guindastes de áreas- nuvens...
Vosso cabo murmurando o silêncio do Atlântico Norte.

E se obscurece como daquele céu dos judeus,
A Vossa Recompensa... Vos Aguarda para que realmente doais
De um tempo de anonimato não pode ser glorificado:
Tremo nesta constatação e perdoo que vós me mostrais.

Tocarem à harpa e neste altar, nesta fúria fundida,
(Como mera labuta alinha cordas do coro que vós encadeais!)
Entrada terrificada do empenhado profeta,
Duma oração de pária e o grito de amante,

Além disso os semáforos desatam-se da vossa pressa
Fala não dividida; — o suspiro imaculado de estrelas,
Encaminhando vosso caminho-condensado da eternidade:
E eu venho à noite erguido em vossos braços.

Debaixo de vós sombreia pelos cais que eu esperei;
Somente na escuridão vossa sombra é viva.
Os ferozes pacotes da cidade todos desfeitos
Já neve submergindo pelo ano férreo...

O Insone, como o rio sob vós
Saltar  sobre  mar, o gramado sonhador de pradarias,
Até nós os mais humildes algum dia varram, e desçam
Desta curvatura conferida ao mito a Deus.

Louvor Para Uma Urna

Era uma face amável do norte
Isso criou o disfarce de exilado
Os olhos perpétuos de Pierrô
E De Gargântua, e do seu riso.

Em seus pensamentos entregues a mim,
Na colcha branca do travesseiro
Eu percebo agora, eram heranças
Cavaleiros delicados da tempestade.

A lua inclinada na colina tendente
Uma vez orientada em nossos pressentimentos
Do que o morto mantém vivo ainda
Em tais existências desta alma.

Empoleirado na entrada do crematório,
O relógio insistente comentava
Tocando bem em nosso elogio
Destas glórias formais do tempo.

Ainda, tendo em meio ao cabelo douro,
Eu não posso ver àquela sobrancelha presa
E que se perde no som seco de abelhas
Estiradas por um espaço lúcido.

Lavre estas palavras bem-significadas.
Na primaveril fonte enfumaçada enchida
Nos subúrbios onde elas irão por último.
Estes não são nenhuns troféus do sol.


HART CRANE
TRAD. ERIC PONTY

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