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quinta-feira, março 01, 2018

A JACTÃNCIA DE QUIETUDE - Jorge Luis Borges - TRAD. ERIC PONTY

Escrituras luz pregadas à sombra,
Mais insignes meteoros.
Supina cidade pasmosa arreceia sobre o campo.
Vestem minha vida de minha morte,
Esbocei ousar e quisera entender-nos.
Sendo que se fez do dia ávido laço ar.

A noite de trégua ira do ferro, finda assaltar.
Diz humanidade.
Minha caridade percebe
Somos vozes mesma penúria.
Graduados à pátria.

Minha pátria se fez ruído da guitarra,
Duns retratos velha espada,
Oração aberta sauzal crepúsculos.
Do tempo fizeram-se existir.

Sendo há mais silenciosa minha sombra,
Cortando tropel içado à usura.
Imperiosos, inusitados,
Sendo dignos da manhã.

Meu nome é dum alguém é dum qualquer.
Deu-se qual num lentor, quem houvera
De longínquos não se anseiam acercar.
JORGE LUIS BORGES
TRAD. ERIC PONTY

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