Lhe dais língua de bronze, peregrino,
Que uma vida descanso aqui, em minha casa,
Os ouço me chamais; de meu caminho.
Retorno à vista ao céu donde incendeia,
Destas nuvens o sol ali adivinho,
O que antes de ser fui, quando minha massa
Era parte deste ígneo torvelino.
Ao findar-se oração nada fez sombra,
Ao seu irmão de aliado, os receios,
E com à luz morrem, morre o cego brio.
Desta cega batalha e na alfombra,
De Deus se abrem as flores destes céus,
De que caem à esperança qual rocio.
MIGUEL DE UNAMUNO
TRAD. ERIC PONTY
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